A ansiedade nem sempre é uma doença. Ela é definida como uma sensação comum e útil ao ser humano, que permite a detecção de situações de perigo – ao despertar a sensação de medo -, além de ser essencial para ajudar a evitar ou sair de situações que possam ser prejudiciais. E, quando estamos ansiosos, é natural apresentarmos sintomas físicos e psíquicos como a insônia, alterações no apetite, problemas gastrointestinais, entre outros. Entretanto, quando o problema é resolvido, a ansiedade e seus sintomas também desaparecem. (1,2)

Agora, quando a ansiedade deixa de ser uma reação temporária a alguma preocupação e passa a ser constante, atrapalhando a vida e a realização de atividades rotineiras de uma pessoa, ela é considerada patológica, ou seja, é reconhecida como uma doença crônica que pode perdurar por anos ou, até mesmo, pela vida toda do indivíduo. Quem sofre com este transtorno tende a pensar sempre sobre as piores hipóteses, padrão marcado pela pressuposição de que sérias ameaças são mais prováveis do que realmente são. Tal padrão também é conhecido como catastrofização, caracterizado pelo exagero do perigo real, fazendo com que uma situação ganhe dimensão maior do que realmente ela tem. (1,2)

Para te ajudar a esclarecer algumas dúvidas acerca deste transtorno mental, que atinge milhares de pessoas, listamos abaixo os principais mitos e verdades sobre a ansiedade. Confira!

Ansiedade é uma função útil

Verdade. A ansiedade é uma função comum e útil a todos nós. É quando ficamos ansiosos que tomamos medidas para evitar um problema/perigo ou qualquer situação que possa nos colocar em risco ou que gere alguma ameaça. (1)

Ter ansiedade ou medo significa que estou doente?

Mito. A ansiedade e o medo são reações normais e adaptativas dos seres humanos, capazes de alertar sobre uma situação de perigo iminente. Tais reações nos capacitam a lutar ou fugir, além de nos direcionarem na tomada de medidas necessárias para evitar a ameaça ou contorná-la da melhor forma possível. (2)

Existe ansiedade boa

Verdade. A ansiedade adaptativa é uma ansiedade boa e que nos ajuda a evitar problemas. Já a ansiedade patológica é aquela que nos prejudica e limita nossa vida. (1,2)

Os transtornos de ansiedade são considerados uma família de transtornos mentais

Verdade. Precisamos entender os transtornos de ansiedade com seus diferentes subtipos. Por isso, são considerados uma família de transtornos mentais relacionados entre si que inclui: transtorno de pânico, agorafobia, fobia específica, transtorno de ansiedade ou fobia social e transtorno de ansiedade generalizada (TAG). (2)

O tratamento medicamentoso causa dependência

Mito. Um dos maiores mitos sobre a ansiedade em relação ao seu tratamento medicamentoso é o risco de causar dependência no paciente ou de deixá-lo dopado, sem reação, mudando seu jeito de ser. O tratamento medicamentoso mais usado para os transtornos ansiosos são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, fármacos isentos de risco de dependência e que, geralmente, não possuem efeito sedativo. (1)

O transtorno de ansiedade pode durar a vida inteira

Verdade. O Transtorno de Ansiedade Generalizada é uma doença crônica que pode durar muitos anos ou, até mesmo, a vida inteira do paciente. (1)

O diagnóstico precoce e preciso permite um tratamento eficaz e o acompanhamento do paciente, fatores imprescindíveis para a obtenção de melhores resultados e minimização dos prejuízos na vida daqueles que sofrem com o distúrbio de ansiedade. Após algumas semanas do início do tratamento, a maior parte dos pacientes já começa a sentir os reflexos e conseguem retomar normalmente as suas atividades diárias (3). Procure um médico assim que perceber qualquer sintoma da doença. Cuide de sua saúde mental!

Fontes: 1. Como diferenciar a ansiedade normal da ansiedade prejudicial? ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria – Último acesso em 31/10/2022 / 2. Ansiedade, o que é e como tratar? Mitos e Verdades – INCB – Instituto de Neurociências de Brasília – Último acesso em 31/10/2022 / 3. Ansiedade – Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde – Último acesso em 01/11/2022.