Começa com um leve incômodo e você acha que não é nada, mas o canto de uma unha já está crescendo na direção errada. Logo vem o fácil autodiagnóstico: é uma unha encravada. Ou uma onicocriptose, para usar o nome mais científico. A maior parte dos casos acontece no dedão, e nos pés, mas pode acontecer nas mãos, dificultando escrever ou digitar. No pé, a pessoa às vezes nem consegue andar direito. É dolorido, sabemos. Com a unha avançando em direção à carne e à pele, se o caso não for logo tratado, pode evoluir até para uma infecção, um estágio mais grave da enfermidade (1).

Tudo pode começar com uma unha mal cortada nos cantos, pois arredondar demais faz com que a unha cresça para o lado incorreto, mas cortar demais também cria irregularidades (2). Sapatos apertados ou defeitos congênitos de formato de unha são causas comuns, assim como doenças como micose e hiperidrose, que é o excesso de transpiração no pé, daí a importância de sempre mantê-lo limpo e seco. As doenças que causam inchaço natural dos pés, como diabetes, são aqueles casos mais preocupantes, sérios, caso apareça uma unha encravada.

Mesmo tendo todos os cuidados, a unha encravada pode aparecer e aí o que resta é tratar - que por sorte, na maior parte dos casos, é em casa mesmo. Só em exemplos mais graves ou não surtindo efeito, o tratamento caseiro é que se deve procurar um especialista em pés.

Tratamento (1,2,3)

1. Coloque seus pés em água morna, com um pouco de sal, para deixar a pele mais macia ao redor da unha, o que diminuirá as chances de infecção;
2. Mantenha seu pé seco o restante do dia;
3. Se realmente precisar, use sapatos confortáveis, largos ou chinelos. Scarpin, nem pensar!;
4. Se já estiver no estágio da dor, tome algum medicamento para isso, já que pode levar um tempo para a unha desencravar;
5. Deixe a unha como está, não tente cortá-la e permita que ela cresça naturalmente;
6. É tentador, mas não fique cutucando a unha encravada ou tentando “resolver com um toque mágico”. Deixe a unha lá;
7. Se em alguns dias não melhorar e no menor sinal de infecção, é hora de consultar um profissional.

Caso o quadro perdure, pode haver a criação de uma carne esponjosa, ou granuloma piogênico (1). Febre ou calor no local da unha encravada são pontos mais graves para se considerar caso esteja com o problema. O cuidado em portadores de diabetes deve ser ainda maior. Rapidamente procure um profissional, que pode ser um podólogo ou um dermatologista. Se a unha estiver infeccionada, com pus, talvez ele receite um antibiótico(2). Em casos avançados, pode haver a necessidade de uma pequena cirurgia, que é a retirada de parte da unha ou toda ela - com aplicação de anestésico local. Parece drástico, mas resolve a situação. Com isso, a unha volta a crescer por seu caminho natural, não entrando na pele. Por mais comum que seja, é importante observar a evolução do quadro.

Referências: 1. Unha Encravada. Ministério da Saúde. Último acesso em 14 de novembro de 2022. 2. Ingrown Toenail. NHS. Último acesso em 14 de novembro de 2022. 3. Unha Encravada. Rede Dor São Luiz. Último acesso em 14 de novembro de 2022