Terminalidade: preparo para o cuidado humanizado

Orientações para pacientes e familiares enfrentarem esse momento

Publicado em: 24 de junho de 2025  e atualizado em: 26 de junho de 2025
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Falar sobre a terminalidade da vida é um dos maiores desafios, mas fundamental para garantir dignidade e conforto nos momentos mais delicados. É crucial que pacientes e seus familiares recebam o apoio necessário para vivenciar esse período com humanidade e respeito. No Brasil, o tema ainda é cercado de tabus, apesar dos esforços e avanços na discussão sobre o cuidado integral. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que milhões de pessoas precisam de cuidados paliativos anualmente, mas o acesso a esses serviços ainda é limitado globalmente ¹.

Cuidados paliativos: dignidade e conforto na jornada final ¹,²,³

Os cuidados paliativos representam uma abordagem essencial para melhorar a qualidade de vida de quem enfrenta doenças graves que ameaçam a continuidade da vida. O foco, segundo a OMS e o Ministério da Saúde (MS), é na prevenção e alívio do sofrimento, tratando não só a dor física, mas também questões psicossociais e espirituais. Não se trata de prolongar a vida sem qualidade, mas de garantir o maior conforto possível e a dignidade do paciente, com o apoio de uma equipe multidisciplinar que inclui médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde. O Instituto Nacional de Câncer (INCA), por exemplo, destaca que o cuidado paliativo busca preservar a autonomia e a qualidade de vida .

Comunicação Empática e o Respeito à Autonomia ³,⁴

Para preparar pacientes e famílias para o processo da terminalidade, a comunicação empática é a base de todo o cuidado. Profissionais de saúde devem se comunicar de forma clara, honesta e sensível, criando um ambiente seguro para que todos expressem seus medos, desejos e dúvidas. A escuta ativa e a inclusão da família nas decisões sobre o plano de cuidados são vitais, assegurando que as escolhas reflitam as vontades do paciente.

No Brasil, o paciente tem direito à autonomia sobre as decisões relacionadas à sua saúde. As Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV), por exemplo, permitem que a pessoa registre seus desejos sobre tratamentos futuros, caso não possa mais se expressar. Normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) asseguram que o paciente terminal possa recusar tratamentos que apenas prolongam o sofrimento e receba cuidados para aliviar a dor e o desconforto, sempre com dignidade e respeito às suas escolhas.

O Suporte à Família e à Equipe de Saúde ⁴

O processo da terminalidade gera uma intensa e complexa carga emocional para a família, que muitas vezes vivencia o luto antecipado. Nesse contexto, o apoio psicológico se torna

fundamental para auxiliar nesse enfrentamento, oferecendo um espaço para elaboração das emoções e estratégias de resiliência. É igualmente crucial que as equipes de saúde que atuam nos cuidados paliativos recebam suporte e acompanhamento psicológico. Isso ajuda a prevenir a exaustão emocional (burnout) e garante que continuem a oferecer um cuidado humano, empático e de qualidade aos pacientes e seus familiares.

Humanizando o Fim da Vida ⁴

Reconhecer a morte como parte inerente do ciclo da vida e humanizar esse processo é um passo importante para a sociedade. A ampliação das políticas públicas de cuidados paliativos e a valorização do acolhimento humanizado são essenciais para que pacientes e suas famílias possam vivenciar a terminalidade com o máximo de respeito, dignidade e paz.


Referências

  1. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Cuidados Paliativos. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tratamento/cuidados-paliativos.
  2. Organização Mundial da Saúde (OMS). Cuidados Paliativos. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/palliative-care
  3. Ministério da Saúde - Brasil. O que são Cuidados Paliativos?. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/cuidados-paliativos/perguntas-frequentes-faq/o-que-sao-cuidados-paliativos.
  4. Conselho Federal de Medicina (CFM). Resolução CFM nº 1.995/2012. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/resolucoes/resolucao-cfm-n-1-995-2012/.
Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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