Febre Maculosa: o que é?

Doença circula em território nacional desde 1929 e causou mortes em 2023

Publicado em: 20 de setembro de 2023  e atualizado em: 6 de outubro de 2023
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Há 92 anos, registrou-se o primeiro caso de febre maculosa no Brasil e, de acordo com o Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, entre 2000 e 2022, foram 2.636 infecções, com 920 óbitos, sendo a maior concentração de casos nas regiões Sudeste e Sul1.

Em 2023, o país já registrou 49 casos e 6 mortes, de acordo com dados do MS e de Secretarias Estaduais de Saúde1.

Segundo o Ministério da Saúde, dos casos confirmados, 70,7% foram de pessoas do sexo masculino e em maior proporção na faixa etária de 35 a 49 anos. Quanto à exposição de risco aos animais, 74,7% relataram terem sido expostos a carrapatos. Ficando em segundo lugar a exposição a cães e gatos, com 41% dos casos².

O que é?

A febre maculosa é uma infecção aguda que pode ser assintomática ou, em casos mais graves, levar ao óbito se não for tratada rapidamente¹.

No Brasil, estão associados à infecção por duas espécies conhecidas como:

● Rickettsia rickettsii: responsável pelo quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada grave, acontece com frequência no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região Sudeste2.

● Rickettsia parkeri: encontrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará) produzindo quadros clínicos menos graves2.

Em território nacional, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, conhecido como carrapato estrela, porém qualquer espécie de carrapato pode abrigar a bactéria causadora ².

O nome

Dois motivos levaram a doença a ter este nome: o quadro de febre no paciente e o aparecimento de manchas avermelhadas na pele, conhecidas como máculas¹.

Sintomas

Os sintomas geralmente são1,2:

●     Febre;

●     Dor de cabeça intensa;

●     Náuseas e vômitos;

●     Diarreia e dor abdominal;

●     Dor muscular constante;

●     Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;

●     Gangrena nos dedos e orelhas;

●     Paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória.

Diagnóstico

O diagnóstico da febre maculosa é difícil, pois nos primeiros dias os sintomas são parecidos com outras patologias, como a leptospirose, dengue, hepatite viral, malária, sarampo e pneumonia 2,3.

É essencial que, em caso de suspeita, a pessoa procure um médico para avaliar os sintomas e faça exames para confirmar o diagnóstico³.

Tratamento

Para evitar formas mais graves da doença, é recomendável que o paciente procure uma unidade de saúde - assim que surgirem os primeiros sintomas. O tratamento inicial é feito com antibióticos específicos. A falta ou demora do tratamento podem agravar o caso, podendo levar ao óbito 2,3.

Como prevenir

Para evitar a doença é preciso observar se você está em um local exposto a carrapatos e seguir alguns cuidados²:

●     Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato;

●     Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;

●     Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;

●     Use repelentes de insetos;

●     Verifique se você ou seus animais de estimação estão com carrapatos;

●     Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça;

●     Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água;

●     Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença;

●     Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos insetos.

 

Referências: 1. Em entrevista, pesquisadora explica o que é a febre maculosa. Fiocruz. Último acesso: 28 de agosto de 2023. 2. Febre Maculosa. Ministério da Saúde. Último acesso: 28 de agosto de 2023. 3. Ministério da Saúde apresenta números da febre maculosa no Brasil. AMECI. Último acesso: 28 de agosto de 2023. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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