Confira os 3 principais desafios da telemedicina

Fique por dentro dos principais desafios encontrados por médicos e pacientes após a permissão do exercício da telemedicina

Publicado em: 3 de setembro de 2021  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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A prática da telemedicina foi autorizada pela lei 13.989 em abril de 2020, no início da pandemia de covid-19. Em novembro, uma complementação da lei permitiu que, após o fim da pandemia, essa modalidade de atendimento médico seja regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). 

No entanto, por mais que seja regulamentada, essa prática ainda não está consolidada. No artigo de hoje você vai conhecer os principais desafios encontrados por médicos e pacientes após mais de um ano da permissão do exercício da telemedicina. Boa leitura!

1. Receio de que o atendimento virtual substitua o presencial

A telemedicina proporciona mais segurança e praticidade, já que evita a exposição ao vírus e o deslocamento até o consultório médico, mas um dos desafios para adoção dessa modalidade de consulta é o receio de que o virtual substitua o presencial. Superando o 1º desafio:

  • Médicos e pacientes devem ter consciência de que a telemedicina serve para qualificar a assistência e não deve eliminar o atendimento presencial. Apenas deverá existir uma tendência de restringir as consultas presenciais para os casos em que há realmente necessidade; 
  • Quando o médico sentir que os recursos tecnológicos disponíveis são insuficientes e que a consulta presencial é importante para cuidar do caso, deve pedir ao paciente que se dirija ao consultório. 

Dica: esclareça para o paciente a possibilidade de precisar do atendimento presencial, conforme a necessidade do caso. Assim, você cria confiança em seu paciente de que vai avaliar o que é o melhor para ele, além de quebrar as barreiras para iniciar com uma consulta virtual. 

2. Proteção dos dados dos pacientes

Outro aspecto desafiador das teleconsultas é a proteção dos dados pessoais dos pacientes, pela maior possibilidade de vazamento de informações. A regulamentação da telemedicina com uma legislação de caráter permanente deve prever a preservação e sigilo das informações, especialmente porque a área da saúde lida com dados sensíveis das pessoas. Superando o 2º desafio:

  • Todos os profissionais envolvidos no fluxo de dados – desde recepção, atendimento médico, realização dos exames, até o armazenamento dos dados pós-consulta - devem ser treinados de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD);
  • Investir em tecnologia e sistemas que permitam a realização de consultas a distância com segurança. 

Dica: avise seus pacientes sobre todos os cuidados que sua clínica e você providenciaram para que os dados e informações transmitidos por ele estejam seguros. 

3. Dificuldade de acesso

Ao mesmo tempo em que o uso da telemedicina facilita o acesso à saúde em muitas situações, ela também expõe as desigualdades sociais ao levantar desafios do atendimento remoto para populações vulneráveis, pela precariedade de conexão ou escassez de dispositivos tecnológicos. Superando o 3º desafio:

  • Criação de pontos de atendimento em lugares remotos que permitam à população local se consultar com médicos que estão distantes, seja por iniciativa pública ou privada. Todo profissional pode ser colaborador de iniciativas já existentes ou mesmo ajudar na divulgação desses serviços. Exemplos:
    • Consultório Virtual: plataforma do SUS que emite um endereço eletrônico para o paciente e a consulta é realizada por videochamada ou ligação telefônica. As consultas são registradas permitindo a emissão de atestados e receitas;
      Público principal: pacientes com doenças crônicas, hipertensão e diabetes. Foram contabilizados 25 mil atendimentos de maio a dezembro de 2020* 

*Expressividade baixa se comparado a operadores privados de telemedicina que, no mesmo período, atenderam 5 milhões de pessoas. 

    • Missão Covid: plataforma criada pelo médico cardiologista Leandro Rubio, que oferece atendimento gratuito a pessoas com sintomas de covid-19.  Foram realizados 91 mil atendimentos em 1 ano. Ao todo, participaram 1.400 profissionais sendo que cada um realizou 5 consultas por dia. Nessa plataforma passaram pacientes sem convênio médico, idosos e pessoas sem acesso à saúde, inclusive indígenas.
    • TeleSUS: oferece atendimento pré-clínico por telefone, chat e WhatsApp, além de acompanhamento e monitoramento remoto de casos suspeitos de covid-19 e suporte para profissionais de saúde sanarem suas dúvidas. O atendimento telefônico soluciona o problema da falta de conexão. 

 

Alertas!

  • A telemedicina deve seguir os mesmos padrões normativos e éticos usuais do atendimento presencial, inclusive em relação aos pagamentos;
  • A teleconsulta precisa ter o mesmo procedimento das consultas presencias: anotar tudo, fazer a anamnese, interrogatório, exame físico etc;
  • O ensino também deve ser adaptado para preparar melhor os profissionais da saúde para o atendimento remoto. As sociedades médicas devem definir as boas práticas para cada situação e o CFM deverá decidir os limites para o atendimento nessa modalidade, o que pode ser feito a distância e o que precisa ser presencial. 

Clique aqui  para baixar o infográfico.

 

Fontes: 1. Agência Brasil. Lei da telemedicina completa um ano ainda com desafios. 2. Futuro da Saúde. Quais são os desafios da telemedicina para 2021? 3. Global Summit Telemedicine & Digital Health. Telemedicina veio para ficar, mas ainda precisa superar desafios. 4. GZH. Tecnologia é aliada, mas impõe desafios urgentes para a telemedicina.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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