Entenda a diferença entre a dor anginosa e não anginosa
A dor torácica pode ter diferentes origens
A dor anginosa é associada à angina, uma condição médica que ocorre devido a obstrução ou redução do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. A diminuição do sangue no coração também é conhecida como isquemia cardíaca. A dor é comumente relacionada com as doenças coronárias, que ocorrem devido a esta obstrução. A angina, por sua vez, é descrita usualmente como uma sensação de dor ou desconforto no centro do peito, bem como queimação e aperto. Podendo se espalhar para os braços, mandíbula e ombros (principalmente do lado esquerdo), a dor anginosa costuma surgir durante esforço acometido por atividades físicas, porém aliviada com repouso (1).
A principal responsável pela angina é a aterosclerose, a presença de placas de gordura dentro dos vasos responsáveis pelo transporte do sangue até o coração. O processo ocorre quando estas placas obstruem parte dos vasos a ponto de reduzir o fluxo sanguíneo, causando, assim, a dor (1,3).
Hábitos de vida não saudáveis como tabagismo e sedentarismo podem ser potenciais causas do fenômeno e fatores de risco, tal qual doenças como hipertensão arterial e diabetes. (3)
A dor anginosa, por si só, não é uma doença, e sim um sintoma de um possível problema nas artérias coronárias. A angina prolongada e intensa demanda atendimento imediato visto que o paciente pode estar sofrendo de alguma Síndrome Coronariana Aguda (SCA) (1).
A dor não anginosa, por sua vez, não necessariamente está relacionada ao sistema cardiovascular, e sim ligada a outras causas como pulmões, músculos, esôfago entre outros. Os desencadeadores deste tipo de dor podem ser desde lesões até mesmo inflamações e distensões musculares, causando dores na região. O diagnóstico médico, portanto, é fundamental para identificação da especificação da dor, e a partir disso indicar o tratamento adequado (1).
Segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), a causa cardiovascular representa aproximadamente 30% das causas de fatalidades. (1)
Diagnóstico
Em caso de dor torácica, o procedimento clínico padrão é inicialmente identificar se o desconforto tem características anginosas através dos seguintes critérios (2):
- Dor tipo A: Definitivamente anginosa: características que dão certeza de Síndrome Coronariana Aguda;
- Dor tipo B: Provavelmente anginosa: características que tornam a Síndrome Coronariana Aguda a principal hipótese diagnóstica, necessitando de exames complementares para confirmação;
- Dor tipo C: Provavelmente não anginosa: características que não tornam a Síndrome Coronariana Aguda a principal hipótese diagnóstica, necessitando de demais exames para excluir a possibilidade;
- Dor tipo D: Definitivamente não anginosa: dor torácica com características de origem não cardíaca.
Tratamento
O tratamento de dores anginosas é baseado em medicação específica visando a dilatação dos vasos e retomada do fluxo sanguíneo, como nitratos, betabloqueadores e antiplaquetários. Em casos mais extremos, o paciente pode ser submetido a intervenção cirúrgica, através de uma cirurgia de revascularização do miocárdio ou um procedimento que implanta um stent a fim de dilatar as artérias e desobstruí-las. É importante ressaltar que o tratamento da dor deve ser realizado juntamente com o combate dos fatores de risco para aumentar as chances de sucesso. (3)
Referências: 1. Angina | Guia de Doenças e Sintomas. Hospital Israelita Albert Einstein. Último acesso: 29 de Novembro de 2023. 2. A Importância da Avaliação da Dor Torácica - na Insuficiência Coronariana Aguda. Revista SOCERJ Vol XII Nº 1. Último acesso: 29 de novembro de 2023. 3. Angina: O que é, sintomas, tratamentos e causas. Rede D’or. Último acesso: 29 de novembro de 2023.