Desmistificando a epilepsia

É preciso quebrar paradigmas para barrar a discriminação da epilepsia

Publicado em: 22 de fevereiro de 2022  e atualizado em: 24 de junho de 2022
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Ser diagnosticado com alguma doença sempre gera dúvidas e inseguranças sobre como será nossa vida a partir desta descoberta. Aceitar, buscar informações sobre o problema e aprender a conviver da melhor forma possível com ele pode levar algum tempo, mas é o melhor caminho para que possamos buscar uma vida ativa e normal.

A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns e afeta cerca de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)¹. Mas, apesar de ser um distúrbio frequente, ainda é grande o desconhecimento da sociedade em relação aos seus sintomas, causas e tratamento. Essa falta de conhecimento impacta diretamente na vida daqueles que a possuem, pois favorecerem a circulação de informações equivocadas e crendices populares em relação à doença. Já é hora de quebrarmos esses paradigmas!

Epilepsia tem tratamento

A melhor arma contra o preconceito continua sendo a informação, por isso, é essencial conhecermos um pouco mais sobre o problema. Saber que epilepsia é uma doença que não está relacionada ao intelecto e que tem tratamento pode ser o primeiro passo para isso. Quando diagnosticada e tratada de forma correta, é possível controlar até 70% dos casos de crises. Pacientes que estão há mais de 10 anos sem apresentar uma crise e há cinco sem utilizar medicações anticonvulsionantes já podem ser considerados como tendo epilepsia resolvida. E mesmo para aqueles casos em que controlar as crises apenas com medicação não está sendo o suficiente, existe a possibilidade de uma cirurgia para resolver o problema². Ou seja, desde que tratada de forma correta, a epilepsia não é necessariamente um fator limitante na vida do paciente.

Outra informação equivocada sobre a epilepsia é que muitos acreditam que ela seja uma doença mental, quando, na verdade, trata-se de um distúrbio neurológico causado por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro. Além desta desinformação, existem outros mitos que cercam a doença, como falar que ela é contagiosa, que o paciente pode engolir a língua durante uma crise e, até mesmo, que pessoas com epilepsia possuem dificuldades mentais e que não podem dirigir ou ingerir determinadas bebidas e alimentos. Claro que pacientes epiléticos precisam estar atentos à sua condição e realizar o tratamento corretamente, evitar bebida alcóolica, ter uma dieta balanceada, evitar o estresse e ter uma boa noite de sono são as principais recomendações para esses indivíduos²,³.

Você sabia?

Nem sempre as pessoas convulsionam durante uma crise. Alguns pacientes apenas ficam ausentes, parados e com olhar fixo, enquanto outros podem apresentar movimentos musculares involuntários, babar e vomitar. As crises geralmente são rápidas e depois que cessam, o paciente pode não se lembrar do que aconteceu⁴.

Devemos nos lembrar que todas as pessoas, com ou sem epilepsia, possuem limitações/restrições em determinadas áreas de sua vida, em maior ou menor grau. No caso de pacientes que ainda têm crises, a escolha da profissão ou de um esporte deve levar em conta opções que minimizem as chances de acidentes durante um episódio epilético. Pacientes com epilepsia podem e devem levar uma vida normal e ativa²,³.

Vale ressaltar que para a desmistificação da epilepsia é essencial o fornecimento de informações sobre a doença para a sociedade, já que, provavelmente, todo mundo conhece alguém que tema doença. O conhecimento contribui para a superação dos desafios e para o fim do preconceito. Lembre-se que a epilepsia está presente em todas as faixas etárias, de bebês a idosos, e não tem relação com capacidade intelectual do indivíduo. Informe-se e diga não ao preconceito!

 

Fontes: 1. OMS destaca escassez de tratamento para epilepsia em países de baixa renda. OPAS: Organização Pan-Ameircana da Saúde. Último acesso em 17 de fevereiro 2022. 2. Mitos e Verdades. Liga Brasileira de Epilepsia. Último acesso em 17 de fevereiro 2022. 3. Programa especial e esclarecimento de dúvidas no Dia Nacional de Conscentização da Epilepsia. Faculdade de Ciências Médicas. Último acesso em 17 de fevereiro 2022. 4. Epilepsia. Ministério da Saúde. Último acesso em 17 de fevereiro 2022.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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