Os desafios no diagnóstico da urticária

Apesar de facilmente reconhecida pelo seu aspecto, descobrir a causa da urticária nem sempre é simples

Publicado em: 14 de fevereiro de 2022  e atualizado em: 2 de junho de 2022
  • Para compartilhar
Ouvir o texto Parar o Audio

Os desafios no diagnóstico da urticária


A urticária é uma reação alérgica facilmente reconhecida pelas lesões avermelhadas e elevadas que surgem na pele do paciente. Acompanhadas por coceira intensa e/ou ardor, normalmente causam grande desconforto - mas podem desaparecer em até 24 horas e sem deixar marcas ou cicatrizes. No entanto, algumas manchas podem persistir por períodos mais prolongados. Há também casos em que o quadro pode aparecer junto com angioedema, que se caracteriza por inchaços em diferentes partes do corpo, como lábios e pálpebras.

As urticárias são doenças bem comuns e podem acometer pacientes de todas as faixas etárias, de bebês a idosos. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), apontam que o problema atinge uma em cada cinco pessoas no mundo, ou seja, 20% da população. Sendo que desse total entre 1% e 2% apresentam a urticária crônica - que leva mais de seis semanas para desparecer. Mas descobrir a sua causa nem sempre é tarefa fácil, uma vez que diversos fatores podem causar essa reação no organismo. 

As urticárias não são iguaisIlustração de mulher coçando os braços

A urticária pode ser dividida em aguda e crônica. A grande diferença entre elas está no tempo de duração de seus sintomas. Consideramos aguda aquela que tem duração de até seis semanas e crônica a que apresenta sinais e sintomas diariamente além deste período, ou seja, por mais de seis semanas. Vale destacar também que a urticária crônica pode ocorrer espontaneamente (sem fator externo responsável) ou quando induzida por estímulos específicos.

Diagnóstico – o grande desafio dos pacientes crônicos

As causas mais comuns para o surgimento dessas reações alérgicas na pele são picadas de inseto, estresse, produtos químicos, plantas ou pólen, alimentos, contato com objetos, infecções e estímulos físicos, como frio, calor e pressão. 

Como não existe um teste específico para o diagnóstico da urticária, o exame físico, baseado no histórico clínico do paciente, ainda é o método mais utilizado pelos médicos. Após essa primeira etapa de avaliação física, o profissional avaliará a necessidade de exames complementares para a investigação da possível causa do problema. Para casos de urticárias crônicas induzidas, poderão ser realizados os testes de provocação que reproduzirão na pele a lesão, de acordo com as suspeitas iniciais do agente responsável. Já para os casos de urticária crônica espontânea, descobrir o agente causador pode se tornar um grande desafio, uma vez que, em muitos casos não é possível detectar uma causa específica para o seu aparecimento.

Fechado o diagnóstico da urticária, o tratamento será avaliado individualmente e orientado pelo médico de acordo com cada tipo da alergia. Em geral, os antialérgicos são os medicamentos mais utilizados para tratamento e controle dos sintomas. Nos casos de urticária crônica, vale destacar que o processo terapêutico é longo e a medicação precisa ser tomada diariamente como medida preventiva, não apenas para alívio dos sintomas. Já para urticárias induzidas por agentes físicos, é fundamental que se evite o contato com o estímulo desencadeante do problema. 

Medidas como manter a pele hidratada e utilizar sabonetes e hidratantes específicos, manutenção da medicação contínua mesmo quando estiver se sentindo bem, dar preferência para roupas de algodão, evitar banhos quentes e demorados e atividades de lazer para combater o estresse são essenciais para fazer com que o tratamento seja mais eficaz.

Quebrando mitos

É importante ressaltar que, apesar de seu aspecto físico, a urticária não é uma doença contagiosa! É de alta prevalência e acomete pessoas de todas as faixas etárias. O problema pode interferir na qualidade de vida daqueles pacientes que apresentam quadros de crises repetidos. 

Fique longe das substâncias que desencadeiam a alergia! Evite a automedicação e procure ajuda médica assim que perceber o aparecimento de qualquer sintoma da urticária.

O médico é o único profissional capaz de oferecer o melhor tratamento para cada tipo de alergia.

 

Fontes: Guia prático da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia para o diagnóstico e tratamento das urticárias baseado em diretrizes internacionais. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. Uma em cada cinco pessoas no mundo tem urticária. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. Urticária não é emocional, mas o impacto da doença pode levar à depressão. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. Urticária: conheça os tipos da doença e os mitos em torno dela. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. 01/10 – Dia Mundial da Urticária. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Último acesso em 21 de janeiro de 2022. Doutor, eu tenho urticária. Protetores da Pele. Último acesso em 21 de janeiro de 2022.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
  • Para compartilhar
Você achou esse conteúdo útil?