O que é síndrome do ovário policístico?
Saiba mais sobre a síndrome clínica caracterizada por hiperandrogenismo e anovulação crônica
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é considerada uma doença endócrina mais comum nas mulheres que estão em idade reprodutiva.
Suas principais manifestações clínicas estão relacionadas ao excesso de hormônios “masculinos”, chamados andrógenos, à irregularidade menstrual e à presença de policistos ao ultrassom de ovário. O impacto dessa síndrome na saúde da mulher pode se relacionar a fatores como infertidade, obesidade, diabetes, dislipidemia, além da saúde psicossocial e qualidade de vida.
Causas (1)
Vários são os fatores envolvidos no surgimento da SOP, sendo que podemos citar os fatores genéticos, metabólicos (resistência insulínica), hormonais e ambientais (dieta e atividade física).
Sintomas (1)
- Alterações menstruais: em geral, as menstruações são espaçadas, a mulher menstrua apenas poucas vezes por ano, mas também há ausência de menstruação;
- Aumento dos pelos no rosto, seios e abdômen (em geral em áreas que não são de distribuição feminina normal de pelos);
- Tendência à obesidade, sendo que o ganho de peso piora a síndrome;
- Acne, provocada pela maior produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas;
- Infertilidade;
- Queda de cabelo e depressão.
Diagnóstico (1)
Para identificar a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), o médico pode solicitar ao paciente a realização de exames como ultrassonografia pélvica ou transvaginal, análises sanguíneas para dosagem de hormônios e avaliação dos sintomas apresentados.
O diagnóstico se dá pela presença de 2 ou mais fatores: presença de oligo-amenorreia (poucas menstruações – menos de 9 ciclos em um ano ou a ausência dela – ausência de menstruação por mais de 90 dias); presença de hiperandrogenismo clínico (aumento de pelos, acne) ou laboratorial; presença de cistos (características padronizadas pelas recomendações da ASRM/ESHRE)
Tratamento (1-4):
- Contraceptivos hormonais;
- Medicações antiandrogênicas;
- Abordagem da dislipidemia quando presente;
- Metformina ou outro sensibilizador de insulina;
- Estimular atividade física;
- Estimular alimentação saudável.
Referências: 1. Rosa-e-Silva AC, Damásio LC. Conceito, epidemiologia e fisiopatologia aplicada à prática clínica. In: Síndrome dos ovários policísticos. 3a ed. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2023. Cap. 1.p.1-19. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, n.1, Comissão Nacional de Ginecologia Endócrina); 2. Benetti-Pinto CL. Tratamento das manifestações androgênicas. In: Síndrome dos ovários policísticos. 3a ed. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2023. Cap. 5, p. 65-77. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO nº 1, Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina); 3. Costa LO, Soares GM. Abordagem da dislipidemia na síndrome dos ovários policísticos. In: Síndrome dos ovários policísticos. 3a ed. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2023. Cap. 6, p. 78-88. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO no 1, Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina); 4. Maciel GA. Uso de sensibilizadores de insulina: Quais? Como? Quando? Por quanto tempo? In: Síndrome dos ovários policísticos. 3a ed. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2023. Cap. 7, p. 89-100. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO nº 1, Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina).