Na época de chuvas intensas, os riscos de contrair doenças infecciosas aumentam
Com as chuvas intensas, na época do verão, ocorre o aumento de áreas alagadas e, consequentemente, os riscos de se contrair doenças infecciosas como a leptospirose aumentam. Mas do que se trata essa doença e o que fazer para evitar a infecção? Veja mais abaixo.
O que é leptospirose?
É uma doença infecciosa causada pela bactéria chamada Leptospira presente na urina do rato e outros roedores¹. A leptospirose é um importante problema de saúde pública no Brasil, e em outros países tropicais em desenvolvimento, devido à alta incidência nas populações que vivem em aglomerações urbanas sem a adequada infraestrutura sanitária². Esses fatores, associados às estações chuvosas e às inundações, propiciam a disseminação e a persistência das Leptospiras no ambiente².
A leptospirose tem elevada incidência no Brasil e que atinge, na sua maioria, pessoas na faixa etária produtiva, dos 20 aos 49 anos². São notificados em média 13.000 casos por ano, sendo 3.500 confirmados e a letalidade média é de 10,8%².
Como se pega a leptospirose?
Em situações de inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à água e à lama¹. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminada poderá ser infectado¹. A bactéria Leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão¹.
Quais os sintomas?
São sintomas parecidos com os de outras doenças, como por exemplo, da gripe, apresentando: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo e principalmente nas panturrilhas (batata da perna), podendo também ocorrer icterícia (coloração amarelada da pele e das mucosas)¹. Nas formas mais graves são necessários cuidados especiais, inclusive assistência hospitalar¹.
Ao manifestar os sintomas, o que fazer?
Se você apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas ou lamas de inundações ou esgoto, procure imediatamente um médico¹. Conte a ele seu contato com água ou lama de inundações¹. Somente o médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença¹. A leptospirose é uma doença curável, e o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução¹.
O período de incubação da doença, ou seja, o tempo entre a contaminação e a apresentação dos sintomas varia de 1 a 30 dias, sendo mais frequente entre 5 e 14 dias².
Como evitar a doença?
Evite o contato com água ou lama de inundações e impeça que crianças nadem ou brinquem em ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos¹. Ações de educação e higiene sanitária no domicílio são fundamentais¹. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (se isto não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés)¹. Também são necessárias medidas ligadas ao manejo ambiental, como o controle de roedores, saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto) e melhorias nas habitações humanas¹.
Se o contato com a água contaminada for inevitável, a única forma de reduzir riscos à saúde é permanecer o menor tempo possível em contato com essas águas e se higienizar com água não contaminada e sabão o mais rápido possível após contato¹. Se houver inundações das residências, após as águas baixarem será necessário lavar e desinfetar a caixa d’água, o chão, as paredes e os objetos caseiros com, por exemplo, água sanitária¹.
As roupas que entraram em contato com essas águas deverão ser muito bem lavadas e, preferencialmente fervidas¹. Todo alimento que teve contato com água contaminada deve ser jogado fora, pois pode ter sido contaminado aumentando o risco de transmitir a doença¹.
Como é feito o tratamento?
O tratamento é baseado no uso de antibióticos, hidratação e suporte clínico, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados¹. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade³. A automedicação não é indicada³. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco³.