Marketing Médico na internet

Conheça e dialogue com seus pacientes para crescer

Publicado em: 5 de abril de 2022  e atualizado em: 13 de abril de 2022
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Aproximadamente 140 milhões de brasileiras e brasileiros estão nas redes sociais digitais, de acordo com pesquisa de 2020 desenvolvida pela organização internacional DataReportal.1 Os setores de comércio e de serviços não podem mais ignorar a realidade: precisam se apropriar dessas ferramentas para se comunicar com seus clientes e, a partir disso, converter a presença na web em negócios.

A despeito de todas as suas peculiaridades, estabelecimentos e profissionais de saúde não podem ficar alheios a esta conjuntura: o chamado Marketing Médico é realidade na sociedade digital!

Para se obter êxito, porém, é necessário que a execução de ações seja precedida de planejamento e estratégia. Isso depende, necessariamente, de que se conheça o perfil dos pacientes com quem se deseja comunicar.

Novos hábitos

O estudo Digital 2021, da GlobalWebIndex publicado em parceria pelas organizações We are social e Hootsuite, demonstra avanço no uso da internet e das redes sociais mundo afora. Entre as pessoas conectadas, nove em cada dez utilizam smartphones. No Brasil, o tempo que os usuários permanecem ligados à rede mundial de computadores chama ainda mais atenção.

Enquanto a média mundial aponta a permanência online diária por 6 horas e 54 minutos, por aqui, ela chega a 10 horas e 08 minutos, sendo que 03 horas e 42 minutos são dedicadas às redes sociais. Facebook, Youtube, WhatsApp e Instagram são as mais populares.2

Outro dado que reforça a importância do olhar mais atencioso voltado ao marketing digital: a mesma pesquisa indica que o tempo de tela nos smartphones já supera em 7% o que as pessoas reservam para a televisão, apontando que veículos de comunicação tradicionais têm ficado em segundo ou terceiro plano.2

Consumo

O mesmo estudo apresentou recortes etários sobre o consumo na internet, demonstrando que a compra de produtos e serviços on-line não se restringe aos jovens, como o senso comum poderia sugerir.

Para o setor Saúde, apontado pela mesma pesquisa como um dos três segmentos de maior interesse no mundo digital para os próximos anos, essa informação é relevante, pois a atenção voltada ao autocuidado tende a aumentar entre pessoas de maior faixa etária.

O percentual de mulheres entre 45 e 54 que recorreu ao e-commerce a partir de algum anúncio (79,5%) foi maior, por exemplo, que o de homens com 16 a 24 anos (72,6%).

Mulheres nas faixas entre 25 e 34 anos e entre 35 e 44 anos registraram o maior percentual (79,9%). O mais baixo foi de homens entre 55 e 64 anos (71,9%). Considerando apenas o gênero masculino, a faixa etária com maior adesão às compras online foi a de 35 a 44 anos (79,9%).2

Mais questionadores

Outra característica do “paciente conectado” é a necessidade de confiar no produto e nos serviços que busca consumir. Com acesso a volumes cada vez maiores de informações e opções, este público é mais questionador e crítico.

A reputação profissional e a autoridade no campo de atuação estão entre os pontos mais importantes buscados por este público. Ambos podem, inclusive, ser potencializados a partir do marketing digital bem desenvolvido.

Mas, para além disso, os pacientes conectados prezam pelo senso estético, pela linguagem direta e simples, e dão preferência a marcas e profissionais que expressem valores com os quais se identificam, como sustentabilidade e diversidade.3

Informação e relacionamento

A produção de conteúdo de qualidade é o principal ingrediente para o desenvolvimento de ações de marketing digital: informativos sobre saúde preventiva e bem-estar, com valores educativos para a coletividade, são bons exemplos e podem estreitar o relacionamento entre profissionais e pacientes.

Mas não há fórmula mágica: a estratégia para cada médico deve ser analisada e planejada individualmente.4

Nas redes sociais, responder comentários e mensagens com atenção e empatia é um diferencial. Os profissionais e os estabelecimentos, porém, devem tomar cuidado para que perguntas e respostas nas redes ou em aplicativos não configurem “teleconsultas”, com, por exemplo, potenciais diagnósticos e indicações de tratamentos de forma não regulamentada. Dúvidas podem ser esclarecidas de maneira abstrata, evitando orientações diretas e personalizadas.5

 

Alguns caminhos

A presença no mundo digital não se restringe às redes sociais. Possuir um site profissional, com visual atrativo, de fácil navegação e informações relevantes e atualizadas pode ser uma excelente vitrine.

Além da garantia de propriedade sobre hospedagem do conteúdo, se associado a técnicas de Search Engine Optimization (SEO), o seu site pode aparecer no topo das buscas do Google, a partir da definição de palavras-chaves estratégicas e outras providências que lhe ajudam a ser encontrado com mais facilidade por potenciais pacientes.6

A experiência do paciente conectado pode se tornar ainda melhor se o consultório oferecer soluções tecnológicas, por exemplo, para o agendamento de consultas.

É crucial, entretanto, que todas as ferramentas utilizadas sejam funcionais e de fácil adesão, pois outra característica do público conectado costuma ser a impaciência com aplicações ineficientes.

Cuidados

Diferentemente do modo como o marketing digital se dá em outros tipos de negócio, para profissionais médicos e clínicas, devem ser evitados, por exemplo, linguagens e abordagens sensacionalistas, conteúdos promocionais e comparações com concorrentes, até mesmo em razão das normas preconizadas pela Resolução 1.974/11, do Conselho Federal de Medicina (CFM).7

Entre as práticas vedadas pelo órgão estão: anunciar equipamentos/aparelhos, de forma a lhe atribuir capacidade privilegiada; permitir o uso de seu nome em propaganda enganosa ou em publicações/matérias desprovidas de rigor científico; fazer propaganda de técnica ou método não aceito pela comunidade científica; expor a imagem de pacientes com resultados de tratamentos; e anunciar a utilização de técnica exclusiva.

De acordo com o Manual de Publicidade Médica do CFM:

A participação do médico na divulgação de assuntos médicos, em qualquer meio de comunicação de massa, deve se pautar pelo caráter exclusivo de esclarecimento e educação da sociedade, não cabendo ao mesmo agir de forma a estimular o sensacionalismo, a autopromoção ou a promoção de outro(s), sempre assegurando a divulgação de conteúdo cientificamente comprovado, válido, pertinente e de interesse público.         

Observando os cuidados previstos pela Resolução, a possibilidade de teleconsultas pode ser divulgada.4

Profissionalismo

Concluindo: a adesão às tecnologias para o atendimento em saúde, incluindo o marketing médico, se impõe como inevitável; entretanto, exige profissionalismo, planejamento e qualidade para que a relação profissional-paciente não sofra prejuízos e para que haja retorno nos investimentos aplicados.

A dica de ouro está na busca por profissionais competentes, com experiência e resultados comprovados com outros clientes!

 

Referências

1. Data Reportal. Digital 2020: Brasil. Último acesso em 06 de março de 2022. 2. Amper. We are social e HootSuite – Digital 2021. Último acesso em 06 de março de 2022. 3. Infovarejo. Geração Z e Millenials: entenda as diferenças e o impacto no seu negócio. Último acesso em 06 de março de 2022. 4. Medicina Dia a Dia. Marketing Médico: Por que ele é tão necessário nos dias de hoje. Último acesso em 06 de março de 2022. 5. Medicina Dia a Dia. A relação entre médicos e pacientes em tempos de teleatendimento. Último acesso em 06 de março de 2022. 6. IPEMED. 6 dicas de marketing digital para médicos. Último acesso em 06 de março de 2022. 7. Portal CFM. Resolução CFM 1974/2011. Último acesso em 06 de março de 2022. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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