O que é covid longa?
Entenda como a síndrome compromete a qualidade de vida
Desde o surgimento da pandemia de COVID-19, uma nova realidade se estabeleceu em todo o mundo. Entre os efeitos mais intrigantes e preocupantes da infecção pelo coronavírus, destaca-se a chamada “COVID longa” ou “síndrome pós-covid”. Mas o que é exatamente essa condição? Como ela ocorre? Quais são seus principais sintomas, consequências e as opções de tratamento disponíveis?
A COVID longa afetou um número significativo de pessoas que, mesmo após a recuperação inicial da infecção, continuam a apresentar sintomas debilitantes que podem durar semanas, meses e, em alguns casos, até anos. Daí o termo "COVID longa". Basicamente, como o próprio nome sugere, refere-se a um conjunto de sintomas que persistem por um período prolongado após a fase aguda da infecção pelo SARS-CoV-2. As evidências atuais sugerem que aproximadamente 10–20% das pessoas experimentam essa condição. ¹
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)¹, essa síndrome pode ser caracterizada por uma variedade de sintomas que se manifestam após a recuperação clínica de um episódio de COVID-19, mesmo em casos leves.
Especialistas acreditam que a condição pode ser resultado de uma resposta imune desregulada, inflamação residual, danos nos órgãos ou até mesmo a persistência do vírus em algumas células do organismo. Estudos iniciais sugerem que a COVID longa pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo aquelas que não apresentaram sintomas graves durante a infecção inicial.
Sintomas: ¹
Os sintomas da COVID longa variam amplamente entre os indivíduos, alguns dos mais comuns incluem:
- Fadiga intensa: um cansaço persistente que não melhora com o descanso
- Dificuldades respiratórias: sensação de falta de ar ou dificuldade para respirar
- Problemas cognitivos: comumente referido como "névoa mental", que inclui dificuldades de concentração e memória.
- Dor no peito: desconforto ou dor que pode ser persistente.
- Alterações no olfato e paladar: incluindo distorções sensoriais ou, em casos mais graves, a perda total desses sentidos.
Esses sintomas podem aparecer de forma isolada ou em combinação, e sua intensidade pode variar ao longo do tempo.
O Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) estimou que, até o final de 2021, 15,1% dos infectados com com SARS-CoV-2 apresentou sintomas persistentes em 12 meses após o início da infecção. Além do impacto físico, a COVID longa também pode afetar a saúde mental, levando a condições como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. Consequentemente, as implicações sociais e econômicas são significativas, com um aumento na demanda por serviços de saúde, suporte psicológico e reabilitação.2
Embora a COVID longa seja um desafio, existem algumas abordagens que podem ajudar a gerenciar os sintomas. É fundamental que os pacientes busquem acompanhamento médico quando apresentarem sintomas persistentes. Profissionais de saúde podem oferecer um plano de tratamento que pode incluir: 2
- Fisioterapia: para ajudar na recuperação da função pulmonar e força física.
- Terapia ocupacional: para ajudar os pacientes a reintegrarem-se às suas atividades diárias.
- Apoio psicológico: para lidar com as consequências emocionais e mentais da COVID longa.
Atualmente, não existe um tratamento específico aprovado para a COVID longa, mas muitos estudos estão em andamento para investigar intervenções eficazes. A pesquisa foca em compreender melhor a condição e testar diversas abordagens terapêuticas, incluindo medicamentos anti-inflamatórios e reabilitação respiratória.1,2
Referências:
1. Organização Mundial da Saúde (OMS)¹. Doença do coronavírus (COVID-19): Condição pós-COVID-19 (https://www.who.int/news-room/questions-and-answers/item/coronavirus-disease-(covid-19)-post-covid-19-condition) publicada em 03 de agosto de 2020.
2. Organização Mundial da Saúde (OMS ). Condições pós COVID-19. https://www.who.int/teams/health-care-readiness/post-covid-19-condition