Saúde mental e câncer: por que o cuidado emocional é tão importante quanto o físico

Entenda a importância do suporte emocional durante o tratamento

Publicado em: 26 de junho de 2025  e atualizado em: 26 de junho de 2025
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Receber um diagnóstico de câncer é um momento que abala não apenas o corpo, mas profundamente o lado emocional do paciente. A jornada do tratamento oncológico é desafiadora, repleta de incertezas, medos e transformações físicas e emocionais. Por isso, o cuidado emocional se torna tão vital quanto o tratamento físico, sendo um pilar fundamental para a recuperação integral e a manutenção da qualidade de vida dos pacientes ¹.

O Impacto Abrangente do Diagnóstico ², ³

O impacto de um diagnóstico de câncer é, muitas vezes, avassalador. É comum que pacientes experimentem uma montanha-russa de emoções, que podem variar do choque e negação à raiva, tristeza profunda e ansiedade. A perspectiva de enfrentar longos tratamentos, os efeitos colaterais das terapias e as mudanças na imagem corporal podem gerar um estresse contínuo e significativo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a importância do suporte psicossocial no cuidado ao paciente oncológico, visando melhorar a qualidade de vida e aliviar o sofrimento. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destaca que o impacto psicológico da doença é imenso, influenciando diretamente a capacidade de enfrentamento e a adesão ao tratamento.

O Papel Essencial do Suporte Psicológico ¹

Nesse cenário complexo, o suporte psicológico emerge como uma ferramenta poderosa e indispensável. O acompanhamento com psicólogos e, quando necessário, psiquiatras, pode ajudar o paciente a processar o diagnóstico, a lidar com o medo do desconhecido, a desenvolver estratégias de enfrentamento para o caso de ocorrerem dores e os efeitos colaterais das terapias, e a manter a adesão ao tratamento. A terapia oferece um espaço seguro para expressar sentimentos, reduzir o estresse e fortalecer a resiliência. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) enfatiza que o cuidado paliativo, que engloba o suporte psicossocial, é essencial para melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares que enfrentam doenças que ameaçam a continuidade da vida.

A Família como Pilar de Apoio e cuidado ¹

O papel da família é igualmente crucial na jornada do paciente com câncer. Familiares e cuidadores também são intensamente impactados pelo diagnóstico e pela jornada do paciente, podendo desenvolver seus próprios níveis de estresse, ansiedade e até mesmo o chamado "luto antecipado". Oferecer apoio e compreensão, sem, contudo, negligenciar a própria saúde mental, é essencial para toda a rede de suporte. Muitos programas de

cuidado integral incluem a família nas suas estratégias de apoio, reconhecendo sua importância vital na rede de cuidado.

Iniciativas e Acesso ao Cuidado no Brasil ²

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) e diversas instituições de apoio têm iniciativas voltadas para a saúde mental de pacientes oncológicos. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS oferece serviços de psicoterapia e psiquiatria, e existem hospitais especializados e Organizações Não Governamentais (ONGs) que disponibilizam suporte psicológico, grupos de apoio e terapias complementares. O Ministério da Saúde, através de suas diretrizes para o controle do câncer, reforça a importância do cuidado integral que abrange não apenas os aspectos físicos, mas também os psicossociais e espirituais. Essas iniciativas são essenciais para que nenhum paciente se sinta sozinho nessa batalha e tenha acesso ao suporte necessário para enfrentar a doença de forma mais leve e com mais esperança.

Referências
1. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Cuidados Paliativos. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tratamento/cuidados-paliativos
2. Organização Mundial da Saúde (OMS). Câncer. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cancer.
3. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Câncer: o impacto emocional da doença. Disponível em: https://www.fiocruz.br/noticias/2021/02/cancer-o-impacto-emocional-da-doenca/

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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