É uma condição que afeta órgãos como os pulmões, pâncreas e sistema digestivo
Fibrose cística é uma condição que afeta órgãos como os pulmões, pâncreas e sistema digestivo. Ela é crônica e considerada a enfermidade genética grave mais comum da infância – atinge cerca de 70 mil pessoas em todo o mundo1. Ela afeta normalmente populações caucasoides (cor de pele branca) – 1 caso entre 2 mil ou 3 mil nascimentos - acontece com menos frequência os afrodescendentes - 1 entre 17 mil nascimentos - e é ainda mais rara em asiáticos - 1 em cada 90 mil nascimentos2.
Causas
A fibrose cística ocorre por conta de um proteína que apresenta um gene defeituoso, que faz o corpo produzir muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o usual, levando ao acúmulo de bactéria e germes nas vias respiratórias. Isso pode causar inchaço, inflamações e infecções como pneumonia e bronquite, bloquear o trato digestório e o pâncreas, impedindo que enzimas digestivas cheguem ao intestino1.
Sintomas
Os sintomas são baseados no tipo de defeito genético ou na mutação de cada gene, e pode variar entres os indivíduos. Entretanto, os mais comuns são1,2:
- Pele de sabor salgado;
- Tosse persistente, muitas vezes com catarro;
- Infecções pulmonares frequentes – pneumonia e bronquite;
- Chiados no peito ou falta de fôlego;
- Baixo crescimento ou ganho de peso, apesar do apetite;
- Fezes volumosas e gordurosas;
- Dificuldade no movimento intestinal (intestino preso);
- Surgimento de pólipos nasais.
A fibrose cística pode se manifestar desde o período neonatal até com idade mais avançada, pois muitos pacientes podem ser assintomáticos durante anos2.
Diagnóstico
O ideal é que seja feito o mais rápido possível. Normalmente, o médico associa um ou mais sintomas, e em seguida solicita um exame para identificar a demonstração de concentração elevada de cloro no suor, conhecido como “teste do suor”2. Este, por sua vez, interpretado corretamente, é considerado como diagnóstico para a fibrose cística2.
Prevenção
Por ser uma condição genética, não tem prevenção. No entanto, é possível prevenir a transmissão entre as pessoas – tema ainda sendo pesquisado. Por isso, é aconselhável que tratamentos sejam feitos em salas separadas3. No hospital, pacientes com fibrose cística não devem dividir o mesmo quarto, nebulizador e nem utensílios de mesa com outros indivíduos. O contato social é permitido fora do hospital3.
Tratamento
Apesar dos avanços no conhecimento da fibrose císctica, ainda não existe tratamento específico, pois tem caráter multissistêmico (afeta vários órgãos do corpo) e é crônica, o que dificulta uma resposta padrão entre os pacientes3.
Normalmente, pacientes com boa adesão ao tratamento apresentam uma sobrevida média, que hoje em dia passa de 30 a 40 anos3. No entanto, é necessário levar em conta as individualidades de cada um e continuar por tempo indeterminado com o tratamento, que deve ser considerado para todos os órgãos acometidos3. O diagnóstico precoce e seguimento médico adequado consegue retardar a progressão das lesões pulmonares, melhorar o prognóstico e ainda aumentar a sobrevida3. A dieta pode ajudar pacientes com fibrose cística, mas existem outras saídas que também podem ser usadas, dependendo de cada caso2:
- Não restringir a dieta de gorduras no paciente por conta do grande gasto calórico que ele tem;
- Suplementos alimentares orais para colaborar com a ingestão correta de calorias;
- Sonda nasogástrica para alimentação caso o paciente não apresente melhoria no peso;
- Uso de antibióticos para controlar a multiplicação de bactérias;
- Fisioterapia torácica convencional (drenagem postural com percussão do tórax e vibração, manualmente ou com percussor mecânico);
- Tratamentos alternativos como drenagem autogênica, ciclo ativo da respiração, ventilação torácica de alta frequência, válvula de pressão expiratória positiva e ventilação intrapulmonar percussiva podem ajudar;
- Inalação com broncodilatadores;
- Terapia anti-inflamatória;
- Em alguns casos, até mesmo o transplante pulmonar.
Entretanto, o melhor tratamento para cada paciente deve ser avaliado por um médico especialista.