Trombofilia pode impactar fertilidade e gestação: entenda o que é e quando investigar 

A trombofilia é uma condição que pode levar à coagulação excessiva do sangue, formando coágulos que podem prejudicar a fertilidade e a gestação. Entenda o que é essa condição, seu impacto na saúde reprodutiva e os sinais que indicam a necessidade de investigação. 

Publicado em: 23 de setembro de 2025  e atualizado em: 8 de outubro de 2025
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A trombofilia é uma tendência genética ou adquirida de formar coágulos de sangue, que podem bloquear o fluxo sanguíneo em veias e artérias¹. Ela pode ser hereditária, presente desde o nascimento, ou adquirida ao longo da vida, como resultado de outras doenças ou tratamentos². Quando o sangue coagula de forma anormal, ele pode afetar a microcirculação, especialmente na placenta, o que representa um risco para a saúde da gestante e do feto. O diagnóstico e o tratamento adequados são essenciais para prevenir complicações e garantir o sucesso de uma gravidez. 

Como a trombofilia afeta a gravidez? ³ 

Na gestação, o corpo da mulher já está em um estado de maior coagulabilidade para prevenir hemorragias no parto. Para mulheres com trombofilia, essa tendência é intensificada, o que pode levar a uma formação de microcoágulos na placenta. Essa condição afeta o fluxo sanguíneo entre mãe e feto, podendo resultar em:

  • Abortos de repetição: Mais comuns no primeiro trimestre. 
  • Trombose placentária: Coágulos que se formam na placenta e comprometem a nutrição e oxigenação do feto. 
  • Complicações na gestação: Como restrição de crescimento fetal, descolamento prematuro de placenta e pré-eclâmpsia. 
  • Trombose venosa profunda: Maior risco de formação de coágulos nas pernas da gestante, podendo levar a um quadro de embolia pulmonar. 

Quando investigar a trombofilia?¹ 

A investigação para trombofilia não é recomendada para todas as mulheres. Os exames são indicados para aquelas que apresentam um histórico que sugere a condição, tais como:

  • Trombose anterior: Histórico pessoal de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar, principalmente em idade jovem ou sem uma causa aparente. 
  • Abortos de repetição: A trombofilia é uma das causas investigadas em casos de três ou mais abortos espontâneos consecutivos. 
  • Complicações obstétricas graves: Mulheres com histórico de morte fetal, restrição grave de crescimento fetal ou pré-eclâmpsia severa. 
  • Histórico familiar: Pessoas com parentes de primeiro grau que tiveram trombofilia. 

O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue específicos, que devem ser solicitados e interpretados por um médico especialista, como um hematologista, ginecologista ou obstetra. O tratamento, que geralmente envolve o uso de medicamentos anticoagulantes, deve ser iniciado e acompanhado pelo profissional, de forma individualizada. 
  
Referências 
1. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Manual de Orientação em Trombofilia na Gestação. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/manual-de-orientacao-trombofilia.pdf. Acesso em: 05 set. 2025. 
2. Universidade de São Paulo (USP) - Hospital das Clínicas. Trombofilias em Ginecologia e Obstetrícia. Disponível em: https://www.hc.fm.usp.br/trombofilias-em-ginecologia-e-obstetricia. Acesso em: 05 set. 2025. 
3. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Blood Clotting and Pregnancy. Disponível em: https://www.cdc.gov/ncbddd/bloodclotting/pregnancy.html. Acesso em: 05 set. 2025. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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