A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comum no mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), já atinge cerca de 50 milhões de pessoas¹. Mesmo tendo uma alta incidência na população mundial, esse distúrbio ainda é cercado por mitos e estigmas - que podem ter impacto direto na qualidade de vida daqueles que convivem com essa condição.

Antes, era comum as pessoas relacionarem a epilepsia a causas místicas, religiosas e até mesmo misteriosas². Essa falta de informação, que acabava alimentando as crenças populares, fez com que portadores da doença fossem discriminados. Quebrar esses estigmas é um passo fundamental para combatermos essa percepção errada.

Para que você entenda um pouco mais sobre a doença, listamos abaixo seus principais mitos e verdades. Confira! ²^,³^,⁴^,⁵. 

A epilepsia é uma doença mental

Mito. É uma doença neurológica e não mental. Ela está relacionada a descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro. A maioria das pessoas com epilepsia têm o intelecto normal.

A epilepsia é contagiosa

Mito. Trata-se de uma doença neurológica que não é transmitida por contato físico.

Quem tem epilepsia pode dirigir

Verdade. Pacientes com uso de medicação e sem crise epilética há mais de um ano podem dirigir. O mesmo é válido para aqueles que não utilizam medicamentos e estão há, no mínimo, dois anos sem crises epiléticas.

Toda convulsão é epilepsia

Mito. A convulsão é apenas um tipo de ataque epilético. Para ser considerada epilepsia, é preciso que o paciente apresente repetições de suas crises epiléticas.

A epilepsia acomete todas as faixas etárias 

Verdade. O problema pode afetar de bebês a idosos, além de poder ter início em qualquer fase da vida.

Durante uma crise é preciso evitar com que o paciente engula a própria língua 

Mito. Ao contrário do que muitos imaginam, a língua não enrola e não existe o risco de a pessoa engoli-la. Esse é um erro extremamente perigoso, uma vez que pode causar graves lesões nos dedos de quem tenta ajudar. Em uma crise, basta virar o paciente de lado para que a saliva escorra corretamente e aguardar que a crise acabe.

Medicamentos são capazes de controlar as crises 

Verdade. O uso adequado e regular de medicamentos específicos é capaz de controlar até 70% dos casos.

A epilepsia não tem tratamento ou cura 

Mito. Existe a possibilidade de cura para alguns tipos da doença, como as infantis. Podemos afirmar que a epilepsia está resolvida em pacientes que estão há 10 anos sem crises e há cinco anos sem o uso de medicações anticonvulsivantes. Para casos em que as crises são difíceis de ser controladas e que não respondem da maneira desejada aos medicamentos, a cirurgia de epilepsia também pode ser uma alternativa para a cura do problema.

Café e refrigerantes devem ser proibidos na dieta de quem tem epilepsia 

Mito. Essas bebidas não são capazes de desencadear uma crise epilética. A hipoglicemia, causada por longos períodos sem se alimentar, sim é capaz de contribuir para o surgimento destes episódios.

É possível manter a consciência durante uma crise 

Verdade. Como as crises epiléticas relacionam-se com a área do cérebro onde é gerada, elas se apresentam de formas diferentes. Ou seja, podem ser com ou sem alteração da consciência.

Quem tem epilepsia pode ter uma vida normal

Verdade. Pacientes que têm as crises controladas podem e devem ter uma vida normal, como trabalhar, estudar e até mesmo dirigir, desde que liberados pelo médico.

Lembre-se de que o primeiro passo para ajudarmos aqueles que possuem qualquer tipo de distúrbio é entender um pouco mais sobre ele. Quando nos informamos, conseguimos quebrar mitos e paradigmas e, assim, contribuir para que esses pacientes superem todos os desafios da doença. Com diagnóstico correto e tratamento adequado é perfeitamente possível uma vida normal e ativa.

Fontes: 1. OMS destaca escassez de tratamento para epilepsia em países de baixa renda. OPAS: Organização Pan-Ameircana da Saúde. Último acesso em 17 de fevereiro de 2022. 2. Mitos e Verdades sobre a Epilepsia. Instituto Neurológico de Goiânia. Último acesso em 17 de fevereiro de 2022. 3. Mitos e Verdades. Liga Brasileira de Epilepsia. Último acesso em 16 de fevereiro de 2022. 4. Neurologista esclarece dúvidas sobre epilepsia no “AB Saúde”. G1. Último acesso 17 de fevereiro de 2022. 5. Mitos contribuem com preconceito e estigma de quem sofre epilepsia. Viva Bem. Último acesso em 17 de fevereiro de 2022.