As principais infecções que atingem as crianças
Estudo mostra que as doenças respiratórias são as que mais atingem as crianças, sendo responsável por 88% dos óbitos em 2020.
A cada ano, as doenças infecciosas relacionadas ao trato respiratório atingem uma sombra preocupante sobre a saúde infantil. Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) em 2020, 88% dos óbitos de crianças tiveram associação direta com doenças do aparelho respiratório, enquanto em 2019 esse número atingiu 90%. As causas incluem afecções originadas no período perinatal, malformações congênitas, doenças infecciosas e parasitárias (1).
Já no ano de 2022, entre fevereiro e março, o país viu um crescimento exorbitante de 309% nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave entre crianças de 5 a 11 anos, conforme aponta o Boletim InfoGripe da Fiocruz (1).
Pandemia da covid-19
No período de flexibilização da pandemia, de 2020 a 2021, um grupo vulnerável chamou a atenção: crianças com idades entre 1 e 4 anos. De acordo com o IESS, os casos relacionados a doenças respiratórias nessa faixa etária apresentaram um aumento substancial, saltando de 1.308 para 2.994, um impressionante crescimento de 128,9% (1).
Além disso, as crianças desta faixa etária também lideraram os registros de infecções por covid-19. Em 2020, foram registrados 492 casos, número que se elevou para 1.260 no ano seguinte, representando um aumento significativo de 156,1% (2).
Essas revelações foram obtidas a partir da análise de 19.789 observações retiradas do banco de dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O estudo lançou uma luz sobre o cenário epidemiológico das crianças entre zero e 14 anos, beneficiárias de planos de saúde no Brasil entre os anos de 2019 e 2021 (2).
Principais causas
O aparecimento de alergias respiratórias é influenciado por fatores hereditários e ambientais, como poluição e consumo de alimentos com aditivos. Dentre os que são determinantes: atopia, qualidade do ar, exposição a poluentes, ambientes sem ventilação, fumaça de cigarro e imunodeficiências primárias (3).
Doenças respiratórias
Resfriado
Inflamação catarral da mucosa rinofaríngea e formações linfóides anexas, e possuem como causas predisponentes (3):
- Convívio ou contágio ocasional com pessoas infectadas;
- Desnutrição;
- Condições da habitação e dormitório da criança;
- Quedas bruscas e acentuadas da temperatura atmosférica;
- Susceptibilidade individual relacionada à capacidade imunológica.
Pneumonia
A inflamação das vias respiratórias pode apresentar sintomas como aumento de secreções mucosas, dificuldade na respiração, dificuldade de alimentação, tosse, febre e outros sinais preocupantes. É importante não iniciar tratamentos sem a orientação dos profissionais de saúde, pois a avaliação médica é fundamental para um diagnóstico preciso e diferencial (3).
Otite
Caracterizada por dor, febre, choro frequente, dificuldade para sugar e alimentar-se e irritabilidade, sendo o diagnóstico confirmado pelo médico (3).
Sinusite
Esta doença é marcada por inflamação nos seios nasais, que pode levar à retenção de secreções e infecções bacterianas secundárias. Os sintomas incluem tosse noturna, secreção nasal e, ocasionalmente, febre (3).
Rinite
Esta condição se caracteriza por sintomas como obstrução nasal, coriza, coceira e espirros, muitas vezes acompanhados de "olheiras" na face. A alergia respiratória é uma das principais causas, exigindo a identificação e o afastamento das substâncias desencadeantes (3).
Bronquite
Uma inflamação dos brônquios que resulta em tosse e aumento da secreção mucosa, com ou sem febre, frequentemente afetando crianças. Quando a secreção é abundante, pode ocorrer chiado ou “roncos” na respiração. Isso torna as crianças suscetíveis a infecções frequentes e, em alguns casos, a bronquite pode se tornar crônica. É aconselhável evitar substâncias alérgenas, como medida preventiva (3).
Laringite
Geralmente causada por infecções virais ou uso excessivo da voz. Os principais sintomas incluem mudanças na voz, rouquidão e redução da intensidade vocal. O diagnóstico é geralmente feito clinicamente, mas a laringoscopia pode ser necessária se os sintomas persistirem por mais de 3 semanas. A laringite viral costuma ser autolimitada, enquanto outras causas infecciosas ou irritativas podem requerer tratamentos específicos. A laringite bacteriana é rara (3).
Referências: 1. O número de doenças respiratórias subiu em 128% em crianças. Previva. Último acesso: 22 de setembro de 2023; 2. 12 de novembro: Dia Mundial da Pneumonia. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Último acesso: 22 de setembro de 2023; 3. Doenças Respiratórias em Pediatria. Hospital São Lucas. Último acesso: 22 de setembro de 2023; 4. Natalia Lara. Texto para Discussão nº 93 – 2023 | COVID-19 E DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM CRIANÇAS: 2019 E 2021. Instituto de estudos de saúde suplementar.