A osteoporose é uma doença caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração do tecido ósseo com consequente aumento da fragilidade óssea e da vulnerabilidade a fraturas¹. As complicações clínicas da osteoporose incluem não só fraturas, mas também dor crônica, depressão, deformidade, perda da independência e aumento da mortalidade¹. Estima-se que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens com idade igual ou superior a 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida¹.
O diagnóstico
Diz-se que a osteoporose sem fratura atual ou sem microfratura é uma doença silenciosa porque não tem sintomas específicos que possam levantar suspeitas². Não parece ser verdade². Todas as doenças mediadas pela célula de relacionada à absorção ou remoção do osso são dolorosas². A osteoporose talvez seja menos dolorosa, ou talvez a dor possa passar despercebida por ser mais branda². Muitas lombalgias e dorsalgias podem ser de origem osteoporótica e o ortopedista deve estar alertado para esta possibilidade². A osteoporose também não tem sinais clínicos próprios².
Por sua natureza multifatorial, seu caráter de causar medos e suas baixas manifestações clínicas, a osteoporose é difícil de diagnosticada². O diagnóstico pode ser clínico, nos casos de indivíduos com fatores de risco que apresentam fratura osteoporótica¹. Também pode ser estabelecido com base na medida de baixa densidade mineral óssea (DMO) por área (areal) por uma técnica específica³. A DMO é expressa em termos de grama de mineral por centímetro quadrado analisado (g/cm2) ³.
Fatores de risco para osteoporose
Segundo a National Osteoporosis Foundation (NOF), os fatores de risco mais importantes envolvidos na osteoporose são: idade, sexo feminino, histórias prévia e familiar de fratura, densidade mineral óssea do colo de fêmur, tabagismo, baixo índice de massa corpórea, ingestão de álcool (≥ três unidades ao dia), uso de hormônios esteroides por período superior a três meses e artrite reumatoide4.
A Sociedade de Osteoporose do Canadá (Osteoporosis Society of Canada) inclui as causas secundárias de osteoporose entre os fatores de risco e os classifica em maiores e menores, sendo que os primeiros são representados por idade superior a 65 anos, fratura vertebral, fratura por fragilidade após os 40 anos, história familiar de fratura osteoporótica, uso de glicocorticoide por período superior a três meses, má absorção intestinal, hiperparatireoidismo primário, quedas frequentes, hipogonadismo, menopausa precoce (anterior aos 45 anos) e osteopenia na avaliação da radiografia4. Com relação aos fatores apresentados como menores, temos a artrite reumatoide, história clínica de hipertireoidismo, uso de anticonvulsivantes, baixa ingestão de cálcio, tabagismo, alcoolismo, ingestão excessiva de cafeína, peso inferior aos 57 kg, perda de peso superior a 10% aos 25 anos e uso crônico de heparina4.
É preciso distinguir entre fatores de risco para osteoporose e fatores de risco para fraturas osteoporóticas². Primeiro estuda-se a possibilidade de o paciente apresentar osteoporose e a necessidade da realização de exames subsidiários para comprová-la. Nos fatores de risco para fratura osteoporótica, estuda-se a possibilidade de o paciente vir a sofrer uma fratura por fragilidade óssea e, então, a existência de osteoporose é um dos fatores de risco. Nos homens, a presença de uma causa secundária de osteoporose é mais frequente (30% a 60%), sendo o uso de glicocorticoide, hipogonadismo e o alcoolismo, as mais frequentes³. Nas mulheres na pós-menopausa a presença de causas secundárias é menos frequente, embora deva ser sempre considerada³.
Fontes: 1. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas – Ministério da Saúde. Último acesso em 6 de novembro de 2019. 2. Diagnóstico e tratamento da osteoporose – Scielo. Último acesso em 6 de novembro de 2019. 3. Protocolo clínico – Osteoporose – Universidade Federal do Ceará. Último acesso em 8 de novembro de 2019. 4. Osteoporose: tratamento – Associação Médica Brasileira/ Agência Nacional de Saúde Suplementar. Último acesso em 8 de novembro de 2019.