É verdade que o mundo está engordando? 
 

O diagnóstico de diabetes transforma a rotina não apenas de quem recebe o resultado, mas de toda a família. Entenda como o apoio familiar pode fortalecer o tratamento, reduzir a sobrecarga emocional, promovendo uma vida mais saudável e equilibrada.

Publicado em: 27 de outubro de 2025  e atualizado em: 29 de outubro de 2025
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A população mundial está engordando. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar. Neste ano, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 301

As causas da obesidade são multifatoriais e variam de acordo com as condições socioeconômicas de cada comunidade, bem como fatores culturais. Mesmo no Brasil, cada região e estado pode divergir em alguns aspectos, mas, de forma geral, o modo contemporâneo de vida é que vem definindo a causa dessa doença crônica.

Não que não houvesse pessoas obesas no século passado, mas, além de não ser caracterizada como uma doença crônica, não se reconhecia sua associação com várias outras doenças. Antes, o principal problema era a desnutrição infantil, mas no século 21, estamos caminhando para uma pandemia de obesidade, inclusive entre crianças, se nada for feito nesse sentido. O Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde (OPAS) apontam que 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade têm obesidade1

O maior acesso aos alimentos industrializados pode ter seu papel nesse problema. E a mesma pobreza que estava associada à desnutrição, hoje se associa à obesidade, já que produtos de qualidade e saudáveis são bem mais caros do que os ultraprocessados, além da praticidade requerida pela correria de um mundo urbanizado. 

Evidentemente, já é comprovado que várias pessoas apresentam predisposições genéticas associadas à obesidade. Mas, do ponto de vista populacional, temos que lidar urgentemente com as causas epigenéticas, comportamentais e sociais para combater esse mal.
 
A Vigitel2, pesquisa telefônica realizada pelo Ministério da Saúde nas 26 capitais e Distrito Federal, sobre fatores de risco e proteção para doenças crônicas entrevistou 806.169 pessoas em 2023. A partir dessa publicação conseguimos destacar algumas informações que ajudam a entender por que a população está ganhando peso. Vamos aos fatos:

Pergunta

Menor índice

Maior índice

Comportamento em relação à Vigitel 2019

Consumo regular de hortaliças e frutas por adultos em 5 ou mais dias da semana.

 

41,2% em Florianópolis

O consumo de hortaliças e frutas decaiu

Adultos que consomem refrigerante em 5 ou mais dias da semana.

7% em Salvador

28,1% em Curitiba

O consumo de refrigerantes aumentou

Consumiu 5 ou mais grupos de alimentos ultraprocessados no dia anterior à entrevista?

12,3% em Vitória

30,3% em Macapá

Aumento bem expressivo na maior taxa e ligeira diminuição no menor consumo

Adultos que praticam atividades físicas no tempo livre, equivalente a pelo menos 150 minutos por semana

36,9% em São Paulo 

53,3% em Vitória

Somente neste quesito houve uma melhora consistente

 

Esses são apenas alguns comportamentos ligados ao aumento de peso. E esses comportamentos, sendo de adultos, podemos considerar que influenciam também as crianças que moram na mesma casa.

A melhora da alimentação das pessoas passa por muitos obstáculos, mas eles precisam ser vencidos por políticas públicas. Precisamos cessar a obesidade antes que ela se torne o principal problema de saúde mundial.

Referências:

1. Mapa da obesidade. ABESO Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. Disponível em https://abeso.org.br/mapa-da-obesidade/. Consultado em 17 outubro 2025.

2. Vigitel Brasil 2023: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em saúde e ambiente - Departamento de análise epidemiológica e vigilância de doenças não transmissíveis. 2023

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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