Talvez somente na fase de pais um casal vai ouvir falar da bronquiolite. Não, não se trata da bronquite, que afeta adultos, mas de outra doença viral extremamente contagiosa e que ataca crianças até os 2 anos e bebês – em uma fase de muita vulnerabilidade do sistema imunológico (1). A bronquiolite é a uma infecção viral dos bronquíolos, que são ramificações terminais dos brônquios. Ou seja, eles incham, inflamam e podem obstruir o fluxo de ar para os pulmões (1), uma condição que pode evoluir para um quadro bastante grave nas crianças.

Parece uma gripe, mas não é

O vírus sincicial respiratório (RSV), principal vírus causador da bronquiolite, ocorre em praticamente todas as crianças até os 3 anos e os períodos mais frios do ano são os mais suscetíveis para se desenvolver uma bronquiolite (2). Os sintomas são parecidos com uma gripe, com nariz escorrendo, tosse moderada e alguma febre. O problema está quando a respiração começa a ficar difícil para o bebê ou criança, com tosse mais carregada e estado geral mais abatido. É o sinal vermelho de que não é só um resfriado. Por isso os pais têm de ter conhecimento dessas doenças infantis dos primeiros anos, logo desconfiar dos sintomas e levar a um pediatra - a maior parte dos casos avançados requer internação. 

Casos de hospitalização

Se o quadro ainda não se agravou, o pediatra pode sugerir, em casa, medicamentos para aliviar os sintomas do quadro viral (1,2). Pode-se usar um umidificador com gotas nasais salinas, ou soro para limpar o nariz. Avançando, a hospitalização é necessária, para garantir que a criança esteja hidratada e que receba a oxigenação e os demais cuidados necessários, além de acompanhamento médico.

Vacinas podem ajudar

Nos sinais iniciais, é possível deixar a criança mais confortável fazendo inalações, usando um vaporizador no ambiente, levando para um banheiro previamente repleto de vapor quente e medicações para controlar a febre.

Vacinas(3) estão sendo experimentadas ao redor do mundo, algumas em fase 3 como a da Pfizer nos EUA, com 82% de eficácia em casos graves; ou a da Sanofi e Astrazeneca, que usa tecnologia de anticorpo criado em laboratório. Elas são usadas em gestantes, para garantir que o bebê tenha imunidade ao nascer. Para isso, a primeira será dada (após aprovação da FDA, Food and Drug Administration) na mãe durante a gravidez, e a segunda, na fase de amamentação gerando a chamada imunidade passiva. Segundo pesquisa da Pfizer(3), mais de 100 mil crianças morrem de bronquiolite a cada ano em todo o mundo.

Referências: 1. Bronquiolite. Hospital Sabará. Último acesso em 22 de novembro de 2022. 2. Ministério da Saúde Alerta para Prevenção de Bronquiolite e Pneumonia nas Crianças. Fiocruz. Último acesso em 22 de novembro de 2022. 3. Vacina da Pfizer Contra Bronquiolite tem Resultados Positivos em bebês. AFP e Folha de S.Paulo. Último acesso em 22 de novembro de 2022.