É normal sentir cólicas na gravidez?
 

Muitas gestantes sentem dores pélvicas, e é importante estar atenta aos sinais do corpo durante a gestação

Publicado em: 8 de novembro de 2023  e atualizado em: 8 de novembro de 2023
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A experiência da gravidez é repleta de mudanças e sensações, e muitas mulheres se deparam com cólicas ou com a dor pélvica logo nos estágios iniciais. As cólicas podem acontecer durante o primeiro trimestre da gravidez, principalmente durante as primeiras semanas. Essas cólicas são frequentemente causadas por mudanças hormonais e pelo alongamento dos ligamentos uterinos à medida que o útero se expande para acomodar o crescimento do feto (1).

No entanto, é importante diferenciar entre cólicas normais da gravidez e as que podem ser indicativas de um problema mais sério. Cólicas leves a moderadas são comuns, mas se forem intensas, acompanhadas de sangramento vaginal, febre, dor ao urinar ou qualquer outro sintoma preocupante, é essencial procurar imediatamente orientação médica, pois podem ser sinais de uma complicação (2). 

As dores abdominais e pélvicas também podem ocorrer, de forma repentina e intensa, ou “surda” e constante, sendo na maioria dos casos, temporária e  habitual da jornada da gravidez, à medida que ossos e ligamentos se esticam e se adaptam para acomodar o crescimento do bebê (3). 

No entanto, é importante estar ciente de que a dor pélvica também pode ser um sintoma de algum distúrbio, algumas vezes acompanhada por sangramento vaginal. Em situações mais raras, esse sangramento pode representar uma ameaça à saúde, com quedas na pressão arterial (3). 

O primeiro passo é saber distinguir entre dor pélvica e dor abdominal. Enquanto a dor pélvica é centrada na parte inferior do abdome, a dor abdominal ocorre mais na parte superior, relacionada ao estômago e intestino. No entanto, às vezes, pode ser desafiador para a mulher discernir a localização precisa da dor. Geralmente, a dor abdominal durante a gravidez não está relacionada à gestação em si (3). 

Causas 

A dor pélvica no início da gestação pode ter várias causas, incluindo distúrbios relacionados à gravidez, ginecológicos, digestivos e do trato urinário. Os motivos obstétricos comuns incluem mudanças normais do período e ameaça de abortamento. A causa obstétrica mais comum, e grave, é a gravidez ectópica, que pode exigir cirurgia imediata. A torção ovariana também pode ocorrer durante a gestação. Além disso, distúrbios digestivos e urinários são causas frequentes de dor pélvica. No final da gravidez a dor pode estar relacionada ao trabalho de parto ou a distúrbios não relacionados à gestação. A avaliação médica é fundamental para determinar a causa e o tratamento adequado (3,4).

Fatores de Risco 

Vários fatores de risco estão associados a distúrbios obstétricos que podem causar dor pélvica durante a gravidez. Para o abortamento espontâneo, os fatores de risco incluem idade acima de 35 anos, perdas gestacionais anteriores, tabagismo, uso de substâncias como cocaína, álcool ou cafeína em excesso, alterações uterinas e condições médicas mal controladas (3).  

Já para a gravidez ectópica, os principais fatores são gestação ectópica anterior, cirurgias abdominais, infecções sexualmente transmissíveis, tabagismo, uso de dispositivos intrauterinos, idade acima de 35 anos, histórico de infertilidade, técnicas de reprodução assistida, e múltiplos parceiros sexuais. Evitar duchas vaginais também é aconselhável para reduzir o risco de complicações (3). 

Em resumo, dores ou cólicas leves a moderadas são comuns na gravidez, mas qualquer dor que cause preocupação deve ser avaliada por um profissional de saúde para garantir a saúde da mãe e do bebê (4). 
 
Referências: 1. Sentir cólica na gravidez é normal?. Revista Crescer. Último acesso: 25 de setembro de 2022; 2. Dor pélvica: tudo o que você precisa saber. Centro de Endometriose da Bahia. Último acesso: 25 de setembro de 2022; 3. Sharp pain during pregnancy. American Pregnancy Association. Último acesso: 08 de novembro de 2023 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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