A transformação digital na saúde tem sido impulsionada pelo avanço de tecnologias móveis e digitais, resultando na expansão de práticas como m-health (saúde móvel) e e-saúde (saúde eletrônica). Essas abordagens têm o potencial de melhorar o acesso a serviços de saúde, promover a equidade e fortalecer os sistemas de saúde, especialmente em regiões com recursos limitados¹.

Definições e Aplicações ³, ⁴, ⁵, ⁶, ⁷, ⁸

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define m-health como "a prática médica e de saúde pública apoiada por dispositivos móveis, como telefones celulares, dispositivos de monitoramento de pacientes, assistentes digitais pessoais (PDAs) e outros dispositivos sem fio"². Já a e-saúde é compreendida como o uso de tecnologias de informação e comunicação para apoiar os sistemas de saúde e os serviços relacionados.

Essas tecnologias são aplicadas em diversas áreas, incluindo monitoramento remoto de pacientes, promoção da saúde, prevenção de doenças, gestão de condições crônicas e apoio à decisão clínica. Por exemplo, aplicativos móveis têm sido utilizados para melhorar o autocuidado de pessoas com diabetes, facilitando o monitoramento da glicemia e a adesão ao tratamento.

No Brasil, o Ministério da Saúde tem promovido a integração de tecnologias digitais por meio de iniciativas como o programa "Meu SUS Digital", que visa informatizar e integrar os dados de saúde dos cidadãos, permitindo o acesso a informações clínicas e serviços de saúde por meio de plataformas digitais.

Além disso, a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020–2028 estabelece diretrizes para o desenvolvimento e a implementação de soluções digitais no Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na melhoria da qualidade do cuidado, na eficiência dos serviços e na ampliação do acesso à saúde.

Apesar dos avanços, a implementação de m-health e e-saúde enfrenta desafios, como a necessidade de infraestrutura tecnológica adequada, capacitação de profissionais de saúde e garantia da privacidade e segurança dos dados dos pacientes. A OMS destaca a importância de marcos regulatórios robustos e de políticas que assegurem a proteção das informações de saúde e promovam a equidade no acesso às tecnologias digitais.

A incorporação de tecnologias digitais na saúde continua a evoluir, com o potencial de transformar a prestação de cuidados e fortalecer os sistemas de saúde. A OMS enfatiza a necessidade de estratégias nacionais de saúde digital que sejam inclusivas, sustentáveis e centradas nas pessoas, visando alcançar a cobertura universal de saúde e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Referências

1. Organização Mundial da Saúde. Global strategy on digital health 2020–2025. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/documents/gs4dhdaa2a9f352b0445bafbc79ca799dce4d.pdf
2. Organização Mundial da Saúde. mHealth: new horizons for health through mobile technologies. Disponível em: https://iris.who.int/handle/10665/44607
3. Organização Mundial da Saúde. Digital health. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/digital-health
4. Conselho Federal de Enfermagem. Tecnologia m-Health no autocuidado de pessoas com diabetes. Disponível em: https://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2022/09/tecnologia-m-health-autocuidado-pessoas-diabetes.pdf
5. Ministério da Saúde. Meu SUS Digital. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Meu_SUS_Digital 6. Ministério da Saúde. Estratégia de Saúde Digital para o Brasil 2020–2028. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategia_saude_digital_Brasil.pdf
7. Organização Mundial da Saúde. Ethics and governance of artificial intelligence for health: WHO guidance. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240029200
8. Organização Mundial da Saúde. Global strategy on digital health 2020–2025. Disponível em: https://www.who.int/docs/default-source/documents/gs4dhdaa2a9f352b0445bafbc79ca799dce4d.pdf