O Herpes Zoster, também conhecido popularmente como cobreiro, é uma doença infecciosa causada pelo zoster vírus (VZV) ou herpesvírus humano tipo 3. Embora tenham o mesmo nome, herpes e Herpes Zoster são doenças totalmente distintas - você sabia disso? Enquanto a primeira é provocada pelo germe HSV-1, a segunda é resultado da ação do mesmo vírus da catapora (varicela). (1,3)

A catapora é uma doença comum da infância e, uma vez que entramos em contato com o seu vírus, ele permanece em latência em nosso organismo durante toda a nossa vida, sendo possível sua reativação em nossa fase adulta. E é justamente quando esse vírus é reativado em nosso corpo que ocorre o surgimento do Herpes Zoster. Porém, engana-se quem pensa que apenas pessoas que desenvolveram a catapora estão sujeitas à essa reativação. Para que isto aconteça, basta termos entrado em contato com o vírus em algum momento da vida. (2,3) 

Alguns pacientes também podem desenvolver o Herpes Zoster após contato com doentes com varicela ou, ainda, com outro doente com Zóster. Também é possível uma criança adquirir varicela por contato com doente de Zóster. (2,3)

Causas (1,3)

Os principais fatores para o desencadeamento do problema são imunidade baixa, trauma local, câncer e sinusite frontal, entre outros. Mesmo sendo mais comum em idosos, vale destacar que o estresse está contribuindo para o aumento de casos da doença, mesmo na população mais jovem.  E a explicação para isso é que qualquer situação que faça com que a nossa imunidade diminua é capaz de “acordar” o vírus que estava dormente em nosso organismo.

Sintomas do Herpes Zoster (1,2)

O quadro clínico da doença costuma ser típico, tendo a dor como o sintoma mais importante e que costuma preceder o aparecimento das lesões na pele. Parestesias como formigamento, agulhadas e adormecimento, ardor e coceira locais, febre, dor de cabeça e mal-estar também estão entre os sintomas do problema. Uma característica marcante do Herpes Zoster é a distribuição e localização das lesões cutâneas, que costumam ocorrer do mesmo lado do corpo e dispostas em trajeto linear. As lesões surgem de modo gradual e levam de dois a quatro dias para se estabelecerem, e seu diagnóstico costuma ser clínico. 

Complicações da Herpes Zóster (2,3)

A doença pode deixar vários tipos de sequelas, como afetar o equilíbrio, fala, deglutição, movimento dos olhos, mãos, pernas, dedos e braços; causar trombocitopenia - baixa quantidade de plaquetas, responsáveis pela coagulação; infecção bacteriana secundária de pele que pode levar a quadros sistêmicos de sepse, com artrite, pneumonia, endocardite, encefalite ou meningite e glomerulonefrite; Síndrome de Reye - doença rara e associada ao uso de ácido acetilsalicílico que causa inflamação no cérebro e que pode ser fatal; infecção fetal durante a gestação, podendo levar à síndrome da varicela congênita e varicela disseminada ou varicela hemorrágica em pessoas com comprometimento imunológico. Alguns pacientes também podem apresentar a neuralgia pós-herpética, conhecida como nevralgia, uma condição dolorosa que é ativada na maioria daqueles que desenvolvem a Herpes Zoster e que pode durar vários anos. 

Tratamento (1)

Os principais objetivos do tratamento são limitar a extensão, duração e gravidade da doença na sua fase aguda, além de aliviar a neuralgia pós-herpética, por meio do uso de analgésicos e antivirais que devem ser administrados precocemente. Em alguns casos pode ser necessária internação para medicação venosa, a fim de evitar complicações como cegueira ou meningite.

Prevenção (1,2)

A vacina é a principal forma de prevenção do Herpes Zoster e é indicada para pessoas com mais de 50 anos. Outras medidas de prevenção podem ajudar no controle da disseminação do vírus como lavar as mãos após tocar nas lesões, isolar crianças com varicela e pacientes internados, desinfecção de objetos contaminados com secreções de pessoas contaminada com o vírus da doença. 

Lembre-se que mesmo que não tenha tido catapora, você pode desenvolver o Herpes Zoster. Fique atento aos sinais de seu corpo. Procure um profissional de saúde assim que perceber qualquer sintoma da doença.

Referências: 1. Herpes Zóster – Sociedade Brasileira de Dermatologia – Último acesso em 24/10/2022 / 2. Herpes (Cobreiro) – Ministério da Saúde – Último acesso em 24/10/2022 / 3. Estresse estar trás do aumento de casos de herpes-zóster na população mais jovem – Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo – Último acesso em 24/10/2022