Sou jovem e diabético, mas isso não me define
Receber o diagnóstico de diabetes na juventude pode ser desafiador, mas essa condição não define quem a possui. Entenda como, com equilíbrio, autoconhecimento e apoio, é possível viver plenamente e integrar o cuidado diário à rotina com leveza e confiança.
Para uma pessoa jovem, especialmente, receber o diagnóstico de diabetes mellitus não é fácil. Além da mudança de hábitos compulsória, ainda é preciso lidar com medo, dúvida e até uma certa revolta. Mas o pior pode ser lidar com os julgamentos alheios e com tantas opiniões ao redor. Sem falar nos olhares condescendentes e de dó.
Ter diabetes é um fato da vida e não define o paciente, porque essa condição não impede o jovem de viver plenamente, de trabalhar, de se divertir ou de alcançar seus objetivos. Ela simplesmente exige um pouco mais de planejamento e consciência, como quem precisa checar o combustível do carro antes de uma viagem.
O diabetes é uma parte da rotina, uma gestão diária de cuidados, mas não deve ser o protagonista da história do jovem. Ele não o torna mais fraco ou mais frágil; pelo contrário, pode ensiná-lo resiliência e autoconhecimento a cada escolha e a cada monitoramento. Manter um estilo de vida equilibrado quando a doença é diagnosticada é o mais importante para alcançar um bom controle do diabetes, e isso inclui o convívio com a comunidade.
Na escola, adolescentes com diabetes podem encarar conflitos sociais por meio da discriminação e do estigma. Essa situação surge durante o processo de socialização, no qual comer junto com outras pessoas e as situações de automonitoramento ou administração de insulina são cruciais. Os colegas, dependendo do papel adotado, podem oferecer apoio ou trazer um conflito específico em relação ao diabetes para o paciente. A combinação dos papéis que os amigos e o grupo da escola desempenham em relação ao diabetes determinará o grau de socialização e integração do adolescente1.
Quando focamos no apoio específico em relação a essa doença crônica, podemos observar como certos papéis emergem nas atitudes dos colegas perante o manejo do diabetes: teste de glicemia capilar, contagem de carboidratos, injeções de insulina e o atendimento de complicações em caso de hipoglicemia, por exemplo. Quando um membro do grupo tem diabetes tipo 1, os colegas podem adotar comportamentos específicos, como proteção, indiferença ou ofensa e isso pode acabar determinando como o próprio adolescente enxerga sua condição.
No final das contas, é importante mostrar ao jovem com diabetes que ele é muito mais do que um diagnóstico, mas sim uma pessoa com sonhos, lutas e uma vida normal, que simplesmente carrega um glicosímetro na mochila ou um adesivo colado no braço.
Referências:
Núñez-Baila MA, Gómez-Aragón A e González-López JR. Social Support and peer group integration of adolescentes with diabetes. International Journal of Environmental Res Public Health. 20 fevereiro 2021.18:2064




















