Como a família é impactada pelo diabetes? 

O diagnóstico de diabetes transforma a rotina não apenas de quem recebe o resultado, mas de toda a família. Entenda como o apoio familiar pode fortalecer o tratamento, reduzir a sobrecarga emocional e promover uma vida mais saudável e equilibrada para o paciente.

Publicado em: 27 de outubro de 2025  e atualizado em: 29 de outubro de 2025
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O diabetes não afeta apenas a pessoa diagnosticada, mas toda a família, pois exige mudanças na rotina, alimentação, hábitos e no cuidado diário. Os familiares, muitas vezes, assumem o papel de cuidadores, participam do monitoramento da glicemia, do preparo das refeições e do apoio emocional. Esse envolvimento pode gerar estresse, sobrecarga emocional e financeira, especialmente quando o controle da doença é difícil. Por outro lado, o apoio familiar adequado está associado à melhor adesão ao tratamento e melhor controle glicêmico.
 
Uma revisão de 62 trabalhos1, publicada no Journal of Endocrinology, Metabolism and Diabetes from South Africa, concluiu que, embora a maioria dessas atividades de autocuidado para pacientes ambulatoriais seja ensinada na atenção primária à saúde, sua prática efetiva ocorre em casa, onde os pacientes permanecem. A dinâmica familiar ou as culturas estabelecidas impactam o manejo da doença, daí a necessidade de que os serviços de atenção primária à saúde capacitem não só o paciente, mas atuem muito perto das famílias sobre como lidar com a doença. 

A literatura indica ainda que o apoio familiar pode levar a uma melhor adesão às atividades de autocuidado e a melhores resultados. 

Abaixo ações do que os familiares podem ou não seguir, lembrando que cada família tem sua dinâmica e que pode se adaptar de maneiras diferentes e que esses conselhos servem para pessoas com diabetes acima de 15 anos. 

O que fazer  O que não fazer 
A família deve aprender sobre diabetes.  Vigiar e perguntar "você pode comer isso?" 
Em vez de cozinhar refeições separadas, a família deve adotar um plano alimentar saudável para todos.  Culpar o paciente por sua glicemia alta e sua doença.
Ser um parceiro de atividades físicas, convidar para caminhadas, andar de bicicleta, ir à academia, entre outros.  Impedi-lo de viver uma vida normal por superproteção. 
Ser um ouvinte e dar suporte emocional. Abalar a autoestima do paciente, fazendo comentários sobre seu corpo “gordo ou magro”. 
Todos na casa devem: saber reconhecer os sinais de uma hipoglicemia (sudorese, tremores, confusão); como agir rapidamente; conhecer os sinais de uma hiperglicemia grave; saber quando é necessário procurar ajuda médica.  Minimizar a gravidade ou, por outro lado, criar pânico. 
Saber como realizar a medição da glicemia corretamente e lembrá-lo de colocar avisos no celular para medição e horários dos remédios.   Realizar a medição por ele, ficar perguntando “quanto deu” e ficar levando o remédio para a pessoa. Esses são autocuidados que o paciente deve desenvolver. 
Levar e acompanhar nas consultas e exames.  Falar pelo paciente durante a consulta e entrar junto no consultório/sala de exame sem perguntar antes. 
Incentivar o paciente a trabalhar, estudar, namorar, passear. Tratá-lo como somente uma doença. 

 

Referências: 
Mphasha, M., Skaal, L., Mothiba, T., Ngoatle, C., & Hlahla, L. (2022). Primary health care–family partnership for better diabetes outcomes of patients: a systematic review. Journal of Endocrinology, Metabolism and Diabetes of South Africa, 28(1), 1–6.   

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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