Você conhece a doença celíaca? Trata-se de uma condição autoimune, ou seja, o sistema imunológico da pessoa ataca o próprio organismo. Os portadores desta patologia possuem intolerância ao glúten, proteína que pode ser encontrada em cereais como o trigo, a cevada, a aveia, entre outros, e que geralmente são ingredientes que compõem alimentos como pães, massas, pizzas, biscoito, cerveja e doces¹, ².

A intolerância ao glúten causa atrofia da mucosa do intestino delgado levando a má absorção de nutrientes presentes nos alimentos, como os sais minerais, as vitaminas e até mesmo a água², ³.

Esse é um distúrbio genético que pode ocorrer em qualquer idade. Os primeiros sintomas de quem sofre com a doença celíaca geralmente aparecem quando os alimentos, como os cereais, começam a ser introduzidos na alimentação, ainda quando criança. Entretanto, essa condição também pode se desenvolver na vida adulta. Os principais sinais surgem com um inchaço na barriga, diarreia ou prisão de ventre, dor abdominal, falta de apetite, anemia, perda de peso ou desnutrição e osteoporose³.

Como saber se tenho intolerância ao glúten?

Ao notar os sintomas, é necessário procurar um profissional de saúde, que irá realizar o diagnóstico e indicar o melhor tratamento. Exames laboratoriais e uma possível biópsia do intestino delgado, por meio de endoscopia, podem sinalizar se o paciente tem esta condição ou não³.

Ainda não há cura para a doença celíaca, mas é possível tratá-la por meio de uma dieta sem nenhum consumo de glúten por toda a vida. Não é fácil, pois diversos alimentos ou receitas levam este tipo de proteína. Além dos alimentos, é possível notar a presença do glúten em cosméticos, medicamentos e até mesmo produtos de limpeza, o que pode afetar os pacientes celíacos. Mas com paciência e acompanhamento de um profissional nutricionista, é possível encontrar alimentos para substituí-los e, após algum tempo sem o seu consumo, ter a mucosa intestinal recuperada por completo¹ ².

Algumas complicações podem surgir para as pessoas com doença celíaca, como osteoporose, esterilidade, distúrbios neurológicos e até mesmo câncer de intestino. Por isso, tratá-la é importante para melhorar a qualidade de vida do paciente².

Sensibilidade ao glúten não celíaca⁴

Diferentemente da doença celíaca, a sensibilidade ao glúten não celíaca não causa graves reações no organismo, provocando, na maioria das vezes, desconfortos abdominais, diarreia intercalada com de prisão de ventre, inchaço e náuseas, dores de cabeça e fadiga em algumas pessoas.

Neste caso, o tratamento é mais simples. Como a sensibilidade ao glúten não provoca reações imunológicas, alguns indivíduos podem fazer uso de enzimas digestivas.

Procurar um profissional de saúde ajudará a identificar a condição, determinar o nível de tolerância de cada um e indicar a melhor dieta.

Fontes:

1. CNS requer mais atenção às pessoas com intolerância a glúten. Conselho Nacional de Saúde. Ministério da Saúde Brasil. Último acesso em 25 de agosto de 2022.

2. Doença Celíaca: a evolução dos conhecimentos desde sua centenária descrição original até os dias atuais. Scielo. Último acesso em 25 de agosto de 2022.

3. Doença Celíaca. Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde Brasil. Último acesso em 25 de agosto de 2022.

4. PEDROSA, D.; JAQUES U.; ALMEIDA, D.; SILVA, B.; SILVIA, V.; MARQUES, T.; LIMA, L. Doença Celíaca x Sensibilidade ao Glúten Não-Celíaca: Sintomas, Diagnóstico e Tratamento. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.3, p.16175-16194 mar.,2022. Último acesso em 25 de agosto de 2022.