8 curiosidades sobre o Nobel de Medicina

Sigilo de 50 anos sobre as indicações é uma dentre diversas curiosidades que cercam o Prêmio concebido há 120 anos

Publicado em: 28 de outubro de 2021  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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Você já parou para pensar como alguns profissionais tiveram seu trabalho cotado para o Nobel de Medicina?

A pergunta inicial pode soar complexa, mas não deixa de ser pertinente para médicos e médicas que se dedicam à pesquisa em temas que podem impactar o bem-estar da coletividade ou de um grupo de pessoas. Possivelmente, os laureados na edição de 2021 do prêmio não imaginavam que seriam reconhecidos com tal honraria, mesmo diante de suas relevantes contribuições para a ciência.

Isso porque cada relação de indicados e indicadas ao Nobel é mantida sob sigilo por 50 anos – ou seja, trabalhos de 1971 em diante podem ter quase chegado lá, sem que seus responsáveis saibam do feito até hoje. Mas nem tudo está perdido: as mesmas cinco décadas são o período ao longo do qual uma descoberta pode ser contemplada com o mais importante prêmio da Medicina no mundo, desde que seus autores permaneçam vivos, pois as regras do Nobel não permitem congratulações póstumas.

Conheça 8 curiosidades sobre esse prêmio:

1. Nascido no Brasil, premiado teve nacionalidade cassada

Nenhum brasileiro saiu vencedor em toda a história do Prêmio Nobel, em qualquer uma de suas categorias. Mas um nascido em terras brasileiras, já... e foi justamente na área da Fisiologia e Medicina.

Trata-se de Peter Brian Medawar. Ele nasceu em Petrópolis (RJ), em 1915, e, por ser filho de mãe britânica, foi registrado também na Embaixada do Reino Unido. Mudou-se para Londres aos 15 anos de idade e teve a nacionalidade brasileira cassada por não ter se alistado ao serviço militar obrigatório, para não perder a bolsa de estudos que recebeu do Governo Britânico, por já se destacar nos estudos das Ciências Biológicas.

Ganhou o Nobel da Medicina em 1960, dividindo o Prêmio com o australiano Frank Burnet, pela descoberta da tolerância imunológica adquirida

2. Prêmios divididos

Desde 1901, o Nobel de Medicina foi concedido 112 vezes a 224 pessoas. Apenas em 39 ocasiões, o prêmio, que pode ser dividido por até três pesquisadores ou pesquisadoras, foi conquistado individualmente.

3. O mais jovem

32 anos: era, em 1923, a idade do mais jovem ganhador da história - o canadense Frederick G. Banting, corresponsável pela descoberta da insulina. Em 2014, aos 17 anos, Malala Yousafzai levou o Nobel da Paz.

4. O mais experiente

O mais idoso vencedor na categoria Medicina foi Francis Peyton Rous, dos Estados Unidos. Ele tinha 87 anos, quando, em 1966, recebeu a Medalha de Honra, pela descoberta de vírus que induzem tumores

5. Representatividade feminina

Em 120 anos, apenas 12 mulheres foram reconhecidas pelo Nobel de Medicina. Apenas a norte-americana Barbara McClintock venceu sozinha, em 1983, com estudo sobre elementos genéticos móveis

6. Recordista de indicações?

“32” volta a ser um número destacado na história do prêmio. Esta foi a quantidade de vezes em que o neurologista austríaco Sigmund Freud, pai da psicanálise, foi indicado ao Nobel de Medicina, mas nunca levou a medalha para casa.

7. ‘Coroas suecas’

Para seus vencedores e vencedoras, o Nobel é um reconhecimento impossível de ser dimensionado, tamanha sua relevância para a comunidade científica global. Mas, além de receber a Medalha de Honra, ganhadores são prestigiados com prêmio de 10 milhões de coroas suecas – a moeda corrente no país.

Se convertido à moeda brasileira, o valor equivale a R$ 6,1 milhões, que é dividido, quando mais de um pesquisador é escolhido na mesma edição do Nobel de Medicina. 

8. A pimenta e o Nobel

Os cientistas David Julius e Ardem Patapoutian venceram o Prêmio Nobel de Medicina em 2021, a partir de estudos considerados muito recentes, iniciados da década de 1990, que mapearam o sensor reativo da pele e a ativação de células nervosas, desvendando o mecanismo que nos leva a sentir o frio, o calor e a pressão tátil.

Os estudos dos norte-americanos (Patapoutian também possui nacionalidade libanesa) são considerados muito importantes para a neurologia e devem impulsionar o desenvolvimento de tratamentos para pacientes acometidos por dor crônica.

Fato curioso é que um dos insights para a pesquisa de David Julius ocorreu em um corredor de supermercado, no setor onde havia molhos de pimenta nas prateleiras. Na ocasião, o cientista disse à esposa, também cientista, que achava ser a hora de investigar como algumas substâncias causavam a sensação de calor. 

 

Fontes: 1. BBC News Brasil. Nobel de Medicina: pesquisa sobre sensação de toque e temperatura é premiada. Último acesso em 29 de outubro de 2021. 2. Brasil Escola. Francis Peyton Rous. Último acesos em 29 de outubro de 2021. 3. CNN Brasil. Como a pimenta ajudou vencedor do Nobel de Medicina a entender a sensação de calor. Último acesso em 29 de outubro de 2021. 4. CNN Brasil. Nobel de Medicina: veja algumas curiosidades da premiação. Último acesso em 29 de outubro de 2021. 5. CNN Brasil. Prêmio Nobel: o que é, quanto recebe um ganhador e outras curiosidades da premiação. Último acesso em 29 de outubro de 2021. 6. Estado de Minas. Pimentas e abraços: as inspirações dos vencedores do Nobel de Medicina. Último acesso em 29 de outubro de 2021. 7. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto – HUPE/UFRJ. Tributo a Peter Medawar. Último acesso em 29 de outubro de 2021. 8. Terra. Descobertas premiadas com Nobel podem ajudar na dor crônica.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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