A população de idosos vem crescendo de forma importante no mundo e o que parecia ser um problema dos países desenvolvidos vem se reproduzindo nos países menos desenvolvidos¹. A atividade física aparece como uma forma de permitir que os indivíduos mais velhos tenham mais saúde e se tornem mais independentes¹. Para que isso possa ocorrer, o programa de exercícios deve ser feito com segurança, habitualmente precedido de um teste ergométrico com protocolo individualizado, com programas de atividades apresentando períodos de aquecimento e relaxamento mais longos e graduais¹.
Através da atividade física é possível dar ao idoso a oportunidade para readaptar-se ao meio ambiente, para que a velhice deixe de ter uma conotação negativa e o idoso possa ter um sentimento de satisfação, orgulho, por se sentir disposto, saudável e capaz como as pessoas mais jovens². Este prazer desencadeado pela atividade física poderá ser um importante fator motivacional na sua vida². Outro ponto a enfatizar é que através da participação em atividades físicas bem orientadas, em conjunto com outros fatores como uma boa alimentação e um ambiente sadio, provavelmente haverá a dominância da senescência sobre a senilidade, o que repercutirá em um envelhecimento sadio².
Porém, essas atividades físicas devem ser ministradas de acordo com o próprio ritmo do idoso, respeitando suas limitações e necessidades, devendo ser compatíveis às suas ansiedades para que não deixem de ser uma prática estimulante e agradável². O exercício moderado e regular contribui para preservar as estruturas orgânicas e o bem-estar físico e mental, levando à diminuição do ritmo do processo de degeneração, pois interage para uma melhor função do organismo do idoso, não isoladamente, mas junto às atividades sociais, contribuindo para que as pessoas se libertem de preconceitos, percam complexos e redescubram a alegria e a espontaneidade, reintegrando-se à sociedade².
O exercício físico
Os idosos devem ser submetidos, primeiramente, a um exame clínico e a uma série de exames complementares, que varia de acordo com o paciente e a rotina do serviço¹. Um Teste ergométrico é um exame de baixo risco e muito útil na avaliação inicial e progressiva do grupo de idosos que já praticam ou desejam iniciar suas atividades físicas¹. Esse exame tem por objetivo: estratificação de risco para doença coronária; prescrição de exercícios; determinação da capacidade física inicial; comparação com reavaliações após período de atividade física; modificação dessa prescrição no caso de alteração do quadro clínico ou por mudança na medicação que possa interferir de maneira importante na frequência cardíaca ou da circulação sanguínea¹.
O exercício físico na Terceira Idade deve ser realizado sob supervisão médica e orientado por um profissional de Educação Física². Recomenda-se que a intensidade do treinamento seja progressiva até alcançar o nível ideal de aptidão². Deve-se levar em conta o ritmo e o metabolismo de cada um, a partir do qual a capacidade física será mantida em um patamar estável, pois praticada em excesso pode interferir de maneira negativa na vida de um indivíduo². A prática da atividade física pode ser subdividida em quatro dimensões³:
1) Lazer (exercícios físicos/esportes);
2) Deslocamento ativo (andando a pé ou de bicicleta);
3) Atividades domésticas (lavar, passar, etc);
4) Laboral (atividades relacionadas à tarefa profissional).
A primeira dimensão pode ser classificada como uma atividade estruturada (seguindo as características de exercícios físicos), enquanto que as demais, como não estruturadas, realizadas espontaneamente ao longo do dia³.
A prescrição de exercícios deve encontrar aceitação e satisfação de quem vai praticá-lo, a fim de evitar o desinteresse inicial que poderá resultar em um abandono futuro e, consequentemente, na perda dos benefícios proporcionados pela prática regular da atividade física4. Um programa equilibrado deve conter exercícios aeróbios de baixo impacto, exercícios de fortalecimento muscular e exercícios de equilíbrio e coordenação, visando melhorar o padrão de marcha e reflexos (propriocepção) e com isso diminuir a incidência de quedas4.
Benefícios
Constatamos que o esporte poderá trazer inúmeros benefícios como²:
- Melhorar a autoimagem do indivíduo sobre si próprio;
- Instigar a consciência de suas próprias potencialidades no que se refere aos sentimentos, atitudes e ideias;
- Mostrar a possibilidade do idoso em ter uma vida ativa, física e mentalmente;
- O esporte faz com que as pessoas se sintam mais confiantes e mais seguras emocionalmente;
- Ajuda a incrementar a educação dos indivíduos, acrescendo-lhes a nível cultural;
- Ocorre a liberação de endorfinas no organismo, fazendo com que o idoso se beneficie de um efeito relaxante pós-esforço, passando a dormir bem e conseguindo manter um estado de equilíbrio mais estável;
- Diminuição e controle da ansiedade;
- Significante melhora da qualidade coordenativa.
Fontes: 1. Atividade física na terceira idade. Acesso no dia 23 de abril de 2019. 2. ESPORTES NA TERCEIRA IDADE. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Acesso no dia 23 de abril de 2019. 3. Atividade física e funcionalidade do idoso. Acesso no dia 23 de abril de 2019. 4. Benefícios da atividade física na saúde e qualidade de vida do idoso / Rene de Souza Vianello Argento. Unicamp/ SP. Acesso no dia 23 de abril de 2019.