Como escolher o método anticoncepcional ideal para você?
Os métodos anticoncepcionais agem no bloqueio da ovulação dificultando assim a fecundação
No Brasil, em um estudo de 2015, 79% das mulheres utilizavam algum método contraceptivo como planejamento familiar, representando um índice 28% maior do que o registrado em 1970. Deste grupo, a contracepção hormonal (reversível), como a pílula anticoncepcional, foi a primeira escolha da maioria das mulheres¹. Esses métodos contraceptivos têm uma formulação geralmente combinada de um estrogênio e um progestagênio, ou em apresentações de progestagênio isolado. É indicado para mulheres que podem usar hormônios e desejam um método reversível de contracepção, além de benefícios secundários relacionados a cada método, como melhora da pele, TPM (tensão pré-menstrual) ou do sangramento, por exemplo³.
Os métodos anticoncepcionais são encontrados em diferentes vias de administração (oral, intramuscular, implantes subdérmicos, transdérmica, vaginal e associado à dispositivo intrauterino) e formulações diferentes (concentrações e tipos de hormônios), agindo no bloqueio da ovulação e/ou alteração das condições do útero e das trompas, dificultando assim a fecundação¹.
Conheça quais são os métodos hormonais reversíveis e converse com o seu médico para entender qual o mais indicado para você:
- Anticoncepcional injetável - Há dois tipos básicos de formulações: injetáveis combinados (mensais) e injetáveis só de progestágeno (trimestrais). Após a suspensão do uso, o retorno à fertilidade é rápido, sendo de aproximadamente 60 dias após a última injeção³. Ação no bloqueio da ovulação;
- Implantes contraceptivos - São pequenas cápsulas ou bastões de material plástico, permeável, que contêm um hormônio (progestágeno) para ser liberado gradualmente, quando colocados sob a pele, na parte inferior do braço³. Tem duração de três anos e ação no bloqueio da ovulação;
- DIU com levonorgestrel – O dispositivo intrauterino (DIU) é um método anticoncepcional constituído por um aparelho pequeno e flexível que é colocado dentro do útero, o qual exerce ações que culminam por evitar a gestação³. O DIU com levonorgestrel é um dispositivo plástico em forma de T que libera constante e regularmente pequenas quantidades de levonorgestrel por dia. Este hormônio é um progestógeno largamente utilizado em implantes e pílulas anticoncepcionais orais. É necessário um profissional de saúde treinado para inseri-lo no útero de uma mulher através de sua vagina e cérvix. Funciona basicamente pela supressão do crescimento da membrana que recobre a parede da cavidade uterina (endométrio)6. Não há a inibição da ovulação, uma vez que esta progesterona tem muito pouca absorção pelo útero. Há ação de atrofia do endométrio (camada interna do útero) e mudanças no canal vaginal, que impedem a fecundação e nidação⁴;
- Pílula oral - Os anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais são esteroides utilizados isoladamente ou em associação, com a finalidade básica de impedir a ovulação e a concepção²;
- Anel vaginal - Constituído por um anel flexível de silicone que contém etonogestrel e etinilestradiol. Colocado na vagina, os hormônios são liberados lentamente. Ação no bloqueio da ovulação. Deve permanecer por três semanas e retirado. O número de dias sem o anel (pausa) é de sete dias³;
- Adesivo anticoncepcional - Os adesivos cutâneos contraceptivos são pequenos selos que contêm etinilestradiol e norelgestromina. A liberação do hormônio é controlada, e ele é absorvido, indo diretamente à circulação sistêmica. Esses adesivos devem ser substituídos a cada semana, por três semanas consecutivas, seguindo-se uma semana de pausa (sem o adesivo)³. Ação no bloqueio da ovulação.
Contraindicações⁴
Em relação aos métodos hormonais combinados, listamos as contraindicações que são válidas para, praticamente, todos os casos. Veja:
- Mulheres fumantes com mais de 35 anos;
- Histórico de ataque cardíaco (infarto do coração) ou derrame cerebral;
- Histórico de coágulos em veias profundas nas pernas (trombose venosa), nos pulmões (embolia pulmonar) ou em outras partes do corpo;
- Diagnóstico ou suspeita de câncer de mama ou do útero, cérvice ou vagina, ou outro tipo de câncer dependente de estrogênios;
- Sangramento vaginal não esclarecido;
- Hepatite (inflamação do fígado), icterícia durante a gravidez ou durante uso prévio de contraceptivos hormonais;
- Insuficiência hepática e doença hepatocelular aguda ou crônica com função hepática anormal;
- Tumor hepático (benigno ou maligno);
- Gravidez suspeita ou confirmada;
- Hipertensão arterial (pressão alta) com níveis persistentes de pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg ou pressão diastólica ≥ 90 mmHg;
- Diabetes com complicações nos rins, olhos, nervos ou vasos sanguíneos;
- Enxaquecas (dores de cabeça) com sintomas neurológicos;
- Doença das válvulas do coração com complicações.
Os medicamentos com apenas progesterona não são recomendados para as mulheres com⁵:
- Hipersensibilidade à substância ativa ou a quaisquer dos excipientes;
- Distúrbio tromboembólico venoso ativo;
- Presença ou história de doença hepática grave, enquanto os valores dos testes de função hepática não retornarem ao normal;
- Doença maligna sensível a esteroides sexuais conhecida ou suspeita;
- Sangramento vaginal não diagnosticado.
No caso da pílula anticoncepcional, não esqueça de tomá-lo sempre no mesmo horário. Veja mais dicas de “Como não esquecer de tomar a pílula anticoncepcional”.
Consulte seu médico sempre para avaliar qual o método anticoncepcional é o mais recomendado para você e esclareça todas as dúvidas.
Fontes: 1. Efeitos dos diferentes anticoncepcionais hormonais nos valores de pressão arterial da mulher – Scielo (Scientific Electronic Library Online). Último acesso em 08 de maio de 2020; 2. Anticoncepcional Hormonal Oral - Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde. Último acesso em 08 de maio de 2020; 3. Manual de anticoncepção da FEBRASGO – Febrasgo Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso em 08 de maio de 2020; 4. Métodos Contraceptivos - Febrasgo Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso em 08 de maio de 2020; 5. Bula do Cerazette – Portal da Anvisa. Último acesso em 14 de maio de 2020; 6. Dispositivo Intrauterino com Levonorgestrel – Saúde Direta. Último acesso em 14 de maio de 2020.