Amamentação prolongada

A importância do leite materno nas diferentes fases do crescimento da criança

Publicado em: 15 de março de 2022  e atualizado em: 15 de março de 2022
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A amamentação prolongada, aquela que se dá após os dois anos de vida da criança, oferece diversos benefícios para a mãe e para o bebê. Até o primeiro semestre de vida, a indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o bebê receba seus nutrientes exclusivamente do leite materno, por ser considerado o alimento mais completo. 

Depois dessa fase, a amamentação deve ser complementar, ou seja, acompanhada de alimentos sólidos ou semi-sólidos indicados para cada fase de vida da criança, de acordo com a sua capacidade de deglutição. 

Para a mãe, a amamentação prolongada segue reduzindo o risco de câncer de mama e ovário, para o bebê vários benefícios continuam sendo observados:

  • Diminui a chance de obesidade
  • Reduz o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes
  • Melhora o desenvolvimento da cavidade bucal
  • Aumenta a inteligência
  • Menores riscos de infecções respiratórias e alergias 

Mudança na composição do leite materno ao longo do tempo
 
Antes de entender como o leite materno atua de acordo com a faixa etária da criança, é preciso compreender que sua composição se altera ao longo do tempo.

Colostro 

Produzido logo após o nascimento do bebê, entre os três e cinco primeiros dias de vida. Sua consistência é mais líquida e levemente transparente. Possui nutrientes similares ao leite maduro, porém em uma proporção diferente: existem mais proteínas, mais anticorpos e menos gordura. É muito rico, também, em vitaminas, sais minerais, macrófagos (célula de defesa do organismo) e lactose.

Leite de transição

Em geral, é produzido entre o 6º e o 15º dias após o parto. Assim, sua composição se modifica de forma progressiva. Possui uma composição rica em gordura e lactose, enquanto o volume de proteínas e prebióticos diminui. É comum que as mamas fiquem mais cheias, firmes e pesadas. 

Leite maduro

Cerca de duas semanas após o parto, as mamas começam a produzir o leite maduro. Ele contém todos os nutrientes necessários para que o bebê se desenvolva física e cognitivamente. 

Na composição, os macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos) e micronutrientes (vitaminas, como a vitamina A e C, e minerais, como ferro, cálcio e zinco) estão equilibrados.

É interessante saber que a composição do leite humano não permanece sempre a mesma, ela pode se alterar a cada mamada, especialmente em relação à gordura. Assim, ele pode ser mais fino e aguado, ou mais grosso.

Amamentação prolongada oferece nutrientes para diferentes fases

O leite materno é um protetor contra mortes infantis, e a proteção é maior quanto menor é a criança. Assim, de acordo com a OMS, a mortalidade por doenças infecciosas é seis vezes maior em crianças menores de dois meses não amamentadas naturalmente. Essa taxa diminui à medida que a criança cresce, mas ainda é o dobro no segundo ano de vida se comparada com bebês que não estão em amamentação prolongada. 

Mesmo que a proteção contra mortes por diarreia diminua com a idade, ela permanece constante contra mortes por infecções respiratórias nos dois primeiros anos de vida. 

De maneira complementar, no segundo ano de vida, o leite materno continua oferecendo nutrientes fundamentais. Estima-se que dois copos (500ml) de leite materno no segundo ano de vida sejam responsáveis por suprir:

  • 95% das necessidades de vitamina C
  • 45% das de vitamina A
  • 38% das de proteína
  • 31% do total de energia 

Ainda, o leite materno permanece sendo um importante protetor contra doenças infecciosas. Estudos realizados pela OMS concluíram que quando as crianças não eram amamentadas no segundo ano de vida, possuíam uma chance quase duas vezes maior de morrer por doenças infecciosas.

Quando a amamentação prolongada é prejudicial?  

Somente em casos de mães infectadas pelo HIV e pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus linfotrópico da célula T humana), em uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação, ou ainda quando a criança tem galactosemia, doença rara em que ela não pode ingerir lactose. 

Confira alguns impedimentos temporários para a amamentação prolongada:

  • Infecção herpética, quando ocorrem vesículas localizadas na pele da mama. Porém, a amamentação pode ser mantida na mama sadia
  • Varicela (catapora): se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta
  • Doença de Chagas: na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar 
  • Abscesso mamário: até que o abscesso tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada 

A amamentação prolongada pode seguir até os sete anos da criança.

A doação de leite materno é um ato muito importante, com o qual muitas mulheres lactantes podem contribuir. Cada gota conta para os pequenos bebês que vão receber o leite. Participe desse movimento de solidariedade, inscreva-se no nosso Banco de Leite e ajude a salvar vidas.

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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