Se tem uma doença que diagnosticada causa calafrios nos pais é a meningite pois é uma doença que necessita de internação hospitalar para tratamento e que por vezes, pode levar a óbito. A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. E os números jogam contra as crianças, já que a faixa etária até os cinco anos é a mais atingida pela meningite, que pode ser causada por vírus ou bactéria, essa última sendo a mais alarmante (1).

A meningite é considerada atualmente no Brasil uma doença endêmica, ou seja, são esperados casos ao longo do ano, podendo ocorrer surtos ocasionais, como ocorrido em 2022. Estações do ano também influenciam no tipo de meningite que surge, sendo outono-inverno mais a bacteriana e primavera-verão, mais as virais (2).

Prevenção (1)

A prevenção para os casos de meningite bacteriana é a vacinação, com doses dentro do Programa Nacional de Imunização , embora possa ser encontrada em clínicas particulares. Dentro do calendário são dadas a Meningocócica C (Conjugada), a Pneumocócica 10-Valente (Conjugada) e a Pentavalente. A primeira protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C; a segunda, contra a doença pneumocócica invasiva; e a terceira, contra a haemophilus influenzae b (1). Existem ainda outras vacinas utilizadas para a prevenção da meningite. (2)

A vacinação é a maneira mais segura para evitar casos graves e sequelas. No caso das meningites bacterianas, a maneira de se transmitir é simples, daí o receio com novos surtos: é de pessoa para a pessoa, através de gotículas e secreções do nariz e garganta, mas a forma de transmissão vai depender do agente causador. além de água contaminada.

Sintomas (1,2,3)

Em crianças, deve-se observar sintomas como febre, dor de cabeça e, principalmente, rigidez na nuca – que é o sinal mais grave e que os pais devem ter conhecimento, já que foge completamente de outros de doenças mais comuns. Vômitos, náusea, e confusão mental podem se somar aos sintomas e os pais devem procurar ajuda médica. Geralmente, assim que o médico observa sinais e sintomas sugestivos de meningite, a internação já pode ser indicada. 

Em bebês essas pistas podem nem existir, dificultando o quadro - daí a necessidade nos primeiros anos de sempre haver um acompanhamento pediátrico. Muito pequenos podem ter vômito, irritação, má alimentação e letargia - o que se assemelha com muitos quadros de outras doenças, e por isso há necessidade de ainda mais cuidado. A moleira protuberante pode indicar meningite, mas o pediatra é o mais indicado para fazer esta avaliação e indicar um diagnóstico (1). No SUS, havendo suspeita, os exames laboratoriais fazem parte do procedimento de saúde pública – e isso também pode ser feito na assistência privada. São coletadas amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano (líquor) (2).

De tão séria e perigosa, o óbito pode ocorrer dentro de 24 horas após os sintomas - portanto, muita atenção aos primeiros sinais. Segundo dados do SinanNet, entre 2007 e 2020 foram confirmados 265.644 casos e, desses, a taxa de letalidade em relação à meningite meningocócica foi de 21%, ou seja, perto de 6 mil óbitos2.

Tratamento

Detectada a doença, devido à seriedade dela, é usual a internação hospitalar (1,2). Os médicos que cuidarão do caso avaliarão a necessidade do uso de antibióticos e outras medicações, além de reposição de líquidos. Quando a causa é viral, no hospital é feito o monitoramento com uso ou não de medicamentos. Nesses casos, geralmente a cura é espontânea. As meningites fúngicas requerem tratamentos mais longos, delicados, com dosagem de medicação mais alta e vai depender muito do estado imunológico do paciente – diabéticos, pessoas com câncer ou HIV passarão por cuidados maiores. Sendo qualquer uma das causas, não hesite em procurar um médico.

Referências: 1. Meningite. Ministério da Saúde. Último acesso em 22 de novembro de 2022. 2. Saúde de A a Z. Ministério da Saúde. Último acesso em 22 de novembro de 2022. 3. Meningite Viral. Rede D’Or. Último acesso em 22 de novembro de 2022. 4. Situação Epidemiológica. Ministério da Saúde. Último acesso em 7 de dezembro de 2022