Dor oncológica: o que é e como é tratada pelo SUS

Entenda os tipos de dor no câncer e as opções de tratamento

Publicado em: 17 de junho de 2025  e atualizado em: 17 de junho de 2025
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A dor relacionada ao câncer é um desafio enfrentado por muitos pacientes, podendo ocorrer em diferentes fases da doença e afetando significativamente sua qualidade de vida. No entanto, essa dor não precisa ser encarada como um sofrimento inevitável ou silencioso. Compreender as suas causas, tipos e as possibilidades de tratamento é fundamental para garantir o direito ao alívio do sofrimento e o cuidado integral. ¹

O que é dor oncológica? ¹, ²

A dor oncológica pode ser classificada como aguda ou crônica e tem múltiplas origens. Ela pode resultar diretamente do tumor, que comprime ou invade nervos, ossos e órgãos; ser consequência dos tratamentos, como quimioterapia, radioterapia e cirurgias; ou ainda surgir de outras condições associadas à doença.

Existem diferentes tipos de dor, cuja distinção é essencial para uma abordagem terapêutica eficaz:

● Dor nociceptiva: causada por lesão nos tecidos, podendo ser somática (como na estrutura óssea) ou visceral (órgãos internos);

● Dor neuropática: decorrente de lesão ou disfunção do sistema nervoso, frequentemente descrita como queimação, choque ou formigamento;

● Dor mista: combinação dos dois tipos anteriores.

Como a dor oncológica é tratada? ³

O manejo da dor no câncer exige uma abordagem multidisciplinar. O tratamento farmacológico é a base, incluindo analgésicos simples ou mais potentes, anti-inflamatórios e opioides, prescritos conforme a intensidade da dor e sempre sob acompanhamento médico. Além dos medicamentos, são recomendadas terapias complementares, como fisioterapia, que ajuda a aliviar tensões musculares e melhora a mobilidade, a psicoterapia, que contribui para o enfrentamento do impacto emocional, e práticas integrativas que favorecem o bem- estar geral.

Em casos específicos, procedimentos intervencionistas, como bloqueios nervosos ou cirurgias para controle da dor, podem ser indicados.

O papel do SUS no tratamento da dor oncológica ³,

No Brasil, o acesso ao tratamento da dor oncológica pelo SUS é um direito garantido por lei e reforçado pelas diretrizes do Ministério da Saúde. Os cuidados paliativos, que priorizam o alívio do sofrimento e a qualidade de vida, são oferecidos em unidades hospitalares especializadas, ambulatórios e também no atendimento domiciliar, quando necessário. O Ministério da Saúde desenvolve programas para garantir a disponibilidade de medicamentos essenciais para o controle da dor e promove a capacitação contínua de profissionais de saúde para a melhor assistência aos pacientes com câncer.

Importância do alívio da dor no câncer ², ³

Aliviar a dor não significa apenas proporcionar conforto físico, mas também preservar a dignidade, favorecer a saúde emocional e permitir que o paciente mantenha sua autonomia e relacionamentos. O controle efetivo da dor contribui para o engajamento no tratamento oncológico e na vida social e familiar.

Por isso, é fundamental que pacientes e familiares comuniquem à equipe de saúde qualquer dor persistente ou que cause sofrimento intenso, para que o tratamento da dor seja ajustado adequadamente.

Referências

1. Ministério da Saúde. Diretrizes para o manejo da dor e cuidados paliativos no câncer. Brasília: MS; 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-z/cancer
2. Organização Mundial da Saúde (OMS). Tratamento da dor oncológica: guia prático para profissionais de saúde. Genebra: OMS; 2021. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240038171
3. Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED). Manejo da dor no câncer: aspectos clínicos e terapêuticos. Revista Dor, 2023;24(1):35-48. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rdor/a/BG8Wq3ThsPbvJK2Px7m4b9M/?lang=pt
4. Fiocruz. Cuidados paliativos no SUS: avanços e desafios para o controle da dor oncológica. Brasília: Fiocruz; 2023. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/cuidados-paliativos


 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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