Dicas para desmame do bebê e fatores que impedem o aleitamento humano
O desmame gradual é indicado para facilitar o processo natural de retirada do leite humano da alimentação da criança. Siga essas dicas para um desmame gentil, sem traumas
O desmame gentil, ou o desmame sem traumas, é realizado a partir de um processo gradual, muito mais fácil para o bebê se adaptar e não sofrer durante o processo. Isso não quer dizer que não haverá contestações por parte da criança, por isso, siga firme na sua jornada.
Se o seu bebê já passou dos seis meses de idade e você está pensando em fazer o desmame, talvez seja indicado repensar. Isso porque o leite materno segue tendo o seu importante papel até os dois anos de idade da criança. Agora, se por algum motivo você não puder continuar amamentando (listamos abaixo alguns fatores que prejudicam o aleitamento humano), saiba que fez um ótimo trabalho até aqui.
Primeiro, vamos conhecer os fatores que dificultam o aleitamento materno temporariamente ou permanentemente e, depois, passamos para as dicas para realizar o desmame sem traumas.
Fatores que prejudicam o aleitamento materno
Algumas contraindicações em relação à amamentação são permanentes ou de longa duração, como nos casos em que a mãe tenha câncer de mama em tratamento, possua os vírus HIV, HTLV1 e HTLV2, ou se a mulher tiver distúrbios da consciência ou de comportamento graves.
Fatores temporários em relação à mãe
Existem os fatores que impedem o aleitamento humano por um determinado período. No caso da infecção herpética (vesículas na pele da mama), a amamentação deve seguir apenas na mama sadia. Se a mãe tiver vesículas da varicela na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, ela deve ser isolada até que as vesículas “sequem”.
Outras situações que impossibilitam a amamentação temporariamente é a Doença de Chagas, na sua fase aguda, em outras situações, tais como: quando houver sangramento mamilar, formação de abscesso mamário (até que seja drenado e tratado) e em vigência do uso de medicamentos quimioterápicos.
Fatores em relação ao bebê
Os fatores que atrapalham ou impedem o aleitamento humano em relação ao bebê estão ligados a algumas doenças metabólicas, tais como a galactosemia, que ocorre quando não há uma das enzimas necessárias para metabolizar o açúcar do leite; a fenilcetonúria, que causa acúmulo do aminoácido fenilalanina no corpo e pode causar danos cerebrais; a síndrome da urina de xarope do bordo, que resulta em acúmulo dos aminoácidos leucina, isoleucina e valina; e nos casos de intolerância à lactose ou a algum outro componente do leite.
Outros fatores que podem prejudicar a amamentação são: malformações de orofaringe, esôfago e traqueia; cardiopatia e/ou pneumopatia grave ou estado geral gravemente comprometido.
Dicas para o desmame gentil
A melhor forma de realizar o desmame é por meio da substituição do leite humano pelos alimentos, de acordo com a idade da criança, aumentando-se a quantidade e modificando-se a consistência conforme a faixa etária.
1. Organize e diminua as mamadas do dia
O primeiro passo para o desmame sem traumas é organizar as mamadas do dia estando em acordo com a criança (se ela tiver idade para entender). Ao reduzir a quantidade de vezes que o bebê mama, a produção do leite humano vai cair.
Explique para a criança, de maneira lúdica, quais são os momentos em que ela irá mamar (por ex: depois de acordar, depois de passear, antes de dormir etc.).
Uma ideia para fazer o desmame gradual é, a partir dos 7 meses, trocar uma mamada por uma refeição desde que liberado pelo pediatra. Após alguns dias, é possível replicar o processo em outro horário.
2. Pratique o desmame noturno
Nada de acordar mais para amamentar o bebê. Uma ideia lúdica é explicar para a criança que, de noite, ela e o “mamá” dormem. Então, é possível amamentar antes de dormir, mas na madrugada, não.
3. Reduza a duração das mamadas
Para o desmame gradual, a criança precisa ir, aos poucos, entendendo que a comida vai fazer cada vez mais, parte da sua alimentação. Então, as mamadas também serão mais curtas, para não saciarem.
Reduza a duração das mamadas, mas use os minutos que “sobraram” para dar atenção ao bebê. Desse modo, ele irá entender que aquele momento pode ser afetuoso, mesmo sem a conexão da mamada.
4. Introduza novos alimentos
Permita que a criança experimente os alimentos, de acordo com a sua idade. Lembre-se que caretas são comuns e não querem dizer que a criança não gostou de um determinado alimento, mas sim que está se acostumando com ele.
Tente formatos diferentes e preparos variados, para que o bebê possa brincar com as texturas e ir se adaptando.
5. Tenha um tempo de qualidade com a criança
A amamentação é um momento de carinho entre a mãe e o bebê. Retirar a amamentação necessita de suporte emocional ao bebê. Lembre-se de brincar, ler, cantar e/ou dançar com seu filho.
6. Tenha paciência
A evolução do desmame não é linear. Tem dias que a criança não vai querer ceder tanto, mas em outros vai estar mais tranquila e disposta a progredir. Dê tempo ao tempo e, em breve, essa fase será superada!
Boa sorte nessa jornada!
Referências: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/nutricao
http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/eedic/article/view/4714
http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/1372