Staphylococcus aureus: conheça mais sobre bactéria que pode causar diversas doenças 

Os estafilococos são comuns nos seres humanos, mas podem ser letais em pessoas com imunidade baixa 

Publicado em: 7 de novembro de 2023  e atualizado em: 7 de novembro de 2023
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Os estafilococos são comuns na superfície da pele de aproximadamente 20% das pessoas e no nariz de cerca de 30% dos adultos, o que é considerado uma ocorrência normal. Já a Staphylococcus aureus é uma bactéria Gram-positiva que pertence à família Micrococcaceae. Suas células têm a forma de cocos e geralmente se agrupam em cachos, sendo imóveis. Em condições propícias, essa bactéria produz toxinas conhecidas como enterotoxinas, que são responsáveis por casos de intoxicação alimentar (1,2). 

Essas toxinas são proteínas solúveis em água e resistentes ao calor, mantendo sua atividade mesmo após a pasteurização. A destruição das enterotoxinas é alcançada por meio do tratamento a uma temperatura de 100ºC, mantida por pelo menos 30 minutos (1). 

Dentre as principais doenças que podem ser desencadeadas pela bactéria estão infecções de pele e algumas vezes pneumonia, endocardite e osteomielite (2). 

A sepse, também conhecida como septicemia, inicia-se a partir de uma infecção comum, causada por vírus, bactérias, fungos ou protozoários. Em resposta a esses invasores, o corpo pode acionar seu sistema imunológico de maneira exagerada, resultando em danos aos órgãos. Em sua forma mais severa, conhecida como choque séptico, diversos órgãos podem entrar em falência, levando à morte da pessoa (2). 

Contaminação 
O S. aureus desencadeia casos de intoxicação alimentar quando suas enterotoxinas contaminam o alimento e são ingeridas. Geralmente, quanto mais baixa for a temperatura, mais tempo é necessário para que ocorra a produção das enterotoxinas (3). 

Tanto o ser humano quanto os animais são os principais reservatórios dessa bactéria, sendo a cavidade nasal o principal habitat no corpo humano. A partir da cavidade nasal, as bactérias podem se disseminar para a pele, feridas, o ar, água, solo e até mesmo para o leite, além de qualquer superfície ou objeto que entre em contato com seres humanos (3). 

Muitos animais domésticos também servem como reservatórios ou estão contaminados por S. aureus, como o gado leiteiro que pode ser afetado pela mastite estafilocócica. Se o leite desses animais for utilizado para consumo direto ou na produção de queijos, as chances de intoxicação alimentar são significativas (3). 

Alguns alimentos comumente associados à intoxicação estafilocócica incluem leite, creme, tortas recheadas com creme, saladas de batata, atum, frango e presunto cozido (3). 

Sintomas 

Os sinais de intoxicação por S. aureus costumam se manifestar entre 1 e 7 horas após o consumo do alimento contaminado, dependendo da quantidade da toxina ingerida. É considerado necessário que S. aureus esteja presente em uma concentração mínima de 10^5 a 10^6 por grama de alimento para que haja uma quantidade de toxina suficiente para causar a doença, o que equivale entre 0,1 e 1 micrograma (3).

Os sintomas mais frequentes incluem náuseas e vômitos, às vezes acompanhados por diarreia e dores abdominais. Geralmente, a evolução clínica é favorável, e os sintomas tendem a desaparecer dentro de aproximadamente 48 horas (1,3). É importante ficar atento em crianças e em indivíduos imunodeprimidos, pois os sintomas costumam ser mais severos.  

Prevenção 

Para evitar a ocorrência de intoxicações alimentares causadas por S. aureus, é fundamental aderir a três medidas de prevenção essenciais: 

  • Manutenção de rigorosa higiene: garantir elevados padrões de higiene é o primeiro passo para evitar a contaminação. Isso inclui lavar as mãos regularmente, bem como manter os utensílios e superfícies de preparação de alimentos limpos e desinfetados
  • Redução do manuseio dos alimentos: minimizar a manipulação excessiva dos alimentos é igualmente importante. Quanto menos os alimentos forem tocados e manuseados, menor a chance de contaminação
  • Controle de temperatura: manter a temperatura dos alimentos apropriada é crucial. Isso envolve armazenar alimentos perecíveis na temperatura correta, tanto no resfriamento quanto no aquecimento, para evitar o crescimento de S. aureus 

Além disso, em relação à higiene pessoal, é importante notar que espremer espinhas ou furúnculos pode espalhar esse microrganismo. Se houver feridas, mantê-las limpas é fundamental. Também é aconselhável evitar o uso de drogas injetáveis ilegais, uma vez que, mesmo com o uso de seringas descartáveis, há o risco de contaminação bacteriana das substâncias. 

Referências: 1. Staphylococcus aureus. ASAE. Último acesso: 17 de Outubro de 2023; 2. Quem sobrevive à sepse pode ter mais infecções. Agora se sabe por quê. USP. Último acesso: 17 de Outubro de 2023; 3. Estafilococos. UFG. Último acesso: 17 de Outubro de 2023. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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