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Público sênior nas farmácias: principais dificuldades dos idosos
Idosos correspondem a 15,6% da população brasileira e são os maiores consumidores de medicamentos no país1; veja como otimizar o atendimento do público sênior nas farmácias.
O Brasil tem envelhecido e esse processo está se acelerando. Pessoas com mais de 60 anos, a chamada população sênior, correspondem a 15,6% de toda a população brasileira, segundo dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)1. São mais de 32 milhões de pessoas em todo país, o que representa um crescimento de 56% do registrado há 12 anos, pelo Censo 2010, quando essa população somava 20,5 milhões de habitantes1.
É importante relatar que o público sênior é uma população significativa, que vem crescendo rapidamente e que representa boa parte do mercado consumidor das farmácias e drogarias do país. Conforme o divulgado pela Pesquisa anual - Comportamento do consumidor em farmácias no Brasil 2023, da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 23% dos consumidores das farmácias são pessoas com mais de 60 anos2.
E se engana quem imagina um público formado por pessoas com as mesmas características. A população 60+ do Brasil é diversificada, composta por pessoas que ainda estão no mercado de trabalho, muitos têm vida social agitada, praticam exercício e até ajudam financeiramente suas famílias. Mas também há idosos acamados e os que precisam de ajuda de terceiros em seu dia a dia. Saber como atender o público sênior nas farmácias é um desafio, mas que é essencial para qualquer negócio. Leia mais em como atender ao público sênior.
O público sênior
O avanço da medicina trouxe um ganho importante na qualidade de vida da terceira idade, no entanto, as doenças crônicas, por exemplo, seguem como uma característica do envelhecimento e muitos dos idosos chegam a apresentar duas ou mais dessas doenças simultaneamente3. Dessa forma, idosos são o público que mais compra medicamentos, segundo a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan),sendo que mais de 42% dos sexagenários tomam, em média, mais de cinco medicamentos por dia4.
O perfil desse consumidor, segundo a Abradilan, é o de frequentadores assíduos e fiéis às orientações médicas, que não gostam de ser pressionados, mas estão abertos a considerar outras opções e que precisam de orientação sobre o medicamento e compram cerca de uma vez ao mês5.
Dificuldades
Mas esse público grande e fiel ainda enfrenta muitas dificuldades com relação a medicamentos. Um estudo realizado pela Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) em parceria com a Unicamp mostrou que os problemas são desde questões do envelhecimento em si até o atendimento em farmácias e drogarias6.
O estudo realizado em 2021 mostrou que enxergar o texto das embalagens dos medicamentos era a principal queixa de 54% dos entrevistados, seguido pela dificuldade em cumprir os horários determinados para ingestão de remédios, apontada por 36%. Problemas para partir os comprimidos foram apontados por 31% dos participantes da pesquisa e 13% alegaram dificuldade para engolir o medicamento6.
Cerca de 85% dos entrevistados reportam não ter recebido tratamento diferenciado em farmácias e drogarias, mas muitos deles não notaram a presença de cadeiras nos estabelecimentos. Ainda assim, é um público que prioriza o atendimento presencial, forma preferida por 91% dos participantes do estudo6.
Dicas para facilitar a vida do cliente sênior
Entender suas necessidades e oferecer soluções sob medida, que reduzam os custos com a saúde, ao mesmo tempo em que melhoram sua qualidade de vida é a chave para conquistar e fidelizar o cliente do público sênior.
Assim, oferecer vantagens no cartão fidelidade e serviços farmacêuticos, são boas alternativas, pois o estudo mostrou que para 91% dos entrevistados o principal fator para definição de compra em uma farmácia é o preço6.
Mas a acessibilidade da loja, o acolhimento e o conforto oferecidos são ainda fundamentais. Pois a localização é apontada por 64% dos participantes do levantamento como fator para definição de compra, seguido pela existência de estacionamento (63%)6.
Mas oferecer um tratamento diferenciado é muito diferente de se adotar um atendimento invasivo ou bajulador. O público sênior evita esse tipo de aproximação e não gosta de que lhe “empurrem” produtos, pois avaliam como sendo uma sugestão de que o idoso perdeu a competência de tomar decisões7. A dica é investir em uma abordagem informativa, respeitosa e atenciosa.
Fontes: 1.Agência IBGE de Notícias. Censo 2022: número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% em 12 anos.Ultimo acessso em: 09 de abril de 2024 2.Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias. Pesquisa anual - Comportamento do consumidor em farmácias no Brasil 2023. Ultimo acesso em: 09 de abril de 2024. 3.Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Um país mais velho: o Brasil está preparado?. Último acesso em: 09 de abril de 2024. 4.Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos. Público idoso é o que mais consome medicamentos no Brasil.Último acesso em: 09 de abril de 2024. 5.Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos. Estudo mapeia perfil e desejos dos compradores das farmácias brasileiras.Último acesso em :09 de abril de 2024. 6.Revista da Farmácia. Pesquisa mostra dificuldades do público sênior para compra de medicamentos. Último acesso em: 09 de abril de 2024. 7.Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias. Farmácias na era da longevidade. Último acesso em: 09 de abril de 2024