Fadiga Persistente: Sinal de alerta para doenças autoimunes? 

Cansaço constante pode indicar problemas além do estresse

Publicado em: 15 de julho de 2025  e atualizado em: 15 de julho de 2025
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Sentir-se cansado após um dia de trabalho intenso ou uma atividade física extenuante é uma experiência comum e esperada. No entanto, quando o cansaço se torna extremo, persistente e não melhora com o descanso, é fundamental redobrar a atenção. Esse tipo de fadiga pode ser um indicativo de doenças autoimunes, condições nas quais o sistema imunológico, erroneamente, ataca os próprios tecidos e órgãos do corpo¹. 

Fadiga Comum vs. Fadiga Crônica em Doenças Autoimunes ²,³ 

É crucial distinguir entre a fadiga cotidiana e a fadiga crônica associada a condições de saúde. A fadiga comum é temporária e geralmente se resolve com repouso adequado e com uma boa noite de sono. Em contrapartida, a fadiga crônica é um sintoma persistente que não é aliviado pelo descanso e interfere significativamente nas atividades diárias e na qualidade de vida. Em doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e a artrite reumatóide, a fadiga é um sintoma frequentemente relatado e pode impactar a capacidade do indivíduo de realizar tarefas rotineiras. 

Sinais para Ficar Atento ¹,² 

Além da fadiga persistente, outros sintomas podem acompanhar e sinalizar a presença de uma condição autoimune. Estar atento a esses sinais, em conjunto com o cansaço excessivo, pode auxiliar na busca por um diagnóstico precoce: 
Dor e rigidez nas articulações, especialmente pela manhã; 

  • Febre baixa sem causa aparente;

  • Erupções cutâneas, como a característica lesão em "asa de borboleta" no rosto, comumente observada no lúpus;

  • Sensibilidade à luz solar (fotossensibilidade);

  • Queda de cabelo inexplicável;

  • Ressecamento dos olhos e da boca (síndrome de Sjögren, que pode ser primária ou secundária a outras doenças autoimunes);

  • Alterações de peso sem motivo aparente.

Diagnóstico e Tratamento: A Importância da Abordagem Multidisciplinar  ¹,²

O diagnóstico de doenças autoimunes é complexo e exige uma avaliação clínica detalhada por parte de um médico especialista, que incluirá o histórico familiar do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos. Entre os exames mais comuns estão o fator antinuclear (FAN) e o fator reumatoide (FR). Em determinados casos, exames de imagem, como radiografias ou ressonâncias magnéticas, podem ser utilizados para avaliar o grau de comprometimento de articulações e órgãos. 
 
O tratamento dessas condições busca controlar a atividade da doença, aliviar os sintomas e, principalmente, prevenir danos irreversíveis aos órgãos. As opções terapêuticas podem incluir medicamentos imunossupressores, anti-inflamatórios e outras terapias de suporte, sempre definidas e ajustadas individualmente com o acompanhamento de um especialista, como um reumatologista. 

Quando Procurar Ajuda Médica? ¹,² 

É fundamental buscar orientação médica se a fadiga for intensa, persistente, não melhorar com o repouso e, principalmente, se estiver acompanhada de outros sintomas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são pilares essenciais para lidar com doenças autoimunes, contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade de vida do paciente e para a prevenção de complicações graves. 


Referências 

1. Ministério da Saúde. Diagnóstico precoce pode melhorar a qualidade de vida de pacientes com fibromialgia e fadiga crônica. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/diagnostico-precoce-pode-melhorar-a-qualidade-de-vida-de-pacientes-com-fibromialgia-e-fadiga-cronica 
2. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Doenças autoimunes. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/doencas-autoimunes 
3. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Doenças Autoimunes: Saiba o que são e como se manifestam. Disponível em: https://www.fiocruz.br/ioc/pt-br/noticias/318-doencas-autoimunes-saiba-o-que-sao-e-como-se-manifestam 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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