Os desafios no diagnóstico da urticária
Apesar de facilmente reconhecida pelo seu aspecto, descobrir a causa da urticária nem sempre é simples
Os desafios no diagnóstico da urticária
A urticária é uma reação alérgica facilmente reconhecida pelas lesões avermelhadas e elevadas que surgem na pele do paciente. Acompanhadas por coceira intensa e/ou ardor, normalmente causam grande desconforto - mas podem desaparecer em até 24 horas e sem deixar marcas ou cicatrizes. No entanto, algumas manchas podem persistir por períodos mais prolongados. Há também casos em que o quadro pode aparecer junto com angioedema, que se caracteriza por inchaços em diferentes partes do corpo, como lábios e pálpebras.
As urticárias são doenças bem comuns e podem acometer pacientes de todas as faixas etárias, de bebês a idosos. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), apontam que o problema atinge uma em cada cinco pessoas no mundo, ou seja, 20% da população. Sendo que desse total entre 1% e 2% apresentam a urticária crônica - que leva mais de seis semanas para desparecer. Mas descobrir a sua causa nem sempre é tarefa fácil, uma vez que diversos fatores podem causar essa reação no organismo.
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A urticária pode ser dividida em aguda e crônica. A grande diferença entre elas está no tempo de duração de seus sintomas. Consideramos aguda aquela que tem duração de até seis semanas e crônica a que apresenta sinais e sintomas diariamente além deste período, ou seja, por mais de seis semanas. Vale destacar também que a urticária crônica pode ocorrer espontaneamente (sem fator externo responsável) ou quando induzida por estímulos específicos.
Diagnóstico – o grande desafio dos pacientes crônicos
As causas mais comuns para o surgimento dessas reações alérgicas na pele são picadas de inseto, estresse, produtos químicos, plantas ou pólen, alimentos, contato com objetos, infecções e estímulos físicos, como frio, calor e pressão.
Como não existe um teste específico para o diagnóstico da urticária, o exame físico, baseado no histórico clínico do paciente, ainda é o método mais utilizado pelos médicos. Após essa primeira etapa de avaliação física, o profissional avaliará a necessidade de exames complementares para a investigação da possível causa do problema. Para casos de urticárias crônicas induzidas, poderão ser realizados os testes de provocação que reproduzirão na pele a lesão, de acordo com as suspeitas iniciais do agente responsável. Já para os casos de urticária crônica espontânea, descobrir o agente causador pode se tornar um grande desafio, uma vez que, em muitos casos não é possível detectar uma causa específica para o seu aparecimento.
Fechado o diagnóstico da urticária, o tratamento será avaliado individualmente e orientado pelo médico de acordo com cada tipo da alergia. Em geral, os antialérgicos são os medicamentos mais utilizados para tratamento e controle dos sintomas. Nos casos de urticária crônica, vale destacar que o processo terapêutico é longo e a medicação precisa ser tomada diariamente como medida preventiva, não apenas para alívio dos sintomas. Já para urticárias induzidas por agentes físicos, é fundamental que se evite o contato com o estímulo desencadeante do problema.
Medidas como manter a pele hidratada e utilizar sabonetes e hidratantes específicos, manutenção da medicação contínua mesmo quando estiver se sentindo bem, dar preferência para roupas de algodão, evitar banhos quentes e demorados e atividades de lazer para combater o estresse são essenciais para fazer com que o tratamento seja mais eficaz.
Quebrando mitos
É importante ressaltar que, apesar de seu aspecto físico, a urticária não é uma doença contagiosa! É de alta prevalência e acomete pessoas de todas as faixas etárias. O problema pode interferir na qualidade de vida daqueles pacientes que apresentam quadros de crises repetidos.
Fique longe das substâncias que desencadeiam a alergia! Evite a automedicação e procure ajuda médica assim que perceber o aparecimento de qualquer sintoma da urticária.
O médico é o único profissional capaz de oferecer o melhor tratamento para cada tipo de alergia.
Fontes: Guia prático da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia para o diagnóstico e tratamento das urticárias baseado em diretrizes internacionais. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. Uma em cada cinco pessoas no mundo tem urticária. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. Urticária não é emocional, mas o impacto da doença pode levar à depressão. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. Urticária: conheça os tipos da doença e os mitos em torno dela. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. 01/10 – Dia Mundial da Urticária. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. Doutor, eu tenho urticária. Protetores da Pele. Último acesso em 21 de janeiro de 2022.