Hipertensão na gravidez: o que é, tipos e tratamentos
Complicação presente em aproximadamente 5 a 10% das gestações, que afetam tanto as mães quanto os recém-nascidos
De acordo com estudo do Ministério da Saúde, 5 a 10% das gestantes enfrentam alterações na pressão arterial, desencadeando complicações graves tanto para as mães quanto para os bebês. Cerca de 70% desses casos estão ligados à gravidez, incluindo condições como hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, enquanto os 30% restantes envolvem hipertensão pré-existente. As descobertas destacam a importância da vigilância médica durante a gestação (1).
A hipertensão arterial é uma complicação presente em aproximadamente 5 a 10% das gestações, embora sua incidência possa variar dependendo da população analisada e dos critérios diagnósticos adotados. Esta condição representa a complicação médica mais frequente durante a gravidez e é a principal responsável por intercorrências que afetam tanto as mães quanto os recém-nascidos (1).
Tipos
A hipertensão arterial é uma condição séria que pode afetar mulheres durante a gravidez, mas ela pode assumir diferentes formas e ter implicações variadas, como (2):
Hipertensão arterial crônica: Mulheres com pressão arterial frequentemente acima de 140/90 mmHg são consideradas hipertensas. Quando a hipertensão é identificada antes da 20ª semana de gestação, significa que ela já estava presente antes da gravidez, mesmo que a mulher não tivesse conhecimento disso. Isso significa que, se você já era hipertensa antes de engravidar, continuará sendo hipertensa durante toda a gestação (2).
Pré-eclâmpsia (PE): Este é um tipo grave de hipertensão que surge após a 20ª semana de gravidez e está associado à perda de proteínas na urina (proteinúria). Além disso, pode envolver problemas renais, do fígado, do sistema nervoso central ou uma diminuição no número de plaquetas. A pré-eclâmpsia é uma complicação perigosa e deve ser tratada imediatamente (2).
Pré-eclâmpsia Superposta à Hipertensão Crônica: Este cenário ocorre quando uma mulher previamente hipertensa desenvolve pré-eclâmpsia durante a gestação. É uma combinação preocupante que requer atenção médica cuidadosa (2).
Hipertensão Gestacional: Surge somente após a 20ª semana de gestação e não apresenta perda de proteínas na urina ou outros sinais de pré-eclâmpsia. É uma forma de hipertensão induzida pela gravidez, e seu tratamento depende de diversos fatores (1).
É essencial que todas as formas de hipertensão na gravidez sejam monitoradas e tratadas adequadamente para proteger a saúde da mãe e do bebê. O tipo de tratamento a ser seguido dependerá da gravidade da hipertensão e de outras condições de saúde da gestante.
A hipertensão arterial durante a gravidez é uma condição séria que requer atenção. As opções de tratamento variam dependendo da gravidade da hipertensão, saúde geral da mãe e bem-estar do feto (3). Sendo assim, há diferentes tratamentos conforme o grau da complicação, conforme a seguir:
Hipertensão leve a moderada: Para pressões arteriais ligeiramente elevadas (140/90 a 159/109 mmHg), não se recomenda iniciar tratamento medicamentoso, mas se enfatizam medidas não-medicamentosas. Em hipertensão crônica leve e moderada da gestante, deve se manter o tratamento prévio (à exceção dos fármacos contraindicados na gestação) ou suspender os medicamentos, monitorando os níveis pressóricos e os sinais de pré-eclâmpsia1.
Hipertensão grave: Quando a pressão arterial é mais alta (160/110 mmHg ou superior), o tratamento com medicamentos anti-hipertensivos é recomendado. Isso ajuda a reduzir o risco de complicações graves (3).
Pressão arterial muito elevada: Se a pressão arterial ultrapassa 180/110 mmHg, a gestante é avaliada imediatamente devido ao alto risco. Em alguns casos, a hospitalização pode ser necessária, e vários medicamentos anti-hipertensivos podem ser prescritos. Em situações extremas, o médico pode sugerir a interrupção da gravidez para proteger a mãe e o feto, além de realizar exames regulares para avaliar a função dos rins, fígado e o crescimento do feto (1).
Medicamentos anti-hipertensivos na gravidez: A maioria dos medicamentos anti-hipertensivos é segura durante a gravidez, incluindo a metildopa, betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio. No entanto, alguns medicamentos, como inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECAs), bloqueadores do receptor da angiotensina II e antagonistas de aldosterona, são geralmente evitados durante a gravidez devido ao risco de complicações fetais. Diuréticos à base de tiazida também podem ser suspensos, a menos que não haja outras opções viáveis (3).
Em todos os casos, o tratamento é personalizado para atender às necessidades individuais da mãe e garantir a segurança do bebê durante a gravidez.
Referências: 1. Manejo da hipertensão na gestação: o pouco que se sabe. Ministério da Saúde. Último acesso: 29 de setembro de 2023; 2. Conceitos básicos de hipertensão arterial para assistência pré-natal. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Último acesso: 12 de julho de 2017; 3. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão 2017; Vol 24(1):57-60.