Quais exames podem ajudar a prevenir o câncer de intestino?
Alterações no hábito intestinal podem ser a chave para a descoberta da doença, que acomete principalmente as mulheres
O câncer colorretal, uma das formas mais comuns de câncer no Brasil, que se desenvolve no intestino grosso e em sua porção final - o reto, apresenta um desenvolvimento silencioso e gradual. No Brasil, o câncer colorretal emerge como a terceira forma mais comum de câncer entre os homens, estando atrás apenas do câncer de próstata e de pulmão. Já entre as mulheres, é a segunda mais prevalente, ficando apenas atrás do câncer de mama, de acordo com os dados revelados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) (1).
O Atlas de Mortalidade por Câncer, que se fundamenta no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), traz à tona números igualmente preocupantes, com 20.245 óbitos associados ao câncer colorretal em 2020, com 9.889 mortes masculinas e 10.356 femininas (1).
Os fatores de risco incluem idade igual ou superior a 50 anos, excesso de peso, alimentação desequilibrada, tabagismo e consumo de álcool2. Em aproximadamente 90% dos casos, a doença tem sua origem nos pólipos adenomatosos, que, ao longo do tempo, experimentam alterações celulares progressivas (1).
Sintomas e diagnóstico
Alguns sinais de alerta incluem a presença de sangue nas fezes, alterações no hábito intestinal (como diarreia crônica ou urgência para evacuar), sintomas obstrutivos (como fezes finas, sensação de esvaziamento incompleto, constipação recente e cólicas abdominais com inchaço abdominal), bem como sinais inespecíficos, como fadiga, perda de peso e anemia prolongada (1).
Para investigar, existem três principais métodos para verificar problemas no intestino grosso (2):
- Retossigmoidoscopia: focaliza a parte final do tubo digestivo, incluindo o reto e a extremidade distal do intestino grosso, permitindo a identificação e a remoção de possíveis lesões;
- Colonoscopia: proporciona uma visão abrangente do cólon e do intestino grosso, sendo útil para examinar todo o intestino grosso e a parte final do intestino delgado, além de realizar biópsias que ajudam no diagnóstico preciso;
- Teste do sangue fecal oculto: detecta vestígios de sangue nas fezes através de uma reação química.
Além da colonoscopia e da retossigmoidoscopia, há uma variedade de outras alternativas que desempenham um papel crucial no diagnóstico do câncer colorretal. Estes incluem (3):
- Ultrassonografia: este exame produz imagens em tempo real dos órgãos internos. Pode ser realizado na região abdominal ou diretamente na área retal;
- Ressonância magnética: a ressonância magnética é valiosa para determinar o tamanho e a localização do tumor, bem como para identificar lesões metastáticas;
- Ressonância endorretal: esse tipo de ressonância é frequentemente usado em pacientes com câncer retal para avaliar se a doença se disseminou para outras áreas;
- Radiografia de tórax: esse exame avalia as estruturas internas do tórax, auxiliando na detecção de possíveis metástases;
- PET Scan (Tomografia com Emissão de Pósitrons): esse exame combina medicina nuclear e análise bioquímica. Ele permite a visualização das células cancerígenas por meio da reação celular a substâncias específicas administradas para o procedimento;
- Angiografia: a angiografia utiliza raios-X para visualizar os vasos sanguíneos e pode ajudar a identificar a disseminação do câncer colorretal para outras áreas, como o fígado.
Esses exames desempenham um papel fundamental na avaliação e no acompanhamento do câncer colorretal, auxiliando os profissionais de saúde no planejamento de estratégias de tratamento adequadas.
Referências: 1. Dia Mundial da Saúde Digestiva: “Prevenção do câncer colorretal”. Ministério da Saúde. Último acesso: 26 de setembro de 2023; 2. Câncer de Intestino, exames que ajudam na prevenção. CEMAD. Último acesso: 26 de setembro de 2023; 3. Como é o diagnóstico do câncer colorretal?. Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Último acesso: 26 de setembro de 2023.