Você sabe o que é amamentação cruzada?
Ministério da Saúde não recomenda prática pois traz riscos para o bebê
A amamentação cruzada, prática em que uma mulher amamenta o filho de outra, é fortemente desencorajada por profissionais de saúde e órgãos como o Ministério da Saúde. Apesar da boa intenção de ajudar mães com dificuldades no aleitamento materno, essa prática apresenta diversos riscos para a saúde do bebê.1
Por que a amamentação cruzada não é recomendada?
As principais preocupações com a amamentação cruzada estão relacionadas à transmissão de doenças. O leite materno, embora seja um alimento completo e rico em nutrientes, também pode transmitir vírus, bactérias e outros agentes infecciosos. Mesmo que a mãe doadora esteja aparentemente saudável, ela pode ser portadora de algum vírus ou bactéria que não cause sintomas, mas que pode ser transmitido ao bebê. ¹
Além da transmissão de doenças infecciosas, a amamentação cruzada pode levar à:
Transferência de substâncias tóxicas: Medicamentos, drogas ilícitas e outras substâncias presentes no leite materno da mãe doadora podem ser transmitidas ao bebê, causando danos à sua saúde. 3
- Desequilíbrio nutricional: O leite materno é produzido de acordo com as necessidades específicas de cada bebê. A amamentação cruzada pode levar a um desequilíbrio nutricional, uma vez que o leite da doadora pode não atender às necessidades do bebê receptor. 2
- Desenvolvimento de alergias e intolerâncias: A amamentação cruzada pode aumentar o risco de desenvolvimento de alergias ou intolerâncias alimentares no bebê receptor. 2
- Interferência na microbiota intestinal: A microbiota intestinal do bebê é fundamental para o desenvolvimento do sistema imunológico e para a saúde em geral. A amamentação cruzada pode interferir nesse processo, aumentando o risco de infecções e doenças. 4
O que a ciência diz?
Estudos científicos corroboram os riscos da amamentação cruzada. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) são categóricos ao desaconselhar essa prática. 3
Qual a alternativa para mães com dificuldades no aleitamento materno?
Em vez da amamentação cruzada, existem alternativas seguras e eficazes para ajudar mães com dificuldades no aleitamento materno. A principal delas é o leite humano pasteurizado doado, que passa por um processo de pasteurização para garantir a segurança do produto. 2
Onde encontrar ajuda?
Mães que enfrentam dificuldades no aleitamento materno devem procurar orientação de um profissional de saúde, como um pediatra ou uma consultora em lactância. Esses profissionais podem oferecer suporte e orientação individualizada para cada caso. 2
A amamentação cruzada é uma prática arriscada e não recomendada. Os benefícios da amamentação exclusiva ao seio são inúmeros e superam em muito os riscos da amamentação cruzada. A melhor opção para os bebês é o leite materno da própria mãe, mas quando isso não é possível, o leite humano pasteurizado doado é a alternativa mais segura.2,3
Referências:
1. 19/5: “Doação de leite humano: a pandemia trouxe mudanças, a sua doação traz esperança” – Biblioteca virtual em saúde - https://bvsms.saude.gov.br/19-5-doacao-de-leite-humano-a-pandemia-trouxe-mudancas-a-sua-doacao-traz-esperanca/#:~:text=A%20doa%C3%A7%C3%A3o%20de%20leite%20humano%20passa%20pelo%20processo%20de%20coleta,alimentados%20diretamente%20pelas%20pr%C3%B3prias%20m%C3%A3es - acesso em 07 de agosto de 2024
2. Os perigos da amamentação cruzada – UFRJ - https://www.me.ufrj.br/index.php/2-uncategorised/109-amamentacao-cruzada.html#:~:text=Contraindicado%20formalmente%20pelo%20Minist%C3%A9rio%20da,%2C%20infecto%2Dcontagiosas%2C%20a%20mais - acesso em 07 de agosto de 2024
3. Amamentação cruzada traz riscos à saúde do bebê – Sociedade Brasileira de Pediatria - https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/amamentacao-cruzada-traz-riscos-a-saude-do-bebe/ - Acesso em 12 de agosto de 2024.
4. Interações entre o aleitamento materno e a microbiota intestinal infantil: uma revisão de literatura. - Revista de Pediatria SOPERJ - http://revistadepediatriasoperj.org.br/detalhe_artigo.asp?id=1131#:~:text=Os%20autores%20observaram%20que%20os,na%20constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20microbiota%20infantil - Acesso em 15 de agosto de 2024.