Setembro Verde Esperança: asfixia perinatal
O Setembro Verde Esperança é uma campanha nacional que conscientiza sobre a condição e como evitá-la
No mundo, 1,15 bilhão de bebês sofrem com a asfixia perinatal por ano e, no Brasil, são dois bebês por hora que nascem com falta de oxigenação no cérebro. A asfixia perinatal decorre, justamente, da falta de suprimento de oxigênio ao recém-nascido em momentos próximos ao nascimento. Essa condição grave é a terceira causa de morte de bebês logo após ao parto, representando 23% dos casos mundiais, e é também a principal causa de lesão neurológica permanente. O Setembro Verde Esperança é uma campanha nacional que conscientiza sobre a condição e como evitá-la.
Problemas decorrentes da asfixia perinatal e como evitá-la
Além da morte, a asfixia perinatal também pode levar a sequelas neurológicas, como paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira e surdez. A partir do diagnóstico, os familiares precisam se adaptar para uma realidade em que o aprendizado se dará em outro passo, preparando o lar para receber um bebê com deficiência.
Apesar disso, muitos casos de asfixia perinatal podem ser evitados caso haja uma assistência pré-natal de qualidade para a mãe e bebê, além de uma assistência adequada ao recém-nascido na sala de parto. Essa assistência envolve o treinamento de equipe assistencial como um todo, envolvendo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem na técnica de reanimação neonatal, além de equipamentos adequados.
Na última década, novas abordagens tiveram sua eficácia comprovada. Mesmo assim, menos de 5% dos recém-nascidos asfixiados têm acesso ao tratamento e suporte mais adequado no Brasil. É preciso colocar em prática intervenções, com políticas públicas intersetoriais e de saúde específicas para reduzir as complicações do parto e nascimento. Os procedimentos de recepção e de reanimação neonatal e os cuidados pós-reanimação são de fundamental importância na assistência do recém-nascido com asfixia.
O valor dos cuidados no primeiro minuto de vida
Cerca de 10% dos recém-nascidos e mais de 60% dos prematuros precisam de ventilação pulmonar na sala de parto para restabelecer a respiração. Quando o procedimento é realizado por profissionais treinados, a partir de técnica adequada e ainda no primeiro minuto de vida, a maioria dos bebês se recupera.
O pré-natal é muito importante, mas não evita que a asfixia perinatal ocorra, pois somente em metade dos casos a necessidade de reanimação pode ser prevista. Isso coloca ainda mais peso no treinamento fundamental da equipe de assistência, que precisa estar preparada para realizar a reanimação sempre.
Após a reanimação em sala de parto, os bebês devem ser monitorados para que os problemas mais comuns relacionados à asfixia - paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira e surdez - possam ser diagnosticados o quanto antes e, assim, o tratamento se inicie. Quando falamos em paralisia cerebral, especialmente, a detecção precoce é fundamental para que o bebê não perca as janelas de aprendizado - momentos em que o cérebro está mais “apto” a aprender, estabelecendo mais conexões, pois essas janelas depois se fecham, o que dificulta o desenvolvimento.
Outros pontos de atenção são o controle térmico, hidratação, alimentação e oferta de nutrientes com manutenção do equilíbrio metabólico. Em casos mais graves, o recém-nascido precisará de suporte neurológico, respiratório ou tratamento de infecções.
Campanha Setembro Verde Esperança
Verde é a cor da esperança que, por sua vez, significa almejar, sonhar, buscar, agir; é o contrário de esperar. A campanha nacional se volta para a conscientização sobre asfixia perinatal, promovendo estratégias de prevenção de sequelas neurológicas em crianças de alto risco. Assim, é possível oferecer mais possibilidades aos bebês e famílias que passem por essa situação.
O movimento foi lançado pelo Instituto Protegendo Cérebros Salvando Futuros, entidade sem fins lucrativos e liderada por um grupo de profissionais de saúde preocupados com o alto número de bebês que evoluem com graves lesões neurológicas após insultos no período neonatal. Já apoiam a campanha a AACD, Instituto Jô Clemente (antiga APAE de São Paulo), Academia Brasileira de Pediatria, além de mais de 20 hospitais brasileiros. E, claro, nós do Lactare também somos apoiadores.
Saiba mais sobre a campanha aqui.
Sobre o Lactare
O leite materno é a principal fonte de nutrição dos recém-nascidos e o único alimento recomendável até os 6 meses de idade do bebê. Pensando na saúde das crianças, a Eurofarma criou há dois anos o Lactare, o primeiro banco de leite privado idealizado por uma farmacêutica, onde as mães que estão em fase de amamentação podem doar seu leite excedente e ajudar a nutrir recém-nascidos. Após a doação, o leite é devidamente analisado, armazenado e preservado, em um cuidadoso processo para que o alimento mantenha sua qualidade natural para beneficiar outros bebês.
Desde o início do projeto, em agosto de 2019, coletamos 4.414 litros de leite, ajudando na recuperação de mais de 1.711 recém-nascidos internados nas UTI neonatais dos Hospitais Gerais de Itapevi, Cotia e Carapicuíba, na Grande São Paulo.
A doação de leite materno é um ato muito importante, com o qual muitas mulheres lactantes podem contribuir. Cada gota conta para os pequenos bebês que vão receber o leite. Participe desse movimento de solidariedade, inscreva-se no nosso Banco de Leite e ajude a salvar vidas.