Diferença entre ansiedade e transtorno de ansiedade

 

Sentir ansiedade é natural, mas quando o sentimento se torna persistente e incapacitante, pode indicar um transtorno

Publicado em: 17 de junho de 2025  e atualizado em: 17 de junho de 2025
  • Para compartilhar
Ouvir o texto Parar o Audio

A ansiedade é uma emoção humana fundamental, uma resposta natural do corpo a situações de estresse, perigo ou incerteza. Sentir-se ansioso antes de uma prova, entrevista ou apresentação é normal e pode até impulsionar a ação. No entanto, quando esse sentimento se torna constante, intenso e começa a interferir na rotina, pode indicar um transtorno de ansiedade. A distinção entre ansiedade normal e patológica é essencial para buscar ajuda adequada¹.


Ansiedade: emoção natural ou transtorno? ¹

A ansiedade normal é passageira, tem uma causa clara e é proporcional à situação. Os sintomas – como taquicardia, sudorese ou "frio na barriga" – são desconfortáveis, mas não incapacitantes. Já o transtorno de ansiedade é persistente, desproporcional e pode surgir sem motivo aparente. Isso dificulta tarefas simples, compromete o trabalho, os relacionamentos e a qualidade de vida. Os sinais físicos incluem palpitações, falta de ar, tontura, tremores, sudorese excessiva, tensão muscular e distúrbios gastrointestinais. Emocionalmente, pode surgir como preocupação constante, irritabilidade, dificuldade de concentração, sensação de pânico ou catástrofe iminente e inquietação.

Os principais tipos de transtornos de ansiedade ²

Existem várias manifestações clínicas. Entre as mais comuns estão:

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): preocupação persistente e excessiva com diversas áreas da vida.

Transtorno do Pânico: crises súbitas e intensas de medo, acompanhadas de sintomas físicos intensos.

Fobias específicas: medo irracional de objetos, situações ou animais.

Fobia social: medo paralisante de situações sociais.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): pensamentos obsessivos e comportamentos repetitivos que visam aliviar a ansiedade.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento ³

O diagnóstico deve ser feito por um psiquiatra ou psicólogo, com base em uma avaliação criteriosa dos sintomas, sua frequência, intensidade e impacto na rotina. O tratamento pode incluir:

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): considerada a mais eficaz.

Medicação: em casos moderados a graves, sempre com prescrição médica.

Mudanças no estilo de vida: atividade física regular, alimentação equilibrada, higiene do sono e práticas de relaxamento.

Um problema global que o Brasil também enfrenta ,

A Organização Mundial da Saúde estima que mais de 300 milhões de pessoas conviviam com transtornos de ansiedade em 2019⁴. No Brasil, o Ministério da Saúde oferece atendimento gratuito por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com destaque para os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), unidades de saúde da família e ambulatórios.


Fatores de risco: genética, ambiente e estilo de vida

A predisposição genética é um dos fatores associados ao surgimento dos transtornos de ansiedade. Ter familiares com histórico de doenças mentais pode aumentar o risco. Além disso, experiências traumáticas, estresse crônico, abuso de substâncias e estilo de vida sedentário são gatilhos importantes.

Buscar ajuda é o primeiro passo para retomar a qualidade de vida

Reconhecer os sinais precocemente e procurar apoio especializado são atitudes fundamentais. Com o tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e recuperar o bem-estar emocional.

 

 

Referências

1. Ministério da Saúde – Biblioteca Virtual em Saúde. Ansiedade. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/ansiedade/.
2. Ministério da Saúde – Linhas de Cuidado: Transtornos de Ansiedade no Adulto. Disponível em: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/ansiedade/definicao/. Ministério da Saúde – Saúde Mental. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental.
3. Organização Mundial da Saúde (OMS) – Transtornos de Ansiedade. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/anxiety-disorders.
4. Ministério da Saúde – Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/rede-de-atencao-psicossocial-raps.
5. Ministério da Saúde – Transtornos de Ansiedade e Fatores Genéticos. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/transtornos-de- ansiedade-podem-estar-relacionados-a-fatores-geneticos.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
  • Para compartilhar
Você achou esse conteúdo útil?