Aprenda o que é fome emocional
Saiba diferenciá-la da fome física e como manter o equilíbrio para uma boa saúde digestiva
Existe uma relação entre o sistema digestivo e o cérebro que pode afetar alguns processos fisiológicos, como a sensação de saciedade, o mecanismo da digestão dos alimentos e na regulação do metabolismo dos açúcares e gordura no organismo. Em momentos de ansiedade, os sinais decorrentes do estômago têm efeitos no bem-estar e no humor psicológico¹. E é durante este “processo” que a fome emocional aparece e, principalmente, o desejo de comer alimentos não saudáveis.
Além da ansiedade, existem alguns fatores que podem desencadear a fome emocional, entre elas estão as incertezas, preocupações diárias, desafios, estresses e noites mal dormidas.
Saiba diferenciar a fome física da fome emocional²
Para entender o momento em que você está passando e saber se a sua fome contínua tem vínculo emocional, procurar ajuda especializada é importante. Depois, é preciso aprender a diferenciar o que é a fome física da chamada fome emocional. Veja abaixo alguns sinais que ajudam a distingui-las:Fome física
- Surge gradativamente e vai aumentando;
- Aparece algum tempo depois após a última refeição;
- Principais sinais fisiológicos são: estômago roncando, irritabilidade fraqueza, etc.
- Comer traz sensação de saciedade;
- Não há sentimentos negativos associados a comer.
Fome emocional
- Surge instantaneamente;
- O horário da última refeição é indiferente;
- Vontade de comer algo em específico, mas ainda assim, o alimento não te satisfaz;
- Não há sinais fisiológicos;
- Pode aparecer sentimentos negativos após comer.
Problemas que a fome emocional pode causar
Além do ganho de peso, a má alimentação, ou a ingestão de alimentos em excesso, pode resultar em dor ou desconforto na parte superior do abdômen, azia e má digestão, podendo desencadear algumas condições pré-existentes, como a dispepsia funcional, que tem sintomas persistentes, sendo os principais à saciedade precoce, dor e queimação gástrica, e uma sensação desagradável de alimentos no estômago, chamada plenitude pós-prandial; o refluxo gastroesofágico – explicamos mais detalhadamente o que é neste artigo aqui; e até mesmo a úlcera¹ 4.
Arrotos, náusea e vômito e transtornos de ruminação, quando a pessoa regurgita repetidas vezes os alimentos após ingeri-los também são sintomas que podem ser atribuídos a problemas gastrointestinais adquiridos por conta da alimentação não adequada4.
Além de uma boa alimentação, adotar uma dieta com alimentos saudáveis, os horários regulares também contribuem para uma boa digestão³. É importante procurar uma ajuda médica quando os primeiros sintomas aparecerem ou a dor for persistente. O profissional irá identificar as causas e recomendar o melhor remédio para o tratamento.
Clique aqui para conhecer os principais problemas gastrointestinais.
Algumas dicas para comer bem e evitar as dores no estomago²
- Procure fazer as refeições em um ambiente tranquilo, longe da televisão, celular, computador, entre outros;
- Sempre que possível, faça as refeições na mesa;
- Preste atenção no alimento, coma devagar, mastigando-o bem;
- Aprecie a refeição, utilizando-se dos cinco sentidos enquanto se alimenta: escute o som enquanto mastiga, seu aroma, sabor e textura;
- Perceba os sinais de fome e saciedade no seu corpo;
- Faça pausas durante as refeições para entender se ainda está com fome ou já está satisfeito.
Fontes: 1. HOLTMANN, G., TALLEY, N. J. The stomach-brain axis. Best Practice & Research Clinical Gastroenterology, Volume 28, Issue 6, 2014, Pages 967-979,. Último acesso em 30 de novembro de 2021. 2. Orientações sobre alimentação consciente para evitar o comer emocional. Instituto Federal do Espírito Santo. Último acesso em 29 de novembro de 2021. 3. CAMILLERI M, BUÉNO L, ANDRESEN V, et al. Pharmacological, Pharmacokinetic, and Pharmacogenomic Aspects of Functional Gastrointestinal Disorders. Gastroenterology 2016;150:1319–1331. Último acesso em 30 de novembro de 2021. 4. STANGHELLINI V., CHAN F. K. L., HASLER W. L.; MALAGELADA J. R.; SUZUKI H., TACK J., TALLEY, N. J. Gastroduodenal Disorders. Gastroenterology 2016;150:1380–1392.