Entenda melhor sobre a prematuridade e a importância dos bancos de leite humano 

A melhor forma de evitar a prematuridade é realizar o acompanhamento da gestação por meio do pré-natal 

Publicado em: 22 de novembro de 2023  e atualizado em: 23 de novembro de 2023
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De acordo com o Ministério da Saúde, em média 340 mil bebês nascem prematuros, ou seja, antes de completarem 37 semanas. O parto prematuro ocorre quando a mãe dá à luz antes de completar os nove meses de gestação, por motivos que vão desde infecção uterina, ruptura prematura da bolsa amniótica, descolamento da placenta, até doenças que têm relação com a saúde da grávida, como anemia ou pré-eclâmpsia. 
 
Quando o bebê nasce prematuro, normalmente é encaminhado à UTI neonatal para que o seu desenvolvimento seja acompanhado, não existindo tempo mínimo ou máximo para sua permanência na unidade. O acompanhamento próximo oferece o suporte necessário para que cresçam com qualidade, tornando-se capazes de respirar, sugar e deglutir por conta própria, habilidades que somente estarão desenvolvidas aproximadamente a partir da 34ª semana de gestação. 
 
De acordo com estudo divulgado em maio de 2023 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na década passada nasceu um bebê prematuro a cada dois segundos no mundo, com alta taxa de mortalidade: 20% das crianças que vão a óbito até 5 anos de idade têm como causa a prematuridade. O Brasil está entre os 10 países que conseguiram reduzir a taxa de prematuridade de forma mais rápida no período, mais de 5% entre 2010 e 2020. No entanto, é importante observar que isso equivale a uma redução média de cerca de 0,5% ao ano. 
 
A melhor forma de evitar a prematuridade é realizar o acompanhamento da gestação por meio do pré-natal, pois desta forma o médico pode saber se existem indícios de que o bebê virá antes do tempo recomendado. De maneira geral, o parto prematuro pode ser constatado por meio de sintomas, como: 

  • Contrações uterinas frequentes e regulares
  • Perda de líquido vaginal
  • Aumento da sensação de pressão (ou dor) na região pélvica
  • Dores lombares que irradiam
  • Cólica intensa 

Ao notar algum desses sintomas, a gestante precisa buscar atendimento médico, para assim poder tomar as devidas precauções.  
 
Qual a relação com os Bancos de Leite Humano?  
 
Para que os bebês se recuperem e se desenvolvam nas UTIs neonatais, o aleitamento humano é essencial. Dentre os benefícios do aleitamento estão a diminuição da ocorrência de alergias, problemas respiratórios, melhora na imunidade e adequado ganho de peso.   
 
O bebê recebe todos os benefícios da composição nutricional e imunológica do leite humano: fortalecimento da imunidade, melhor crescimento e desenvolvimento global, principalmente, cognitivo; proteção contra anemia, desnutrição, além de outras doenças em longo prazo, tais como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Por esse motivo, a OMS recomenda que o aleitamento materno seja exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e, se possível, mantido até os 2 anos.  
 
No caso de mães que não conseguem produzir leite suficiente, a solução é o recebimento do leite humano doado, que passa por um processo de pasteurização nos bancos de leite.  
 
As fórmulas infantis artificiais, outra opção ao leite humano, aumentam o risco do de Enterocolite Necrosante (ECN). A Enterocolite Necrosante é uma doença que afeta mais comumente recém-nascidos prematuros, podendo causar inflamações e lesões no intestino, a depender da interação entre os nutrientes da dieta, a flora intestinal e o sistema imunológico deficiente. Caso se torne grave, uma porção do intestino pode necrosar, ocasionando perfuração intestinal e inflamação do peritônio (camada que reveste a cavidade abdominal), situação de maior gravidade, que pode requerer inclusive cirurgias. Entre os sintomas estão abdômen distendido, brilhante e doloroso. 
 
A doação de leite humano também auxilia na Colostroterapia, uso do colostro, primeiro leite produzido quando a mãe começa a amamentar, nos primeiros sete dias após o nascimento, com o intuito de aumentar a imunidade do bebê nesses primeiros dias de vida. O colostro é rico em vitaminas lipossolúveis e anticorpos. Nos casos em que o bebê está se alimentando por sonda, a mãe retira uma gota de colostro e passa na parte de dentro da bochecha da criança. Terapia que também reforça os laços afetivos entre ela e o recém-nascido. 
 
Hoje, o Brasil tem 228 Bancos de Leite Humano, 240 postos de coleta, além da coleta domiciliar que existe em algumas regiões. Apesar de não ser de conhecimento da maioria da população, o país conta com a maior e mais complexa Rede de Banco de Leite Humano do mundo. 
 
O modelo brasileiro de banco de leite humano é reconhecido no mundo, devido ao desenvolvimento tecnológico inédito, capaz de unir baixo custo de operação e alta qualidade. Outro diferencial está na capacidade de distribuição do leite de acordo com as necessidades específicas de cada bebê, o que aumenta a eficácia, quando falamos em redução da mortalidade neonatal. Para que esses bancos funcionem, as mulheres precisam se conscientizar da existência dos bancos e da importância de doar o leite excedente.  
 
Após a coleta do leite, ele é devidamente analisado, processado, armazenado e a seguir, direcionado às instituições cadastradas para beneficiar outros bebês. 
 
Em nosso banco de leite (Lactare), nos últimos quatro anos, já foram coletados mais de 8,4 mil litros de leite, ajudando na recuperação de mais de 3 mil recém-nascidos internados em UTIs neonatais de hospitais parceiros. 
 
A doação de leite humano é um ato muito importante, com o qual muitas mulheres lactantes podem contribuir. Cada gota conta para os bebês que vão receber o leite. Participe desse movimento de solidariedade, inscreva-se no Lactare e ajude a salvar vidas. Conheça tudo sobre o banco de leite neste link: https://eurofarma.com.br/banco-de-leite 
 
Referências: 1. Novembro Roxo: Ministério da Saúde alerta para prevenção da prematuridade. Ministério da Saúde. Último acesso em  23/11/2023. 2. Atenção À saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. 2ª edição. Volume 4. 2014. Ministério da Saúde. Último acesso em  23/11/2023. 3.  Atenção À saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. 2ª edição. Volume 1. 2011. Ministério da Saúde. Último acesso em  23/11/2022. 4. Uma história de amor em quatro etapas. Sociedade Brasileira de Pediatria. Último acesso em 23/11/2023. 5. Lopes, JB, Oliveira LD, Soldateli B. Colostroterapia: uma revisão da literatura. Demetra; 2018; 13(2); 463-476. 6. Abdallah VOS, Ferreira DMLM. Uso do colostro na alimentação de recém-nascido pré-termo: vantagens e dificuldades. In: Sociedade Brasileira de Pediatria; Procianoy RS, Leone CR, organizadores. PRORN Programa de Atualização em Neonatologia: Ciclo 13. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2015. p.9-27. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v.1. 7. Ferreira DMLM, Abdallah VOS, Camelo Junior JS. Colostroterapia – a utilização do colostro como imunoterapia. In: Sociedade Brasileira de Pediatria; Procianoy RS, Leone CR, organizadores. PRORN Programa de Atualização em Neonatologia: Ciclo 12. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2015. p.9-26. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v.4. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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