Publicado em: 8 de fevereiro de 2022  e atualizado em: 11 de fevereiro de 2022
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Papo de Farmácia: Marketing para farmácias: conheça as principais regras

Veja como trabalhar o marketing da sua farmácia de acordo com a legislação 

Se existe uma característica que podemos destacar com relação ao marketing para farmácias, certamente é a regulação da publicidade. A comunicação de marcas farmacêuticas e medicamentos sempre existiu sob regras rígidas, contudo, tendo clareza acerca das leis de publicidade que regem o setor, as empresas, grandes e pequenas, alcançam excelentes resultados em suas ações de marketing.

Por mais óbvio que possa parecer, é importante lembrar que as farmácias também enfrentam a concorrência, têm seus departamentos e se relacionam com clientes como qualquer outro estabelecimento comercial, e não sobrevivem apenas da mera distribuição de medicamentos sob prescrição médica.

Tendo isso em mente, podemos visualizar a importância de se estabelecer uma rotina de marketing para farmácias locais. Mas como poderemos implementá-la sem deixar de lado as importantes regras do marketing farmacêutico?

Marketing para farmácias: conhecendo as regras

Antes de pensarmos em qualquer tipo de prática, é importante ter uma visão geral do cenário regulatório do setor, definido pela RDC nº 96/2008. Para o público em geral, que é o caso das farmácias locais, só é permitida a divulgação de medicamentos que não exijam a prescrição médica. Para estes, existem alguns requisitos que devem estar presentes nas publicidades, para que esta possa ser publicada. São eles:

  • nome comercial do medicamento;
  • nome do princípio ativo;
  • número do registro do medicamento na Anvisa;
  • a indicação do medicamento;
  • a advertência obrigatória: “SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”.
  • uma das três advertências adicionais:

1ª) Se o medicamento apresenta efeito de sedação/sonolência: “(Nome comercial do produto) É UM MEDICAMENTO. DURANTE SEU USO, NÃO DIRIJA VEÍCULOS OU OPERE MÁQUINAS, POIS SUA AGILIDADE E ATENÇÃO PODEM ESTAR PREJUDICADAS”;

2ª) Relacionada ao seu princípio ativo. Ex.: “CÂNFORA: NÃO USE ESTE MEDICAMENTO EM CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS DE IDADE.”

3ª) Advertência padrão: “(nome comercial do medicamento ou, no caso dos medicamentos genéricos, a substância ativa) É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA”

É permitido divulgar preços de medicamentos?

Sim, mas seguindo algumas diretrizes. As tradicionais tabelas com preços podem incluir medicamentos que exigem a prescrição médica. Para isso, algumas informações devem constar, sendo elas:

  • nome comercial do produto;
  • substância ativa, segundo a DCB/DCI;
  • apresentação, incluindo a concentração, forma farmacêutica e a quantidade;
  • número de registro na Anvisa;
  • nome do detentor do registro;

Para os medicamentos isentos de prescrição médica e outros itens dos demais departamentos da farmácia, como cosméticos e higiene pessoal, é permitida a divulgação em mídias publicitárias mais expositivas, como encartes e publicações em redes sociais.

Nesse caso, além das informações exigidas pela RDC nº 96/2008 citadas acima, é possível também ilustrar com as imagens das embalagens e motes publicitários, sem que estes prometam resultados ou façam alusão a curas ou a características organolépticas, ou seja, insinuar que sejam saborosos, gostosos, deliciosos, aromáticos, etc.

É também vedada a inclusão de termos imperativos que induzam ao uso indiscriminado dos medicamentos (tome, use, tenha, experimente), bem como a exposição de pessoas fazendo a utilização dos mesmos.

Outros pontos interessantes são:

  • é vedada a divulgação de medicamentos como sendo novidades ou lançamentos, se estes já tiverem ultrapassado dois anos do início de sua comercialização em território nacional;
  •   é obrigatória a exposição da data de criação ou impressão da peça publicitária.

Como posso desenvolver o marketing para farmácias na prática?

As farmácias não comercializam apenas medicamentos, mas também diversos produtos que possuem a regulamentação mais branda e permitem que se faça publicidade com maior liberdade, tais como itens cosméticos, de higiene pessoal e alimentícios.

Em termos estratégicos, existe um caminho aberto para o marketing de conteúdo, uma frente de marketing que parte da premissa da construção de reputação e relacionamento, e não necessariamente a conversão imediata ou da venda direta de produtos. Basicamente consiste em contar histórias ou fornecer informações de interesse para o público-alvo, visando a construção da autoridade da marca e sua relevância frente ao usuário.

Os meios digitais proporcionam diversas opções para se trabalhar o marketing de conteúdo, em especial os blogs e as redes sociais. Os assuntos podem ser:

  • Ofertas e apresentações sobre produtos que não são medicamentos;
  • Publicações com explicações científicas dos medicamentos que não exijam prescrição médica;
  •  Dicas de saúde, nutrição e bem-estar;
  • Histórias reais, como casos de superação, ou sobre o trabalho de cientistas farmacêuticos;
  • Esclarecimentos sobre temas que são considerados tabus, como o câncer, por exemplo.

Estes conteúdos são capazes de criar engajamento e consolidar a fidelização de quem já é cliente, além de prover resultados em sistemas de busca, ou em navegação nas redes sociais, para pessoas que têm interesses associados ou buscam soluções relacionadas. 

Invista na experiência positiva de consumo

E por fim, mas não menos importante: para que todo o esforço em marketing traga bons resultados, é imprescindível promover a experiência positiva de consumo dentro da sua farmácia local! Propor um bom atendimento e um ambiente favorável incentiva o retorno do cliente e é uma forma de driblar a concorrência!

Você pode viabilizar uma experiência positiva com ações simples, como:

  •  Otimize a distribuição de produtos dentro da farmácia, valorizando e desenvolvendo zonas quentes;
  •  Invista no bom relacionamento, com colaboradores bem treinados;
  • Tenha foco na cordialidade; 
  • Lembre-se de datas importantes para o cliente, como seu aniversário;
  • Proponha ações facilitadoras de consumo:
  • Um serviço de delivery;
  • Promoções personalizadas;
  • Promoções personalizadas;
  • Mantenha um forte vínculo pós-vendas: 
  • Ofereça programas de fidelidade;
  • Ofereça programas de fidelidade;

 

Fontes: 1. Anvisa. Regras básicas de propaganda. acesso em 08 de fevereiro de 2022 2. Brazilian Journal of Health and Pharmacy. O marketing farmacêutico e sua influência no consumo de medicamentos: Uma revisão integrativa da literatura Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 3. SCee Fiocruz. Indústria farmacêutica: marketing desenfreado e mercado em ascensão Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 4. CRFRS. Propaganda de medicamentos: o que é permitido ou não em materiais impressos e à exposição na farmácia Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 5. CRFSP. Fique atento às regras para a propaganda de medicamentos sujeitos à prescrição médica..Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 6. D’lucca Comunicações. Marketing Farmacêutivo: 3 Boas Práticas de Conteúdo.Último acesso em 08 de fevereiro de 2022 7. Rock Content. Marketing farmacêutico: o que é preciso para conquistar o público?. Último acesso em 08 de fevereiro de 2022.

 

Gostou? Continue acompanhando o Papo de Farmácia para ficar por dentro das boas práticas de marketing e gestão para farmácias!

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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