Sarcopenia

Condição ligada diretamente ao envelhecimento e afeta a qualidade de vida

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O aumento da incapacidade e dependência funcional é mais comum em idosos e está intimamente associada à redução da massa muscular, chamada de sarcopenia, que ocorre, inclusive, em indivíduos saudáveis¹. Há quase 30 anos a sarcopenia foi definida como “a redução gradual da massa muscular, que ocorre com o avanço da idade”. Mais recentemente, o consenso europeu The European Working Group on Sarcopenia in Older People adicionou a importante questão da redução de força e de função física, que ocorre durante o natural processo de envelhecimento. É importante dizer que não existe, a rigor, uma definição que valha para todos os países sobre o que é a sarcopenia e sobre quais são os critérios de diagnóstico². 

Apesar de demorar para ser notada, os primeiros sinais da perda de massa muscular são³:

  • Dificuldade em realizar atividades físicas cotidianas, antes consideradas fáceis, como subir escada, trocar uma lâmpada ou carregar compras;
  • Desequilibrar-se ao andar em terrenos acidentados, como ruas com desníveis e buracos.
  • Aumento na frequência e no número de quedas – isso quando a sarcopenia já está em estado mais avançado³.

Estima-se que, a partir dos 40 anos, ocorra perda de cerca de 5% de massa muscular a cada década, com declínio mais rápido após os 65 anos, particularmente nos músculos dos membros inferiores¹.

Conforme descrito no artigo Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos etiológicos e opções terapêuticas, “Com o envelhecimento, os homens têm maior perda muscular devido ao declínio do hormônio do crescimento, (GH), fator de crescimento relacionado à insulina e testosterona. No entanto, apesar da perda muscular ser maior em homens, é importante ressaltar a importância da sarcopenia em mulheres idosas, uma vez que possuem maior expectativa de vida e alta prevalência de limitações funcionais”¹.

E um dos fatores importantes no desenvolvimento e progressão da sarcopenia a redução da ingestão alimentar, a "anorexia do envelhecimento", principalmente quando associada a outras comorbidades¹. 

A falta de atividade física é um fator muito relevante para a sarcopenia relacionada ao envelhecimento. Homens e mulheres idosos com menor atividade física têm também menor massa muscular e maior prevalência de incapacidade física. Essa é uma das razões que fazem a prática regular de exercícios, desde jovem, diminuir e tornar mais lenta a perda muscular do idoso. E a intervenção mais eficaz para prevenção e recuperação da perda muscular são os exercícios de resistência¹.

“A sarcopenia associada ao envelhecimento é um processo lento, progressivo e aparentemente inevitável, até mesmo naqueles indivíduos que praticam exercícios físicos regularmente. Suas consequências afetam diretamente a funcionalidade e qualidade de vida de muitos idosos, com sérias repercussões sobre os aspectos sociais, econômicos e de saúde”, diz o estudo Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos etiológicos e opções terapêuticas¹. 

Existem alguns métodos para fazer o diagnóstico, que normalmente é realizado por um médico clínico geral ou por um geriatra.  Com frequência se utilizam como ferramenta diagnóstica os exames de tomografia nas regiões da perna e do abdômen para estimar o volume muscular³. 

Além da atividade física regular, uma dieta equilibrada também contribui positivamente para o combate a sarcopenia³. O tratamento é de longo prazo, que pode variar de meses ou anos, e comumente implica uma mudança de estilo de vida. 

 

 

Fontes: 1. Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos etiológicos e opções terapêuticas. Scielo Brasil. Último acesso em 23 de novembro de 2021. 2. Sarcopenia e sua associação com mudanças nos fatores socioeconômicos, comportamentais e de saúde: Estudo EpiFloripa Idoso. Caderno de Saúde Pública, Fiocruz. Último acesso em 23 de novembro de 2021. 3. Sarcopenia pode ser prevenida com musculação e dieta rica em proteínas. Hospital Sírio Libanês. Último acesso em 23 de novembro de 2021. 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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