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Mães precisam de suporte para amamentar

Conversamos com a jornalista e escritora Daiana Garbin e, segundo ela, é preciso ampliar a rede de apoio para as mães poderem amamentar por mais tempo e aumentar as campanhas informativas sobre doação de leite materno. Confira a entrevista abaixo!

Conheça Daiana Garbin

Daiana Garbin é jornalista e escritora, criadora do site www.euvejo.vc, que fala sobre autoconhecimento e saúde mental. Em 2017, Daiana lançou o best-seller "Fazendo as Pazes com o Corpo". Após o nascimento de sua filha Lua, fruto de seu casamento com o jornalista Tiago Leifert, Daiana se manifestou em suas redes sociais, com grande repercussão, sobre as dificuldades iniciais para amamentar e o ato de doar seu leite.

Como foi sua experiência com a amamentação?

Daiana Garbin - Foi difícil no início, mesmo tendo feito um curso na gestação. A gente acha que vai ser supernatural e, às vezes, não é. Eu tinha muito leite e o peito empedrava, além da fissura no bico, então, sentia muita dor. Algumas vezes amamentei chorando. Os primeiros dez dias foram desafiadores. Mas a natureza é sábia e o corpo vai se adaptando. Ocorre a regulação do leite de acordo com a necessidade do bebê e o bico vai ficando calejado. Esse desafio inicial acontece com muitas mulheres, que podem se sentir sozinhas nessa jornada. Meu conselho é, se possível, buscar orientação. Passada essa fase, amamentar virou um prazer e continuo amamentando até hoje. Até os seis meses, o único alimento dela foi o meu leite e isso me deixou muito feliz, fiquei com orgulho do meu corpo. Eu publiquei um vídeo no YouTube sobre meu processo e teve muita repercussão.

Por que decidiu doar seu leite materno?

Daiana Garbin - Antes mesmo da Lua nascer, eu havia comprado uma máquina para extrair o leite. Como eu tinha muito leite, fazia a chamada ordenha de alívio e guardava este excedente, mas ela não consumia porque, na hora de mamar, meu peito estava cheio de novo. Fui pesquisar na Internet sobre doação de leite porque eu não queria jogar uma gota fora, queria doar para ajudar um bebê que estava precisando. Nesta pesquisa, descobri o banco da Fiocruz e entrei em contato com eles.

E o processo de doação, como foi?

Daiana Garbin - Após o contato com o Banco de Leite, eles solicitam uma série de exames para verificar se você está em condições de doar. Aprovada, eles passam as informações de como proceder para retirar o leite, desde a higiene, como prender o cabelo e limpar o bico, até como armazenar. Depois de um mês que estava doando, recebi uma mensagem dizendo que, naquele período, cem bebês haviam sido beneficiados, com a ajuda de 200 mães doadoras e fiquei emocionada.

Qual sua sugestão para ampliar a conscientização sobre a importância da amamentação e da possibilidade de doação do leite materno?

Daiana Garbin - Faltam campanhas informativas. As mulheres precisam ter um suporte maior para esta fase da amamentação, principalmente nos primeiros meses. É um processo exaustivo e sem uma rede de apoio, que envolve empresas, parceiro e familiares. É difícil cuidar de todas as demandas, inclusive da demanda emocional, pois é o nascimento também de uma mãe. O apoio do meu marido foi fundamental, eu digo que ele amamentou junto, pois ajudava no processo de trocar fraldas na madrugada e ficar com a Lua. Se fizer tudo sozinha, fi  cará esgotada, o que atrapalha na amamentação. Graças a esse apoio, eu pude descansar mais e produzir mais leite. Com relação à doação, também faltam campanhas de conscientização. É um processo muito criterioso. O leite doado somente será ofertado a um bebê depois de uma avaliação muito segura. É mais simples que doar sangue, pois o leite é coletado na sua casa.

  • Clique aqui e conheça o site da jornalista, onde ela fala sobre autoconhecimento e saúde mental.
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Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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