Existem diversos tipos de transtornos alimentares que atingem homens e mulheres durante a adolescência ou idade adulta no mundo todo, sendo mais frequente em mulheres (1,2).   

Alguns dos tipos mais comuns são anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar periódica. Neste artigo, você poderá saber sobre o que é o transtorno alimentar, quais são os sintomas e qual o melhor tipo de tratamento.

O que é 

Transtornos alimentares são doenças causadas pelo estado de saúde mental do paciente, causando sofrimento grave e/ou preocupação com o peso ou a forma do corpo. Algumas condições podem estar associadas, tais como ansiedade, abuso de substâncias e depressão (1,3).

Muitas pessoas ingerem alimentos inadequadamente ou excessivamente prejudicando o seu bem-estar e, com isso, desenvolvem problemas de saúde durante qualquer fase da vida, seja na adolescência ou na fase adulta. (1,3)

Tipos 
 
Os mais comuns são:

Anorexia Nervosa 
 
Muitas pessoas que sofrem desta patologia têm medo excessivo de ganhar peso e se recusam a manter um peso corporal saudável, criando em si uma percepção irreal da imagem corporal.  
 
Existem dois subtipos de anorexia nervosa (2):  

• Restritivo: os indivíduos perdem peso principalmente por meio de dieta, jejum ou exercícios físicos excessivos (2);
• Tipo de compulsão alimentar/purgativa: as pessoas se envolvem em comportamentos intermitentes de compulsão alimentar e/ou purgação (vômitos, uso de laxativos ou diuréticos) (2,3).

Com o tempo, alguns sintomas podem se desenvolver (1, 2, 3):

• Diminuição dos períodos menstruais;
• Tontura ou desmaio por desidratação;
• Cabelos/unhas quebradiços;
• Intolerância ao frio;
• Fraqueza muscular, anemia;
• Azia e refluxo;
• Constipação severa, inchaço e plenitude após as refeições;
• Fraturas por estresse devido ao exercício compulsivo, bem como perda óssea, resultando em osteopenia ou osteoporose (enfraquecimento dos ossos);
• Depressão, irritabilidade, ansiedade, falta de concentração e fadiga.

Bulimia Nervosa (2) 
 
Pessoas com bulimia nervosa podem estar um pouco abaixo do peso normal, sobrepeso ou até mesmo obesos (2,3).  
 
Muitos pacientes têm sinais silenciosos, pois seus corpos não parecem estar abaixo do peso, além de comportamentos ocultos que também passam despercebidos por pessoas próximas (2,3).  
 
Alguns sinais de que a doença está se manifestando são (2): 

• Idas frequentes ao banheiro logo após as refeições;
• Grandes quantidades de alimentos desaparecendo ou embalagens e recipientes de alimentos vazios inexplicáveis;
• Dor de garganta crônica;
• Inchaço das glândulas salivares nas bochechas e mandíbula;
• Cárie dentária resultante da erosão do esmalte do dente pelo ácido estomacal;
• Azia e refluxo gastroesofágico;
• Uso indevido de laxantes ou pílulas dietéticas;
• Diarreia recorrente inexplicável;
• Uso indevido de diuréticos;
• Tonturas ou desmaios;
• Desidratação. 

Transtorno de Compulsão Alimentar (2,3) 
 
Os pacientes que sofrem com Transtorno da Compulsão Alimentar perdem o controle sobre sua alimentação, por isso, podem apresentar obesidade e desenvolver outras patologias, como a hipertensão, diabetes e outras doença cardiovasculares (1,3).  
 
Podem ocorrer episódios de compulsão alimentar, consumo de grandes quantidades de comida em um breve período e angústia após o comportamento compulsivo (2,3). 
 
O diagnóstico requer compulsão alimentar frequente, associado a uma sensação de falta de controle e a três ou mais das seguintes características (2,3):

• Comer mais rápido do que o normal;
• Comer até ficar desconfortavelmente satisfeito;
• Comer grandes quantidades de comida quando não está com fome;
• Comer sozinho por sentir vergonha do quanto está comendo;
• Sentir-se desgostoso consigo mesmo, deprimido ou muito culpado após uma compulsão.

Tratamento 
 
É importante procurar profissionais precocemente para todos os tipos de transtornos alimentares, pois pessoas que possuem esses distúrbios correm maior risco de suicídio e complicações médicas (1,2).  
 
Além disso, podem ter outros transtornos mentais, como depressão, ansiedade ou abuso de substâncias (2,3).  
 
No geral, existem tratamentos adaptados às necessidades individuais (3):

• Psicoterapia individual, em grupo e/ou familiar
• Atendimento e acompanhamento médico  
• Aconselhamento nutricional

Medicamentos

Cada doença exige um tipo específico de cuidado que se deve ficar atento (3): 
 
Anorexia nervosa  
 
Antes de qualquer diagnóstico precipitado, é necessária a avaliação de um profissional, como psicólogos e psiquiatras, para seguir um plano nutricional, a fim de combater a ansiedade em comer e praticar o consumo de uma ampla e equilibrada variedade de alimentos, em refeições regularmente espaçadas (2,3). 
 
Já no caso de anorexia nervosa grave, quando o tratamento ambulatorial não é eficaz, pode ser indicada a admissão em um programa de internação ou atendimento residencial especializado em comportamento (2,3).  
 
Bulimia nervosa  
 
É recomendado realizar o acompanhamento médico nos casos de bulimia nervosa grave para identificar e tratar essa condição. Outra solução é a terapia cognitivo-comportamental ambulatorial que ajuda os pacientes a normalizarem seu comportamento alimentar e a gerenciar pensamentos e sentimentos que perpetuam o distúrbio (3).  

Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica

O tratamento para quem possui essa doença pode ser realizado em conjunto com psicólogos, nutricionistas e profissionais de outras especialidades (2,3).  

As principais alternativas são a terapia cognitivo-comportamental, a psicoterapia interpessoal, a participação em grupos de apoio, o tratamento da depressão quando presente e o uso de medicamentos para redução do peso (3).  

Caso o paciente tenha suspeitas de ser um portador dessa entidade, é aconselhável que procure atendimento de um médico psiquiatra para que o caso seja bem avaliado.  

Referências: 1. Conceito e Tipos mais Frequentes de Transtornos Alimentares. Sociedade Brasileira de Diabetes. Último acesso: 10 de Julho de 2023; 2. What are Eating Disorders?. American Psychiatry Association. Último acesso: 10 de Julho de 2023; 3. Eating Disorders. National Institutes of Health. Último acesso: 11 de Julho de 2023.