A fibromialgia, uma condição que afeta um número significativo de brasileiros, com uma prevalência entre 2-3% da população1, sendo equivalente a quase 5 milhões de pessoas, é uma síndrome caracterizada por dor generalizada e uma série de sintomas correlatos, incluindo fadiga, insônia e distúrbios de humor, podendo, em casos mais graves, desencadear a depressão (1). 

A fibromialgia não apenas causa dor, mas também interfere significativamente na capacidade de realizar tarefas diárias, mesmo as mais simples. Esse impacto na qualidade de vida pode, por sua vez, contribuir para o desenvolvimento de um quadro depressivo. Portanto, é fundamental reconhecer e tratar a fibromialgia a fim de mitigar seu impacto nas atividades cotidianas e no bem-estar emocional (1). 

É importante destacar que a fibromialgia tem uma clara predominância entre as mulheres, com uma proporção estimada de 1 homem para cada 9 mulheres afetadas (1), portanto, é fundamental discutir a fibromialgia, seus desafios e a importância do diagnóstico precoce, como forma de oferecer apoio e orientação para aqueles que enfrentam essa condição, bem como para a sociedade em geral (1). 

Suspeita 

A fibromialgia é uma condição que se manifesta através de dores generalizadas, persistindo por mais de três meses, e as dores são os primeiros indícios da doença e devem ser encaradas como um alerta para buscar avaliação médica. Os pacientes frequentemente experimentam uma dor intensa em todo o corpo e nas articulações, geralmente acompanhada de fadiga, sono não reparador e alterações no humor (1).

Outros sintomas frequentes incluem cansaço excessivo, fadiga persistente e distúrbios do sono. Se, além das dores, você se sente constantemente com pouca energia, exausto durante todo o dia e luta para dormir ou tem excesso de sono, é altamente recomendado que busque a orientação de um profissional da saúde (1). 

Sintomas 

A dor da fibromialgia pode se manifestar em um ponto específico do corpo e, em seguida, migrar para outras regiões. No total, são 18 pontos de dor distribuídos pelo corpo, com 9 de cada lado (1). 

Esses pontos sensíveis estão localizados na coluna cervical e torácica, na bacia, nos glúteos, nos cotovelos e nos joelhos. A dor pode ocorrer em um único ponto, alternar entre eles ou afetar diversos pontos simultaneamente (1). 

Diagnóstico e tratamento 

O diagnóstico da condição é um processo que se baseia nos sintomas relatados pelo paciente e no exame físico, já que não existem exames laboratoriais ou de imagem específicos que possam confirmar a presença da doença. Nesse contexto, a identificação precoce da condição é fundamental para iniciar o tratamento adequado (2).

Durante o diagnóstico, os profissionais de saúde avaliam as estruturas dos ligamentos, músculos e ossos do paciente em busca de padrões de dor generalizada. É importante ressaltar que a quantidade e a localização dos pontos de dor podem variar consideravelmente entre os pacientes, como já mencionado anteriormente (2).

Diante da ausência de testes laboratoriais ou de imagem para confirmar a fibromialgia, a colaboração atenta entre o paciente e a equipe médica desempenha um papel crucial na identificação e no manejo dessa doença crônica (2). 

O diagnóstico médico é frequentemente demandado por uma abordagem multidisciplinar, envolvendo diversos profissionais, como médico, fisioterapeuta, profissional de saúde mental, entre outros especialistas da área (3).  

Para o tratamento, dentre as diversas modalidades terapêuticas utilizadas, destacam-se (3): 

• Exercícios físicos aeróbicos: tais como caminhada, natação e ciclismo, muitas vezes combinados com exercícios de alongamento muscular;
• Terapias de relaxamento: participação em programas de redução de estresse, grupos de convivência em unidades de saúde, e práticas como ioga, que promovem o bem-estar;
• Acupuntura: uma terapia que tem se mostrado benéfica para aliviar os sintomas da fibromialgia;
• Tratamento medicamentoso: inclui o uso de antidepressivos em doses baixas, analgésicos, anti-inflamatórios e, em alguns casos, injeções em pontos dolorosos, adaptados às necessidades individuais. 

É importante que os pacientes diagnosticados com fibromialgia entendam que se trata de uma condição benigna que, embora seja classificada como um tipo de reumatismo, não causa deformidades no corpo nem desencadeia problemas graves. Contudo, é fundamental ter consciência de que o tratamento é desafiador, e não existem soluções milagrosas prontas (3).  

Referências: 1. Fibromialgia: conheça 5 formas de identificar a doença. Hospital Anchieta. Último acesso: 23 de Outubro de 2023. 2. Fibromialgia - Definição, Sintomas e Porque Acontece. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Último acesso: 23 de Outubro de 2023. 3. Quais são os principais aspectos do diagnóstico e tratamento da fibromialgia?. Ministério da Saúde. Último acesso: 23 de Outubro de 2023.