A afta é clinicamente conhecida pelos médicos como estomatite aftosa recorrente. Elas são pequenas lesões que surgem na boca, na língua ou na garganta, provocando desconforto ao falar, comer ou engolir. A afta não é contagiosa e pode ser periódica ou não. Sua causa pode estar associada a fatores locais (como mordidas ou reações alérgicas), fatores sistêmicos (genética, doenças imunológicas ou deficiências nutricionais) ou manifestação secundária de outras doenças, como a celíaca ou a doença de Crohn¹.

Saiba mais:

Doença celíaca, leia neste artigo aqui.

Doença de Crohn – conheça mais sobre os problemas gastrointestinais neste artigo aqui.

A afta e a baixa imunidade

As aftas que aparecem de forma recorrente podem estar associadas à baixa imunidade, provocada por quadros de estresse e ansiedade. Neste caso, a melhor forma de prevenir o seu aparecimento é buscar maneiras de controlar os quadros de estresse. Exercícios físicos podem ajudar¹ ². 

As aftas recorrentes também podem ser provocadas pela deficiência de vitaminas, minerais e nutrientes como a vitamina B12, o ácido fólico, o ferro e o zinco¹. Vale consultar um profissional de saúde, que pode solicitar exames para verificar o nível desses compostos no seu organismo e, assim, indicar a  conduta para corrigir uma possível deficiência.

Tratamento da afta² ³ ⁵ 

As aftas tendem a desaparecer sozinhas entre dez e quatorze dias, porém, caso persista por mais tempo, um profissional de saúde, como o dentista ou um gastroenterologista, deve ser consultado pois ela pode ser um sintoma de algo mais grave no organismo.

Em caso de muita dor, existem pomadas tópicas que devem ser aplicadas diretamente sobre a afta e ajudam a reduzir a inflamação, aliviando a dor. Medicamentos para alívio da dor também podem ser usados, sempre com recomendação médica.

Caso seja acometido por aftas, alguns cuidados devem ser tomados:

●        Mantenha uma boa higiene oral, preferencialmente com pastas de dentes sem detergentes iônicos;

●        Utilize escovas de dentes de cerdas suaves para não agravar as lesões;

●        Faça bochechos com antisséptico bucal diariamente ou solução salina;

●        Evite alimentos ácidos ou condimentados, como limão, kiwi, tomate e pimenta, por exemplo;

●        Evitar alimentos muito quentes;

●        Evitar bebidas alcoólicas. 

Colocar gelo na lesão por até dez minutos pode aliviar a dor de forma temporária. 

Outros tipos de estomatite4

A afta está dentro das condições clínicas que os médicos chamam de estomatite, ou seja, inflamação da mucosa oral. Além da afta, destacamos outras duas que podem ser comuns entre as pessoas:

Estomatite protética: a inflamação pode acontecer em pessoas que usam próteses totais removíveis (dentadura) ou aparelho dentário. Provoca áreas avermelhadas, principalmente no céu da boca, além de queimação, dor e gosto desagradável. Melhorar a higienização da boca e do aparelho podem ajudar a diminuir a recorrência desta condição.

Gengivoestomatite herpética primária: é provocada pelo vírus do herpes simples (HSV) e ocorre com mais frequência em crianças entre um a cinco anos, adolescentes e jovens adultos. Pode vir acompanhada de febre, dor de cabeça e mal-estar e as lesões podem aparecer por toda a boca, inclusive lábios e gengivas.

Fontes:

1. Quais são as causas e como tratar a estomatite aftosa recorrente (aftas). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Último acesso em 10 de setembro de 2022.

2. Aftas. Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde Brasil. Último acesso em 10 de setembro de 2022.

3. Quais as causas e como tratar as ulcerações aftosas recorrentes?. BVS Atenção Primária em Saúde. Último acesso em 11 de setembro de 2022.

4. Quais os sinais, sintomas e tratamento de um paciente com estomatite? BVS Atenção Primária em Saúde. Último acesso em 11 de setembro de 2022.

5. Estomatite aftosa recorrente. Ordem dos farmacêuticos. Último acesso em 11 de setembro de 2022.